the perfect man | taekook

um

"Precisa ser lindo."

– Vou virar hétero.

– Como é???

Não vejo alternativas para mim. Meus relacionamentos são sempre recheados de caos, incertezas e o pior: traições. Por que sempre atraio tipos assim para minha vida? É carma, sina, macumba... é trabalho feito, só pode ser!

Jimin, meu melhor amigo, bate com o copo na mesa e me encara, efusivo. Sei que ele vai jogar a verdade na minha cara e não estou afim de sermões hoje. Ajeita a franja rosa para o lado e estreita os olhos, mirando-me bem lá no fundo.

– Nem vem, não quero ouvir. – balanço as mãos, defendendo-me de sua fúria sábia.

– Porra, Tae. Se você me escutasse, não se materia com tipos como o Baekhyun. O babaca é um pegador, um galinha filho do demônio, e, ainda assim, você assumiu o risco.

– Puta que pariu. – resmungo.

– Para piorar a situação, deu-lhe um chute no saco e quebrou o nariz do cara no meio de uma reunião importante para agência. Perdemos o cliente e você, a compostura e o emprego. – ele para e respira antes de arrematar: – Vai se foder, você tem merda na cabeça?

– Jiminie, não me crucifique. – jogo a cabeça para trás, entregando os pontos. – Você tem razão em tudo e eu te odeio por isso.

– Claro que me odeia, sou seu amigo e digo as verdades na sua cara!

– Droga, Jimin, o que farei da minha vida agora? – encolho os ombros, batendo com a testa na mesa do Starbucks. – Como pude ser tão burro?

Burrice ao quadrado é a minha marca registrada desde os doze anos de idade. Esse traço marcante da minha personalidade estourada e um tanto desequilibrada já me meteu em altas confusões. Algumas até bem sérias que acabaram por ferir a minha alma.

O que eu tinha na cabeça para acertar o Baekhyun daquela maneira ao final da reunião? Nem sei se realmente estou apaixonado pelo cara! Agi de forma intempestiva, sem pensar nas consequências. E agora pagarei o dobro por tamanha estupidez.

– Aproveite a demissão por justa causa e tire umas férias. Vá visitar o seu velho, passe um tempo com seus avós. Fará bem a você. – Jimin se desarma e toma minhas mãos entre as suas. – Taehyung, enquanto você respirar, sempre haverá uma saída.

– Belas palavras. – deixo um sorriso lacônico escapar. – Sei lá, acho que Deus desistiu de mim. Não tenho salvação, Mochi.

– Ah, cale a boca, também não precisa ser tão dramático. – Jimin passa suas mãozinhas pelo cabelo tingido e suspira alto. – A indenização vai acabar com suas economias também, já pensou no que vai fazer?

– Que saco. – chacoalho a cabeça, descrente. – Nenhuma empresa de Seul receberá meu currículo depois do que aprontei. Cavei minha própria sepultura e me atirei de cabeça.

– Nada que o tempo não resolva.

– Talvez eu deva mesmo ir para Seonggi. – digo, resoluto. – Ajudar os velhos na pousada, chorar no colo do meu pai, curtir uma solidão à beira-mar... não será de todo mal. Mas é melhor eu deixar meu revólver por aqui, ou atirarei nas têmporas na primeira oportunidade.

– Melodrama barato esse. – Jimin revira os olhos, no maior tédio. – Sabe que pode sempre contar comigo, não sabe? – ele enfatiza.

– Obrigado, neném. É muito bom ter você na minha falida vida.

•

seonggi é uma cidade pequena que consegui inventar em quatro minutos. outra coisa, não estranhem se em algum dos capítulos, o tae citar q todo mundo lá é fofoqueiro.

e eu tô aq torcendo pro wattpad não bugar esse capítulo. mas e aí, já deixou o votinho?