Capítulo Sete - Um jantar e um acordo.

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hm hm hm

. . .

— Estão liberados. — O professor de História da Moda murmurou, antes de ajeitar os grossos óculos de armadura redonda e metálica, algo típico dos professores da universidade. — Não se esqueçam de ler os capítulos do livro. Na próxima aula, teremos um debate sobre o assunto.

Marinette girou o corpo. Pegou a mochila, jogou sobre o ombro e os dois cadernos que não cabiam na pequeniníssima Adidas cuja estampa floral combinava com o seu jeito de moleca resolveu levar sobre os braços. Saiu da sala com o nariz empinado.

Qualquer um que a olhasse, pensaria que era uma aristocrata de primeira, mesmo que não fosse. E não, não tentava passar tal visão para as pessoas, era apenas seu jeito de ser. Soltou um suspiro pesado ao andar pelo corredor.

As três ultimas aulas haviam sido canceladas. Por algum infortúnio, a professora havia pego uma virose e sequer conseguia chegar na porta sem vomitar em todo o seu vestido preto que sempre usava. Seu plano era ir para casa, tirar o resto da noite de folga, porém, a ideia de importunar Nathan invadindo a aula de Gütson (que, por algum motivo desconhecido, adorava-a e ficava extremamente triste por ela ter escolhido design ao invés das artes plásticas) parecia mais atraente.

Encontrou Nathanael no fim do corredor, indo para a sala do dito cujo.

— Nath! — Pulou em suas costas, assustando o ruivo, que quase deixou-a cair no chão.

Quase porque Nathanael não sabia ser mau, principalmente com ela.

— Marinette! — Revirou os olhos turquesas. — Eu ainda vou te deixar cair e se quebrar toda, é isso que você tá merecendo!

Ela riu, e entrelaçou seus braços.

— Minhas três ultimas aulas foram canceladas, vou invadir sua sala.

— E tirar a atenção de todos os alunos com esse seu charminho? Não mesmo! Vou te enfiar em um Uber.

— Ou você poderia me emprestar a chave do seu carro...

— Nem mesmo nos meus sonhos eu te entregaria a chave da minha Range novinha. — O ruivo torceu o nariz com uma careta. — Aquilo custou um rim!

— Você veio de berço de ouro, Nathanael! Nem vem com esse papo. — Ela riu. — Mas... ainda preferia a sua Mercedes.

— Diz isso apenas porque ela era vermelha, e você adora vermelho.

— Talvez! Mas a Range Rover preta não destaca tanto esse seu cabelo de tomate.

— Como quiser, Marinette. — Revirou os olhos. — Como foi sua aula?

— Hmmm, percebi que, enquanto estamos em dois mil e dezenove, Maison Close está em dois mil e trinta e oito com suas calcinhas abertas.

— Calcinhas abertas?

— É. — Marinette fez uma careta pensativa. — É... tipo uma calcinha normal, mas ela é aberta. Só protege os grandes lábios. Perfeita para uma secretária que queira uma rapidinha com o chefe na sala dele.

Nathanael riu.

— De onde você tira essas coisas?

— Minha criatividade é infinita, uma pena você não ter percebido isso ainda.

Ele meneou a cabeça em negação, antes de passar o braço ao redor dos ombros dela. Marinette deitou a cabeça em seu ombro enquanto continuavam a andar.

— E Marc? Progressos?

— Caímos juntos em um trabalho. Retrataremos a Art Nouveau com a recriação de um dos quadros de Toulouse-Lautrec. Ainda não decidimos qual, mas ele vai na minha casa sexta.

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