~Gizelly On~
Quinto mês de gestação, mas parecia somente algumas semanas, tudo passava de uma forma tão rápida. Em tão pouco tempo minha barriga já estava gigante comparado ao início da gestação.
Sem contar nos desafios que estávamos tendo em ser pais de primeira viagem. Resolvemos fazer um daqueles cursos que ensinam tudo sobre os primeiros meses do bebê, Marcela tinha recomendado. Mas era um tanto... Desastroso. Toda vez que o boneco chorava eu começava a gritar e o boneco demonstrativo só chorava mais e mais. E Felipe, se ouvisse o boneco chorar travava e não conseguia fazer nada. Ficava moscando enquanto o boneco chorava ou entregava o boneco para mim.
"Vocês precisam entender que não será só um boneco como esse, serão dois bebês de verdade."
Essa fala da nossa "professora" havia feito não só eu como Felipe também tremer. Se não conseguíamos lidar com um boneco, imagina como seria quando eles nascessem. Foi assim o estopim para as nossas inseguranças. Saímos das aulas com ela sempre cabisbaixos, o que não era comum no início da gravidez. Sem contar nas minhas crises de ansiedade que vinham ficando casa vez mais frequentes e intensas.
Prior tentava se passar por forte, mas eu sabia como ele se sentia afinal. Ambos estavamos com a mesma sensação de impotência a respeito dos nossos filhos. Sempre fomos tão confiantes, que nunca paramos para pensar que ter filhos não seria somente dar de mama e fazer dormir.
Entramos novamente no escritório da Marcela, para fazer aqueles exames de rotina.
- Sem querer dar uma de psicóloga, por que essa não é a minha área. Mas, vocês estão muito... Tristes. Não costumo ver pais assim. - Marcela disse e foi inevitável eu e Felipe não trocarmos um olhar triste.
- É que, não estamos saindo muito bem nas aulas de como cuidar de um bebê. Se não conseguimos cuidar de um boneco, como será com dois bebês? - Felipe falou por mim, sua voz estava carregada de tristeza.
- Gente, vocês não podem ficar assim. Olha, existem vários tipo de pais, talvez vocês não se saiam tão bem com os aprendizados agora mas no momento em que os bebês nascerem, vai despertar em vocês o instinto paterno e ficará tudo bem. Essas coisas acontecem.
- Mas e se não acontecer? - perguntei.
- Você tem que ser positiva, negatividade não fará bem para os bebês. Inclusive, como estão os preparativos para o chá revelação? Eu já contei pra Celly o gênero.
- Ela é que tá organizando tudo pra nós, só vamos curtir dessa vez. - Felipe falou.
- Sim, sei que a Celly fará um ótimo trabalho.
- Que lindo, eu não perco por nada, quero ver a reação de vocês. Agora vamos aos exames?
Quando saímos de lá, fomos direto para nossa casa. Felipe foi para o escritório, tinha alguns trabalhos para finalizar e eu fui ao quartinho dos bebês, me sentando na poltrona que havia ali.
Sem perceber meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu soluçava. O amor que eu sinto em ser mãe era sem dúvida o maior do mundo, mas a angústia de não saber como vai ser o futuro deles era muito grande.
Sempre fui uma pessoa que se cobra muito, com o início da gravidez não foi diferente. Eu passava o tempo todo pensando o que faria em possíveis problemas que eu poderia ter ao invés de agradecer por nós três estarmos cheios de saúde. Minha mãe e minha sogra diziam que era algo normal, mas eu não achava. Cheguei a conversar com Sammy, mulher do Pyong, que me contou bastante sobre como se sentiu antes, durante e após a gravidez. E o principal conselho que ela me dava era manter a calma e ser positiva.
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Lᴏᴠᴇ Mᴇ Oʀ Hᴀᴛᴇ Mᴇ - 𝙋𝙧𝙞𝙯𝙚𝙡𝙡𝙮
RomanceMesmo entre confusões, brigas, apostas, eles não conseguem mais negar que sentem alguma coisa um pelo outro. O jogador focado Prior e a furacão Gizelly. Envolvidos como dois imãs, extremamente atraídos um pelo outro. Mas o orgulho e o prêmio ainda é...