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Gizelly estava sentada na varanda, olhando a chuva que caia lentamente molhando todo seu jardim. Mexia de forma distraída o café que tinha em suas mãos. Pensava em diversas coisas ao mesmo tempo, principalmente em como tudo aquilo havia começado. Em como havia se tornado advogada, em como tinha entrado para a edição mais histórica do Big Brother Brasil, de como havia se apaixonado por aquele que, durante os três meses convivendo tinha se tornado seu rival, mas a tensão sexual entre eles havia sido tão grande que foi difícil evitá-la. Namorados, em pouco tempo noivos e em menos tempo ainda pais. Nanda e Gael haviam sido o maior presente para o casal, alegravam a casa mesmo quando se implicavam e faziam tão bem isso quanto os próprios pais.

Nanda era muito parecida com Gizelly, tinha os mesmo cabelos da mãe, o mesmo sorriso e até mesmo a pinta no mesmo lugar em que Gi tinha. Era gritona, espontânea e sempre muito alegre. Quando pequena não se interessava tanto por bonecas ou desenhos, sua fascinação era a bola. Desde os seus primeiros passos, não parava um segundo sequer quando via alguma coisa da qual pudesse chutar. Era apaixonada por futebol, para a alegria de Prior. Porém nunca gostou do Corinthians, dizendo sempre preferir o São Paulo, deixando o pai um tanto decepcionado.

Quando completou seus 6 anos, seu pedido ao Papai Noel foi que a colocasse em uma escolinha de futebol. Como era uma menina com muita energia, os pais consideraram uma boa idéia afinal. Mas Nanda era avançada demais para sua idade, não conseguindo ficar muito tempo no time. Somente aos dez anos, depois de jogar arduamente as olimpíadas de seu colégio, foi chamada para fazer parte do time do São Paulo. E desde de então havia se dedicado corpo e alma ao time, se tornando enfim capitã.

Gael já era mais na dele, gostava muito de música e era o contrário da irmã. Talvez fosse por esse motivo que acabavam brigando tanto. O menino era mais apegado a Gizelly, e, diferentemente da irmã, levou um tempo a descubrir sua paixão. Tentou de tudo um pouco, futebol, vôlei, natação, clube do livro, tênis, mas foi fazendo aulas de violão que descobriu o que gostava. A família amava os momentos em que iam para a varanda e ele tocava e cantava diversas músicas, queria seguir esse caminho.  Fisicamente era mais parecido com Felipe, tinha o mesmo moicano que o pai a alguns anos atrás, era magro e alto e o sorriso era bem parecido. Só não havia herdado o nariz.

Enquanto a Gizelly e Felipe, estavam fisicamente mais velhos, mas tinham a mesma energia de quando se conheceram. Gizelly havia se tornado presidente da OAB de São Paulo, enquanto Felipe havia aberto várias pizzarias e alguns outros investimentos. Estavam felizes como nunca e acreditavam que nada poderia ser melhor.

- Mãe, eu e o Gael estávamos pensando. Já que tá chovendo e eu não vou treinar, nem ele vai sair. Podíamos fazer o dia da pizza não é? - Nanda sentou ao seu lado com aquele sorriso de sempre, tirando Gizelly de seus devaneios.

- Você e seu irmão conseguiram planejar alguma coisa juntos, sem brigarem? Milagres existem mesmo! - Gizelly disse rindo fraco, tomando mais um gole de seu café, que agora já estava morno.

- Ah qual é mãe, óbvio que a gente brigou. Eu queria comer esfirra, ele queria comer pizza e ele acabou ganhando no dois ou um. Mas o que me diz dona Gizelly? - ela cutucou a costela da mãe, fazendo a mesma rir.

- Tá bom, tá bom. Quem querem chamar? - Gizelly perguntou, se levantando e indo para a cozinha, sendo seguida pela filha.

- A Malu, o Jake, a Luana e o Samuca. Os de sempre, tu sabe.

Bom, Malu era a namorada de Nanda e estavam juntas a uns quatro meses e estudavam na mesma turma. Era uma menina amável e muito alegre, gostavam quando a nora ficava lá. Curiosamente ou não, Malu era filha adotiva de Marcela com ninguém mais ninguém menos que Ivy. Sim, alguns anos depois do casamento de Prior e Gizelly, as duas resolveram morarem juntas no apartamento de Marcela, que se encantou pelo filho de Ivy. Aos poucos as duas se aproximaram e em dois anos se casaram, mas não tinham interesse em fazer inseminação artificial, desta forma decidiram adotar. E foi assim que Malu chegou na família.

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⏰ Última atualização: May 13, 2020 ⏰

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Lᴏᴠᴇ Mᴇ Oʀ Hᴀᴛᴇ Mᴇ - 𝙋𝙧𝙞𝙯𝙚𝙡𝙡𝙮Onde histórias criam vida. Descubra agora