Capitulo Quinze

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Eu andava de um lado pro outro no salão, a adrenalina de preocupação com Carl e a choradeira de Amber não me deixavam ficar quieta um minuto.

— Vai causar um furo no chão — Frankie fala

— O que vai acontecer? O que ele quis dizer a Dwight? — pergunto tentando distrair minha cabeça com a curiosidade da minha cabeça

— Você vai ver — Sherry fala

— Negan está aí? — Joseph, um dos homens de Negan chega na sala, carregando Lucille nas mãos, perguntando.

— Não sabe bater Fat Joe? — Tanya briga

— Desculpe senhoras.

— Está no quarto dele. — respondo e o homem se retira.

Eu vou em direção á ilha para pegar pegar uma bebida quando outro homem de Negan bate à porta.

— Todos estão sendo requisitados no pátio — fala e fica ao lado da porta para nos dar caminho.

— Vamos lá — Frankie diz levando Amber tremendo pelos ombros e todas seguem juntas.

Literalmente todos estão no pátio, o homem nos leva até a borda do espaço vazio que há no meio. Onde há uma clareira, Dwight em frente a ela, apenas olhando para o fogo, e um homem sentado numa cadeira. A multidão se empurra o que acaba me fazendo tropeçar pra frente e quase cair num cara na minha frente.

— Desculpe — digo baixo e Daryl vira para mim. Ambos nós encaramos com dor. — Desculpe mano — digo e volto ao lugar perto das meninas.

Negan chega pelos andares de cima batendo o taco contra os corrimões de ferro, acompanhado pelo Carl. Todos do pátio de ajoelham e noto que Daryl se apoia na vassoura e abaixa com dificuldade, meu coração dói por meu irmão.

Quando volto meu olhar para Negan ele passa Lucille para Carl, que possuía seu rosto descoberto pelas gases que antes cobriam seu olho , e então olha para nós.

— Vocês conhecem as regras — brande — O que vai acontecer será difícil de ver. Não quero fazer isso. — ele fala, vejo Amber a minha frente olhando rápido em direção a cadeira e é como se os olhos dela quebrassem. "Mark" puta merda... — Queria que pudéssemos ignorar as regras e deixar passar, mas não posso. Por quê?

— Regras nos mantém vivos — O Santuario diz em conjunto, enquanto eu me recuso.

— Isso mesmo — diz descendo as escadas — Nos sobrevivemos. Fornecemos segurança aos outros. Trazemos a civilização de novo ao mundo! Somos os Salvadores. Regras fazem tudo funcionar. Sei que não é fácil. Mas sempre há trabalho. Sempre há um custo. Aqui, se tentar burlá-las, se tentar achar um atalho... — briga e solta uma risada, umedecendo os lábios com a língua — Então, vai receber o ferro. De pé.

Negan então chega ao pátio e passa pela abertura de pessoas, passando pouco mais para frente enquanto Carl para ao  lado

-D... — Negan chama e pega uma luva de ferreiro pendurada em uma das cadeiras, Dwight pega um grande ferro de dentro das chamas e o trás para fora, revelando em sua ponta o que lembrava um ferro de passar roupa antigo, vermelho de tão quente, passando o ferro para o Homem.

— Mark, sinto muito. — Ele diz — Mas a vida é assim.

O homem sua como um porco e respira acelerado, seu olhar corre desesperado entre todos ali presentes. Sherry se aproxima de Amber e eu faço o mesmo, ela aperta minha mão enquanto a outra abraça a loira pelos ombros.

— Você não precisa ver isso —  Tanya diz pra ela que parece não ouvir uma palavra do que nós dissemos.

Quando Negan chegou perto o suficiente do homem e aproximou o ferro fervente do rosto de Mark eu não quis mais olhar, mas meu corpo não teve a mesma recepção, ele não se mexeu um centímetro. Meus olhos estavam presos na cena e nas vozes do homem gritando quando o ferro na mão de Negan entrou em contato no seu rosto. Amber apertou mais a minha mão enquanto se encolhia para Sherry. Os gritos pararam quando Mark desmaiou, e só aí o ferro quente foi retirado, causando uma trilha gosmenta de pele derretida junto com ele.

— Não foi tão ruim foi? — Negan diz

Eu finalmente consigo piscar e olhar para o homem na nossa frente, e então meu olhar se encontra com de Carl, ambos completamente assombrados pela cena que tinham acabado de presenciar.

— Credo. Ele se mijou todo. — fala devolvendo o ferro á Dwight. — Limpe isso. — diz ao pé do ouvido de Daryl — Doutor, terminei, faça o seu trabalho. O maricas desmaiou. Mas está resolvido, estamos quites, tudo está bem. — Negan pronuncia olhando para todos — Que o rosto do Mark seja um lembrete diário para ele e para todos que regras importam. Eu espero que todos tenham aprendido algo hoje, porque eu não quero ter que fazer isso de novo. — ele diz e seus olhos caem em mim, ele pisca e vai em direção ao Carl.  Ele pega o garotos pelos ombros e sai pelo caminho aberto de pessoas.

— Você também vem — diz me puxando pelo braço, eu não lutei, e nem conseguia.

Negan nós leva de volta ao seu quarto, e dessa vez eu sento na pequena poltrona do lado da que Carl se senta. Tudo segue em silêncio enquanto o homem escreve algo num caderno, até que Carl quebra o silêncio.

— Posso cobrir meu rosto agora? — questiona

— Não, absolutamente não — Negan fala

— Por que caralhos não? — Carl briga e eu me afundo na cadeira

— Olha para esse fodão. Não pode porque não acabei com você. — explica — Eu gosto de olhar pro seu olho fodão e nojento. Então, vai ficar exposto. O que? Tem algo a dizer? — Negan pergunta quando Carl apenas o encara. Meus olhos vão entre os dois, impotente demais para falar ou reagir, típico de um choque psicológico.

— Por que ainda não me matou? Ou meu pai? Ou Daryl? Ou Jessie? — Carl pergunta

— Daryl será um bom soldado para mim. — diz, eu provavelmente riria cômica com essa frase, jamais aconteceria — Jess, é minha esposa e você já olhou bem pra ela?  — fala olhando para mim de cima a baixo — Ela é gostosa pra caralho e não abaixa a cabeça pra merda nenhuma. Seu pai já está me arranjando boas coisas. Você, por outro lado... bem, veremos. É mais produtivo quebrar você, domá-lo. Mais divertido também. Acha que é burrice ?

— Acho que somos diferentes — O garoto responde de imediato

— Você é esperto — Negan diz saindo da sua pose — O que acha que eu deveria fazer? Sabe que não posso deixá-lo partir. — ele fala e eu me obrigo a intervir.

— Você já tem a mim e a Daryl aqui... — falo e Negan faz sinal de silêncio com o dedo indicador sobre os lábios.

— Então, devo matá-lo? — Negan questiona — Ferro quente na sua cara? Cortar seu braço? Me diga. O que acha?

— Acho que devia pular pela janela para que eu não tenha que matá-lo — Carl diz se levantando se supetão e indo pra cima de Negan, o susto fez eu me levantar também, me preparando para apartar qualquer tipo de merda que acontecesse dali em diante.

Negan apenas olha para ele, e então solta uma risada animada e bate as palmas das mãos.

— Aí está o garoto que me impressionou! — exclama

— Acho que não diz o que vai fazer comigo, porque não vai fazer nada. — afronta — Se nos conhecesse, se soubesse de alguma coisa, você nos mataria. Mas não pode.

Eu observo os dois jogando como duas danças de cobras, eu ainda não parava de tremer pelo choque anterior mas meus sentidos maternos em relação a Carl reagiam mais rápidos que eu, minhas mãos suavam e eu as mantinha pressionada sobre minhas cochas.

— Talvez você tenha razão. Talvez eu não possa. — Negan diz  Vamos dar um passeio, gente! — fala pegando o taco e saindo pela sala, enquanto eu e Carl o seguíamos.

Negan pede para que preparem o caminhão e nos coloca nos bancos da frente, uma sorte muito grande de caber 4 pessoas e não ter uma Lei Seca no apocalipse.

— Daryl — Negan chama da janela, e meu irmão vai até a janela — Parece preocupado, então, vou levar o garoto pra casa. — explica, "Negan está me levando para Alexandria?"

— Se fizer algo a eles... — Daryl ameaça

— Dwight! — O homem interrompe — Daryl precisa ficar de castigo. Coloque-o na caixa por um tempo. — diz e vira com um sorriso para mim, colocando os braços em meus ombros, enquanto apenas o encaro de olhos cerrados, já Carl, falta rosnar e atacar Negan.

Alexandria, lá vamos nós

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