Homem - 27 Talvez um dia

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Não precisa muito para as  lembranças sórdidas virem a tona, todas as lembranças do que nunca tivemos. Lembranças de minha mente devassa, mente que anseia por coisas que pra muitos é suja talvez imunda.
Ele consegue acessar essa parte de mim com tal facilidade que  esqueço até da mulher que sou.
O lado feroz da Loba insana vem a tona, desejando, até que meus dedos fazem o papel de sua mãos.
Faz o infeliz papel, de ser o que não está ao alcance das mãos que eu realmente queria em mim.
E meu corpo pede, implora por seu toque, e inutilmente eu reclamo em gemidos, tomada pelo tesão de ouvir sua voz, me chamando muitas vezes de "putinha", "safada"...
E com um desejo incontrolável gozo chamando o nome do homem que tantas vezes já me tirou o sono.

O corpo extremesse em reflexo de sua imagem não tão nítida na mente.
As mãos molhadas por fluidos se tornam prova de um crime cruel contra meu eu, eu que deseja incessantemente ser de alguém que um dia ,talvez um dia, será meu!

Mil Homens Uma MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora