Capítulo 8

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Quinta-feira, sua linda, você chegou!
Vamos com mais um capítulo. Ah, musiquinha do texto pra entrar no clima da noitada!

 Ah, musiquinha do texto pra entrar no clima da noitada!

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Heloísa

— Cancún, chegamos! — Gizele anunciou animada assim que o trem de pouso tocou o solo mexicano.

A empolgação me lembrava a de uma guia de turismo local que, às sete da manhã tentava animar os turistas sonolentos para que a viagem não fosse enfadonha. Quem visse a Gizele agora nem cogitaria a possibilidade de que ela passou as últimas doze horas em um avião.

— Eu só vou respirar aliviada quando passar pela imigração — debochei do meu recente histórico de deportação.

— Está repreendido! — Segurou a minha mão e deu três batidinhas no braço da poltrona que sequer era de madeira — Mas, para desencargo de consciência, deixe eu conferir, mais uma vez, os nossos passaportes.

Gizele se tornou a guardiã dos passaportes. Assim que embarcamos em Guarulhos ela o confiscou e guardou na sua bolsa, dentro de um bolso interno. Perdi as contas de quantas vezes o zíper da bolsa foi aberto para a simples conferência da segurança dos documentos.

A minha deportação deixou a minha amiga um tantinho mais neurótica que eu. Ela até chegou a propor um revezamento de sono para vigiar a bolsa, mas eu fui enfática em afirmar que essa era uma neura sem precedentes e então ela foi vencida pelo sono. Mas cada vez que despertava fazia sua conferência insana.

— Você sabe que se os passaportes tivessem desaparecidos magicamente não havia nada que pudéssemos fazer, né? — Arqueie a sobrancelha.

— Lógico que haveria! — Discordou veementemente — seu piloto teria que fazer um plano de fuga...

— Você é maluca! — Gargalhei.

— E nossos passaportes estão aqui — abanou-se com eles — agora levanta essa bunda da poltrona que estou ansiosa para conhecer o comandante Salles.

Cada vez que a voz do Comandante Salles ecoava no avião, minha amiga me cutucava sorrindo e fazia piadas sobre a sua voz ser sexy ou ainda como seria conhecer a cabine dele em modo particular.

— Já disse que ele não é meu piloto Gi e não esqueça que ele está em local de trabalho.

— Não se preocupe, jamais passou pela minha cabeça agarrá-lo e dizer: Obrigada pelas passagens e por salvar a minha amiga. E a propósito: você é muito gato! — Ela piscou para mim.

— É a sua cara fazer isso.

— É mesmo — sorriu — vou fazer tudo isso, mas quando ele não for o piloto do voo, mas sim o seu piloto.

Revirei os olhos.

            A fila no corredor do avião já estava na metade, mas ainda faltava muita gente descer e isso me deixou ansiosa. Não sei se a ansiedade era a palavra que mais se aplicava no momento, mas eu estava com as mãos frias e o coração acelerado. Uma parte minha atribuía essas sensações pelo que aconteceu no Chile e o medo de que isso torne a se repetir. A outra parte, a predominante, estava ansiosa para encontrar o comandante e saber se minha amiga se comportaria.

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