28 - Abalo

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✦Olá!

✦Desculpem a demora em att ARC, eu demorei para desenvolver esse capítulo. =/ ✦

Aviso: contém violência e pode causar desconforto em algumas pessoas. 

(***)

Para o bem ou para o mal, somos todos reflexos de experiências vividas.

Abalo

Os três garotinhos se encolheram em suas camas ouvindo os gritos femininos ecoarem por entre as paredes. Madara como mais velho tentava conter o choro de Izuna que estava assustado ao ouvir a mãe soar tão desesperada. Fugaku abraçou as próprias pernas quando a casa voltou a ficar silenciosa. Todos tinham lágrimas nos olhos. Aquela era uma rotina triste na vida deles.

E pensar que há poucas horas atrás tudo estava tão tranquilo. Mas foi só ele chegar que a atmosfera acolhedora se transformar em um inferno. Os dias que Tajima ficava fora eram os únicos que eles conseguiam ter paz, mas agora ele foi designado para a capital e não iria mais viajar por tanto tempo. Ao anunciar isso no jantar o genitor percebeu claramente o desconforto que a novidade causou a família e descontava isso na esposa sem dó nem piedade.

Não era a primeira vez que o pai deles batia nela, ele batia neles também, geralmente com a vara ou cinto. O único que nunca tinha sido agredido era Izuna porque Madara entrava na frente todas às vezes e Fugaku também, seu irmão bebê tinha apenas dois anos e eles não deixariam que sofresse nenhum tipo de violência.

Poucos minutos depois a porta do quarto foi aberta e a linda mulher entrou ostentando um sorriso falsamente tranquilo no intuito de acalmar os filhos. Não existiam evidencias da recente agressão que ela havia sofrido, mas era sempre assim. Ele nunca batia nas partes que ficavam a mostra.

- Vocês precisam dormir meus amores. – Com toda doçura que lhe era comum pegou Izuna no colo e começou a nina-lo cantarolando uma canção de ninar. – Madara, Fugaku se cubram direitinho com o edredom, essa noite vai ser fria.

Os dois garotos permaneceram olhando para ela, o mais velho com fúria visível e Fugaku cheio de tristeza. Madara até se preparou para falar, mas a sombra na porta do quarto o parou, Tajima os encarava sem entrar no cômodo.

- Vem logo para cama.

- Só vou colocar o Izuna no berço. – A genitora respondeu doce.

- Seja rápida.

Raivoso, Madara fitou o pai com os olhos cheios de lágrimas de ira e impotência e decidiu que pelo bem da mãe e dos irmãos, era melhor não dizer nada. Enrolou-se até a cabeça com violência. Fugaku manteve os olhos fixos na mãe, sua pouca idade não o deixava entender o porquê daquilo tudo acontecer.

- Aqui amor – os negros femininos não escondiam o cansaço por estar sendo submetida a tantas humilhações. – Eu cubro você.

- Mãe – espalmou a mão pequena na face dela. – Eu prometo que um dia eu vou conseguir proteger você.

- Você já protege, Fugaku – beijou a testa do filho. – Todos vocês o fazem.

°

Aquela exaustiva e injusta rotina não melhorou com o passar dos anos, na verdade ela só ficou cada vez pior. As motivações da insatisfação e frustração de Tajima eram um mistério e não faziam o menor sentido.

Ação, Reação e Consequência...Onde histórias criam vida. Descubra agora