Capítulo 7

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Outra foto do Jorge, pra quem tem memória fraca (rsss

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Outra foto do Jorge, pra quem tem memória fraca (rsss...)

Finalmente chegou o dia do meu laboratório com Jorge, e fui encontrá-lo na delegacia onde ele trabalhava. Na hora marcada, falei com o policial que atendia na recepção e ele me conduziu até seu escritório, onde ele estava me esperando. Quando entrei, dei uma olhada rápida no ambiente, cuja decoração era requintada mas minimalista, com uma estante onde havia diversos livros (muitos de Direito, mas também percebi alguns romances policiais, clássicos da literatura brasileira e uma ou outra biografia), além de uma imagem de Nossa Senhora com uma coroa de rosas na cabeça e uma de outro santo, com uma veste preta de formando e segurando um pergaminho numa das mãos (depois descobri que eram Nossa Senhora da Rosa Mística e São Ivo, padroeiro dos advogados), dois quadros na parede, além de fotos onde ele aparecia com algumas pessoas, provavelmente membros de sua família, e um birô diante do qual ele estava sentado, coberto de documentos e processos. Ao me ver, ele sorriu e levantou-se para me cumprimentar, fazendo com que eu reparasse na sua calça cinza de microfibra e na sua camisa branca, com uma gravata escura, sem paletó por cima. Verdade que nenhuma visão se comparava àquele corpo quase sem roupas, mas as que ele vestia assentavam nele como uma luva, um homem elegante além de bonito definitivamente é algo agradável aos olhos.

- Bem-vindo ao meu espaço, Gustavo. Sei que não é o que você costuma frequentar, mas espero que goste, fico feliz que esse filme tenha nos dado uma oportunidade de nos reencontramos. – Disse com uma expressão acolhedora.

- De fato não costumo frequentar esses ambientes, Jorge, a última vez que vim em locais desse tipo foi na época do meu processo contra aquele jornalista, e isso foi traumático. Mas são águas passadas, e quero aproveitar essa nova oportunidade profissional. Por isso, queria conversar com você e os seus colegas sobre o cotidiano de vocês, os procedimentos que têm de seguir, conhecer algumas histórias e, sobretudo, vê-los em atividade. Tentarei não atrapalhar, mas boa parte da minha preparação aqui consiste principalmente em observar, eu preciso captar o ambiente para passar confiança para o público, ele tem de sentir a veracidade do trabalho. – Justifiquei-me, pois mesmo que o foco do filme fosse mais no romance e na boate ele também teria momentos importantes na delegacia e na investigação de rua, e eu precisava convencer como um delegado durão e gay enrustido.

- Sem problemas, Fábio (o nome do produtor) me explicou o quanto esse laboratório é importante para vocês. Eu e minha equipe vamos colaborar, meus colegas de trabalho já foram avisados para responderem a todos os questionamentos que você quiser. Contudo, uma coisa eu não poderei permitir, que é você participar de qualquer operação nossa fora daqui, mesmo que seja só para constatar uma morte. Não se chateie, mas isso é para sua segurança e também para a nossa. Não conseguiríamos ter todo o foco no nosso trabalho se tivéssemos que partilhar nossa atenção em proteger alguém de fora, que, por não ter o nosso preparo, ficaria mais vulnerável. – Disse-me com uma expressão séria.

- Não vou dizer que fico satisfeito com isso mas entendo. De qualquer forma, vocês têm vídeos de algumas dessas operações? Caso eu pudesse assisti-los, isso compensaria eu não poder acompanhá-las, posso observar os procedimentos através delas. – Disse fazendo valer um dos princípios que valorizo mais, que é o de sempre me adaptar às circunstâncias.

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