Capítulo 4 - Existência quebrada

70 8 67
                                    



- S-sim, é meu nome. Você... Tá meio diferente. - O garoto dizia.

- Como assim? - Ruby o questionava.

- Você... Realmente não se lembra, não é? A boate, eu- - Antes de terminar sua frase, Kevin foi interrompido por Alice, que tampou a boca dele com a pistola.

- Shhh... Estamos em um espaço muito aberto aqui. Ruby, fica de olho nele, vamos levá-lo até nosso destino para continuar essa conversa. É o melhor a se fazer, acredite. - Ela retira o pé de cima do garoto e aguardava ele se levantar.

- Ah, claro. - Ruby ajudava Kevin a se levantar, deixando-o entre as duas.

- Então te nomearam de Ruby, finalmente sei seu nome, é um bem bonito. - Kevin olhava para a androide, como se estivesse olhando para memórias que ele jamais desejaria esquecer. Isso claramente deixa Ruby envergonhada, ficando com o rosto vermelho. O olhar de Kevin realmente tinha algum efeito nela.

Porém, o momento romântico foi quebrado por Alice, que revirou os olhos e sacou um par de círculos metálicos da mochila, prendendo-os nos pulsos de Kevin.

- Vamos logo, guardas podem aparecer. - Alice começa a andar em direção a seu destino, apertando um botão em um pequeno controle em sua mão. Isso faz com que aqueles círculos de metal nos pulsos do garoto se atraíssem, deixando os pulsos dele pertos um do outro. Era um par de algemas magnéticas.

- Então não estava vazia no final das contas. - Kevin olhava com uma cara de tacho para as algemas.

- Ah... Bem, vamos. - Ruby fica logo atrás de Kevin, que segue logo atrás de Alice.

O trio segue pela cidade, escondendo-se nos becos e se misturando na multidão. Como nenhum deles ali era 100% humano, os Hextecs que haviam junto de guardas fazendo patrulhas não os identificavam como ameaças, por consequência, nenhum dos soldados da Cybernature prestava atenção neles.

Apenas um que os parou, impedindo a passagem dos três pela calçada, ele pedia a identificação de Alice. A ciborgue mostra a palma de sua mão, um holograma de identidade surge nela, mostrando seus dados. Era obviamente uma identidade falsa, mas por já ter, o guarda deixou que prosseguissem.

- Por que o garoto está algemado? É um criminoso? - O guarda pergunta, desconfiado.

- Não não, é que meu irmãozinho é muito atrevido, então às vezes usamos isso para o levar de volta. - Alice conseguia fingir bem, principalmente por seu carisma. Mesmo desconfiado e sabendo que aquela desculpa era suspeita, ele permite que os três passem. Talvez ele não quisesse intrometer-se em um assunto "familiar".

Passando pelas ruas sem serem detectados, o trio chega em um beco, onde, atrás de uma lixeira, Alice coloca a mão na parede e uma espécie de sensor a escaneia. A parede se abre no meio, liberando uma passagem. Prosseguindo por ela, chegava-se a outro salão de esconderijo dos humanos, porém este era bem mais precário. Por estar em uma área daquele setor que era mais vigiada, não se podia enviar tantos recursos para eles, e ainda por cima não conseguiam um momento bom para levar todos a um dos três locais onde os humanos se refugiavam. Aquele era o terceiro e pior de todos, estava mais para um armazém. Os humanos ali passavam mais dificuldade do que nos outros, a comida era racionada e os olhares não eram dos mais alegres.

Alice passa por alguns refugiados, vendo como estava a situação. Como sempre, não muito boa, mas estavam tentando conseguir dinheiro de alguma forma para comprar mais alimento e recursos, o que justificou a tentativa de furto do garoto. Enfim, os três iam para a parte dos fundos daquele salão para pegar algumas peças.

Cyber Nature: AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora