Capítulo 50

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Por que o homem malvado não deixa eu ver a minha família? A mulher é malvada também, a tia Mirela sempre briga comigo perto deles, e depois, quer me tranquilizar

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Por que o homem malvado não deixa eu ver a minha família? A mulher é malvada também, a tia Mirela sempre briga comigo perto deles, e depois, quer me tranquilizar.

Ela é louquinha!

Eu apenas pedi um pouquinho de água, e eles me trancaram no quarto escuro, eles falam que crianças malvadas precisam ficar aqui, mas eu não sou malvado, sou bonzinho.

Minha voz já não sai certinhu, sinto uma dor na minha gargantinhazinha, e sinto minha boca seca, minha barriguinhazinha dói, a minha respiração está ficando fraca, e meu coraçãozinho parece querer dormir.

Será que eu posso deixar? Ele está cansado, eu também, nós dois precisamos descansar, depois acordamos rapidinho.

Nunca perguntei para a Titi e para o Papai se eu podia deixar meu coraçãozinho descansar, acho melhor não fechar os olhos, vai que o preguiçoso pensa que pode dormir e me deixa aguentando o sono sozinho?

Olho para minha mãozinha, e vejo a pulseira que Titi me deu.

Ela sempre pediu para não tirar, de jeitinho nenhum, e quando os homens malvados a viram, eu peguei ela na minha mão, escondendo em seguida, dizendo a eles que tinha perdido, eles não conferiram, esse bebê aqui tem um charme

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Ela sempre pediu para não tirar, de jeitinho nenhum, e quando os homens malvados a viram, eu peguei ela na minha mão, escondendo em seguida, dizendo a eles que tinha perdido, eles não conferiram, esse bebê aqui tem um charme...

Eu não posso perder minha pulseira, ela é importante pra mim, ela é minha companheira de nascimento, sabia? Eu aprendi a escrever meu nome por causa da pulseira... L - I - A - M, é um nome tão bonito, não é? Foi minha Titi que escolheu, Papai me contou que se ele escolhesse seria Enzo, mas no fim, deixou Titi escolher.

Ainda bem, já conheci sete meninos chamados Enzo na minha escolinha. Agora Liam? Apenas eu, afinal... Eu me conheço, certo?

Será que a Titi e o Papai realmente não me amam mais? As pessoas malvadas falaram que eu sou muito chato, insuportável - eu não faço a mínima ideia do que isso significa, deve ser algo bom, não é? - e que crianças malvadas não merecem amor da família, mas eu sou tão bonzinho.

Ok, eu apronto às vezes, mas eu não sou malvado, apenas sapeca!

Saio dos meus pensamentos quando ouço passos, aqui é tão escuro e abafado, eu abraço meu próprio corpo, segurando minha pulseirinha na mão, e conversando silenciosamente com o Papai do Céu.

Papai do Céu, Anjinho, se vocês estiverem mesmo sempre comigo, me ajuda, por favor.

A porta é aberta, e ali vejo uma mulher, junto de um homem. Sua postura forte e intimidante preenche toda a porta, seus ombros são largos, seus braços com veias saltadas, parece que vão explodir, seus cabelos são em um castanho mogno, seus olhos são cinzas, sua pele é morena e ele usa um relógio brilhante em seu braço esquerdo.

A mulher é baixa, seus braços são finos, e seu rosto é magro e abatido, ela não possui brilho nenhum, nenhum acessório. Sua pele é clara, seus olhos são castanhos, e seus cabelos são loiros, em um longo comprimento com pequenas ondas nas pontas. - Uou, parece que eu aprendi a analisar bem as pessoas, assim como o Papai.

— "Esse é o pestinha?" - o homem diz, e eu aperto mais meus braços em volta do meu corpinho, escondendo minha pulseira no bolso do meu casaco.

— "Sim, o nosso pote de ouro." - a mulher diz, e eu coloco meu rostinho sobre meus joelhos juntos e dobrados.

Quando o homem se aproxima, levanto a cabeça levemente e vejo um paninho branco em sua mão - eu não sei qual, não entendi ainda essa história de "mão esquerda" ou "mão direita".

— "Olhe para o seu mestre, pirralho." - ele diz, e eu penso em cuspir em sua cara. "Seu mestre", essa é boa.

Como estou sem forças para ser travesso, apenas o obedeço.

Levanto meu olhar para ele, e antes de poder pensar em qualquer coisa, o pano que estava em sua mão vai para meu narizinho... Sinto um cheiro forte e enjoativo, e após alguns segundos, vou perdendo os sentidos. O que antes já era escuro, se torna silencioso, assustador e sem pensamento.

Saio do escuro silencioso após muitas horas, eu acho, e agora vejo uma mulher diferente. Ela me parece familiar... Sua estatura é baixa, seus ombros são largos, e ela possui alguns músculos, sua pela é clara como a minha, seu cabelo é um castanho claro levemente ondulado, seus olhos são verdes, e suas mãos estão carregadas de anéis, sua unha está com um tom vermelho, e ela têm muitos acessórios espalhados por todo seu corpo.

— "Pensei que lembraria de mim sem precisar de uma análise tão longa, filho!" - ela diz, sua voz é doce, mas não me passa tranquilidade como a de Papai e a da Titi.

Algumas imagens passam por minha mente, e eu abro minha boquinha em um perfeito "O".

— "M-mama?" - eu pergunto incrédulo, e ela assente sorrindo. Ela vai me salvar.

• Será que a "mama" salvaria o Lili? 🤔

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• Será que a "mama" salvaria o Lili? 🤔

SAVE YOU - Primeira Temporada {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora