Capítulo 4

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— O que diabos estamos fazendo aqui? — Sussurrei para David, cobrindo meu rosto com a mão.

— Vamos comprar um coelho — Respondeu com sarcasmo.

  Estava pronta para socá-lo quando uma jovem vendedora se aproximou de nós.

— Bom dia, clientes. — Ela nos saudou, sorridente. — O que estão procurando?

— Estamos… — David interrompeu a frase ao perceber que eu ainda cobria o rosto. — Só um momento.

  Ele tentou tirar minha mão, mas eu relutei. Travamos uma ligeira briga de mãos até que ele, por fim, conseguisse me fazer mostrar o rosto.
 
  A vendedora estava confusa e um pouco constrangida com o que havia acabado de presenciar. Dei um sorriso amarelo para ela.

—  Então — Continuou ele, como se nada houvesse acontecido — Procuramos algo para o primeiro encontro.

  Me engasguei com a saliva e comecei a tossir histericamente.

  A vendedora me olhou preocupada.

— Ela costuma agir assim quando está ansiosa — Explicou David. — Não importa. Podemos olhar algumas opções?

— Sim, claro. — A vendedora respondeu.

  A seguimos até uma ala afastada, onde não havia quase ninguém. Se tratava das peças menores. Me senti envergonhada. Droga, eu realmente tinha os seios tão pequenos assim?

— Veja esse — Ela mostrou uma peça amarela, com renda fina, para David. — É delicado, mas ao mesmo tempo sensual.

— Por que você está mostrando para ele se quem vai usar sou eu? — Indaguei. A vendedora sorriu.

— Você vai usar — Ela respondeu — Mas com certeza quem vai aprovar mais tarde será ele.

— De jeito nenhum — David e eu falamos ao mesmo tempo.

  Nos entreolhamos. Por que aquilo soava como uma ideia tão terrível para ele?

— Sou apenas o amigo. Ela vai usar com outra pessoa — Esclareceu David.

  Embora ainda não soubesse quem era essa outra pessoa. Qualquer justificativa era melhor do que a possibilidade de ser com Dong-Yul. Por isso, concordei com a cabeça.

— Oh, sendo assim, peço perdão. — Ela direcionou a peça para mim. — Como eu ia dizendo, aposto que essa cor irá combinar perfeitamente com o seu tom de pele.

— Você acha? — Intuitivamente perguntei para David.

— Com certeza. Amarelo é a sua cor!

  A vendedora olhou para ele e depois para mim, então mordeu o lábio inferior tentando conter um sorriso.

— Quero dizer — Cocei a garganta, sem jeito. — Acredito que ele. Ele. vá adorar. Vou levar este.

— Mais alguma coisa, senhorita? — Perguntou a vendedora ocasionalmente.

— Sim, este também.

Peguei uma peça aleatoriamente, tentando me livrar daquele situação constrangedora o mais rápido possível.

  Passamos tudo no meu cartão. Já que, obviamente, David não tinha dinheiro nem mesmo para pagar por algo cujo qual ele deu a ideia.

  Andamos por mais lojas. Experimentei algumas roupas. Ainda que David fosse exigente demais em tudo o que eu usava, não o deixei escolher por mim. Não queria criar mais uma situação embaraçosa, além do que já aparentavámos.

 Mais que amigo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora