Capítulo Dez - Babá de corno.

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pega o berrante que o gado tá vindo

. . .

Se tivesse gravado, com certeza conseguiria uma nota preta de alguma revista de fofoca.

De fato, Alya Cesaire estava certa. Se tivesse gravado toda aquela confusão, sua conta bancaria iria à loucura, não só ela, como as tão reconhecidas revistas de fofoca e os seus leitores, formigas que pecavam pelo açúcar (que, nesse caso, era a vida alheia de gente rica que nunca conheceriam, e raramente se igualariam).

Adrien não era mais motivo para revistas de fofocas, apenas aparecia quando tinha alguma suposta namorada ou qualquer pessoa que poderiam supor que era alguém entrando na vida daquele homem tão fechado. Em relações a grandes confusões, seu tempo de capa de revista havia parado logo após os vinte anos.

Antes dos vintes, era fácil achar alguma confusão relacionada a ele. Escândalos que mais serviam como provocação aos pais, uma maneira de chamar a atenção de Gabriel da pior maneira possível, o único jeito de quebrar com as fotos perfeitas que ele exibia ao mundo

Após tal idade, aquela vontade de chamar atenção havia cessado. Com o começo da Agreste, logo pegando um lugar de renome no mercado financeiro, Adrien pareceu não ter mais tempo para aquilo, muito menos vontade. Rendeu-se aos fotógrafos e ao teatro de família perfeita que os Agrestes sempre fizeram. Deixou as brigas apenas no interno, onde somente ele e a família saberiam. Não tinha mais porque exibir ao mundo e acabar com sua reputação.

Todavia, se a confusão daquela noite acabasse em algum site, Adrien Agreste seria o assunto de boa parte da semana.

Afinal, não era normal um CEO como ele quebrar o nariz de um sócio com socos.

Marinette se lembrava bem da faceta dele quando viu Kagami montada no homem de cabelos morenos, mas ele havia se movido tão rápido que quase não percebeu quando ele saiu de seu lado. Apenas viu quando ele levantava o homem de seu sofá, ante de socar seu rosto com força, fazendo-o cair no chão com o nariz esguichando sangue.

Adrien tinha um problema com raiva, e ela sabia disso.

Ser próxima dos Agrestes era um dos motivos sobre ter tanto conhecimento sobre aquela família que, por debaixo dos panos, era tão problemática. Chloe, no passado, teve um sério problema com bulimia por causa da "ditadura da moda". Felix se estressava tanto por trabalhar com Gabriel que quase acabou viciado em calmantes. Adrien ficava irracional quando estava com raiva.

Era como um touro, que ao ver o pano vermelho do toureiro, perdia o senso e só queria atacar. Era como um meio de defesa. Atacar para cessar a raiva, atacar para se sentir melhor, atacar para... será mesmo que tinha um motivo? A irracionalidade de seus atos em tal estado era exatamente pela falta de motivo. Ele apenas atacava.

Chloe havia lhe dito que aquilo havia parado. Que fazia anos que Adrien não se metia em uma briga por um ataque de raiva, que fazia tempo que ele não a pedia que subornasse fotógrafos e jornalistas que queriam informações sobre uma suposta briga onde ele quebrou a cara de algum idiota que mexeu com ele ou alguém que ele gostasse. Chloe, também, sempre lhe dizia que os ataques de Adrien não eram somente uma coisa de cinco minutos, tampouco era fácil de acalmar. Era como domar um leão irado.

Ela soube, em detalhes, como isso era verdade naquela fatídica noite.

Kagami gritava para que ele parasse, mas não se atrevia a entrar no meio. Marinette estava estática, vendo a cena em sua frente. Adrien parecia muito mais forte que o cara, que estava tomando uma bela surra, e tentava revidar. O máximo que conseguiu fora acertar o rosto de Adrien, cortando seu lábio e fazendo gotas de sangue escorrerem por seu queixo. Perto do que Adrien havia feio em si, aquilo era pouco.

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