treze

55 9 15
                                    

"Te querer é o meu desejo, te amar é meu sentimento e te sentir é minha realidade." – kéeko Silva.


Tico e Teco estão em ordem, mas Jungkook prescreveu um comprimido e pediu para que eu fique alerta a qualquer alteração na visão, enjoo zumbidos no ouvido e dores de cabeça.

Eu poderia ter saído da sala e voltar ao meu trabalho. Mas não. Eu e minha maldita boca gigantesca.

– Como está aquela mimada da Joohyun? – quando vi, já tinha feito a pergunta com um cinismo peculiar.

Jungkook ergue as sobrancelhas, um tanto surpreso. Em seguida, estreita os olhos escuros na minha direção, fuzilando-me.

– Está falando da minha noiva, Taehyung. É melhor medir suas palavras daqui em diante.

Murcho na hora. Puta que me pariu, eu sou muito idiota. O que me deu na cabeça ao fazer uma pergunta dessas? Eu tinha mesmo que dar uma alfinetada? Que droga, estava tudo indo tão bem!

– Me perdoe, Jungkook. – engulo com dificuldade. – Então estão mesmo noivos?

– Por que o espanto?

– Sei lá, nunca imaginei vocês dois juntos. – balanço a cabeça para os lados, nervosamente.

– Quando você foi embora, nós tivemos um caso. – seguro o ar nos pulmões. – Mas não foi nada sério. Fui estudar em Londres e ela nos EUA. – ele leva as mãos nos bolsos da calça de cintura baixa e eu desvio o olhar.

Minha nossa.

– Voltei há dois anos e retomamos o que ficou pendente. – silêncio sepulcral. – O gasparzinho não lhe contou?

– Sobre o caso ou sobre o noivado? – dou de ombros. – Quer saber? Sua vida amorosa não me interessa, Jungkook. – as palavras saem queimando.

– Melhor assim.

– Sim, com certeza. – bufando, arranco a receita de sua mão e saio pisando duro dali.

[ breaking of time ]

Bato a porta do meu escritório com força. O único quadro preso à parede treme em desacordo. Recosto-me na madeira laqueada de branco e vou escorregando o corpo, até dar com a bunda no chão.

Estou furioso, mas não é só isso. Uma tristeza ácida, uma mágoa irritante começa a tomar forma. Meus olhos estão marejados, o corpo estremece, meus lábios se franzem e eu me sinto péssimo.

Porra, estou chorando de soluçar. Amasso a receita e atiro longe, como se isso pudesse fazer eu me sentir melhor. Eu tinha fantasiado esse reencontro de outra forma, não assim.

Em meus pensamentos insanos, o vento estaria forte como em comerciais de shampoo e eu caminharia com meus cabelos balançando ao vento. Jungkook estaria lá na frente, hipnotizado. Era assim que eu imaginava esse reencontro! E em câmera lenta!

Abano-me com as mãos espalmadas, secando as lágrimas teimosas que caem. Respiro fundo e me aprumo, dizendo ao meu ego destruído que eu me garanto.

Levanto-me e reabro os botões de minha camisa, alisando os cabelos para trás. Barriga para dentro, peito estufado, cara de matador. Seco uma última lágrima, jurando a mim mesmo não derrubar mais nenhuma. Afinal, não há motivo para tanto alarde.

Jungkook é só um cara do meu passado. Tudo bem, reformulando: é só um cara megagostoso do meu passado. E ele cheira a orvalho, com uma boca escultural. E seu olhar queima ao toque e tem um corpo fenomenal, daquele tipo que suspiramos "ô, lá em casa!".

Porra!

Ligo para Jimin pelo Skype. Cinco segundos depois, numa tremenda sintonia, ele atende, já perguntando:

– O que houve? Sério, senti que você estava morrendo e precisava de mim. Já estava com o celular na mão para ligar.

– Ai, Mochi. – choramingo.

– O que aconteceu? Me conte tudo.

Jimin é meu melhor amigo no mundo e eu o amo. Ainda assim, arranco gargalhadas dele conforme minha narrativa ganha voz. Ok, sei que sou um palhaço, mas ele poderia se segurar, não?

Numa irritação desmedida, faço menção de desligar. Jimin segura o sorriso, mas não consegue ficar sério e me aconselhar. Recosto na cadeira com fúria e cruzo os braços, na maior rebeldia.

– Não deve ter sido tão horrível como você contou, Sr. Rei do Drama. Aliás, no dia em que você escrever um livro, já tem um título. Até vejo, em alto-relevo: Drama Queen – o rei do mimimi.

– Cara, você precisa me levar a sério! – sacudo monitor do notebook, como se fosse o próprio Jimin quem estivesse na minha frente. – Estou dizendo, esse foi um dos piores dias da minha vida. Eu só fiz merda, falei besteira, fui um imbecil. Jimin, me mata, por favor.

– Matarei sim, dentro de quinze dias. – ele revela para meu alívio imediato. – Finalmente consegui as férias vencidas. Portanto, segure essa sua maré ruim, porque, quando eu chegar, vamos abalar essa cidadezinha para sempre.

– Isso se eu não cortar os pulsos até lá. – cerro as pálpebras, derrotado.

– Cala a boca, Tae. Escute, deve haver alguma coisa legal para fazer hoje aí na cidade. Dê uma checada, saia para uma balada com o Jin. Encha a cara e seja feliz. – ouço alguém chamá-lo. – Mas que caralho, eu preciso ir. Mas antes, último conselho do seu best friend: fique longe do Jungkook. – uma pausa para respirar. – Promete?

– Prometo.

tarefa difícil é ficar longe do Jungkook.

avisando aq que os próximos capítulos serão mais interessantes (eu acho, neh).

até a próxima atualização

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

até a próxima atualização. ❤

the perfect man | taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora