⇢ Capítulo Quatorze

138 15 18
                                    


Meu plano era simples e lógico, porque, de acordo com o que eu imaginava, havia apenas um plano de ação possível para mim. Eu tinha que refazer meus passos e começar de onde o carro tinha sido abandonado. Porque se eu conseguisse encontrar o lugar onde os ladrões pegaram o carro, talvez de lá eu pudesse traçar o meu caminho de volta para onde eu tinha estado preso. Parecia razoável. Então eu voltei para o terreno baldio ao lado da loja de bebidas e fiquei de tocaia.

O quarto que eu aluguei era geralmente alugado por hora, em vez de diário. Isso foi o que o gerente me disse, enquanto contava as dez notas de 20 dólares que lhe dei. Ele normalmente não cedia a chave do banheiro, mas já que eu havia pago em dinheiro, ele me daria acesso ao chuveiro, mas eu não deveria emprestá-la. Ele não precisava se preocupar, eu não estava pensando em receber ninguém. Ocupei meu lugar no parapeito da janela do meu quarto e observei o terreno baldio à minha frente. Eu estava convencido de uma coisa: os dois rapazes que haviam roubado o carro dos sequestradores moravam em algum lugar daquele bairro. As pessoas eram criaturas com hábitos, por isso a minha teoria era que, se eu ficasse vigiando a loja de bebidas, encontraria os homens que eu estava procurando.

O calor no quarto era mínimo, então fiquei com a minha jaqueta, cachecol e gorro enquanto olhava através dos meus binóculos. Atendi o telefone quando ele tocou sem sequer olhar para ele.

— Olá?

— Luke, onde está você?

— Em uma tocaia, —  eu disse ao meu irmão. — Como está Michael?

— Ele acordou esta manhã e quer ver você.

— Boa tentativa, —  eu disse lentamente, verificando a rua para cima e para baixo. — Eu conversei com uma das enfermeiras esta manhã. Ela disse que ele estava dormindo profundamente e que ele vai ser liberado da UTI hoje.

— Onde está você?

— Eu já respondi.

— O que isso significa? Onde você está fazendo essa tocaia?

— Veja bem, eu tenho uma teoria.

— Deus, será que eu quero mesmo saber?

— Não, escute, se eu começar de onde eu fui deixado e encontrar os caras que tomaram o carro dos sequestradores, então eu tenho um ponto de partida.

— E você não acha que os policiais não pensaram nisso.

— Já que eles nunca se incomodaram em me perguntar como eram os ladrões de carro, eu acho que não, eles nunca pensaram nisso.

Houve um silêncio.

— Sabe, eu esqueço de dizer o quanto você é inteligente, às vezes, e você é. Essa linha de pensamento não é má ideia, no entanto, deixar a polícia cuidar disso ainda é a melhor opção.

— Então você acha é uma boa ideia? Retroceder? —

— Sim. Quando você perde algo, você refaz seus passos. Procura saber onde estava, para começar a procurar pelo último lugar. Faz todo sentido.

— Não é?

— Mas isso não significa que você deve fazê-lo sozinho. Diga-me onde você está e eu vou ficar com você.

— Não, obrigado, eu posso cuidar disso.

— Pode o cacete. O cara que quer pegar você pode estar te observando agora. Você poderia ser morto ou pior ou... só me diga onde diabos você está antes que eu chame a polícia.

— Pode chamar; eles não conseguem encontrar um sequestrador que tentou matar um deles, você acha que eles podem me encontrar?

— Luke...

⛓️ 𝐅𝐈𝐑𝐄𝐏𝐑𝐎𝐎𝐅 ─ 𖥻mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora