"Ele só pensará em mim."
Golden rola nas alturas enquanto afundo o pé em Lúcifer, meu jipe Troller pra lá de incrementado. Aos prantos, minha voz atinge as alturas, acompanhando com a cabeça as batidas da música e os acordes de Harry Styles.
As unhas arranham o volante de plumas avermelhadas quando relembro o que se passou e para onde estou indo. Faltam sessenta quilômetros para o meu destino.
Quando as coisas não saem como deveriam, fujo para o colo do meu pai. Ele sempre sabe o que fazer, mesmo que a coisa esteja preta para o meu lado. Estou no fundo do poço, e só ele poderá me salvar.
Ouço uma sirene e olho pelo retrovisor. Mas que merda! Meus olhos correm até o velocímetro e xingo alto, esmurrando o volante com punho fechado. Mil vezes merda!
Meu pé desacelera e dou seta para direita. Bufo alto antes de desligar o som e o motor do carro. Não tiro o cinto de segurança, mas já me preparo para o que virá. Abro a janela lateral e aguardo aproximação do policial rodoviário.
– Documentos. – a voz grave e altiva me faz gelar.
– Um minuto. – abro a mochila e saco os documentos lá de dentro. Por sorte está tudo em dia.
Estendo a carteira com todos os documentos relevantes. Através do meu óculos zerado, noto que esse é o tipo policial metido a besta, com "olhinhos police" e cara de malvado.
– Seu velocímetro está com problemas? – ele indaga, num tom arrogante.
– Acho que não – sou curto na resposta.
– Estava quarenta por cento acima da velocidade permitida. – ele checa a documentação. – Para onde está indo?
– Seonggi.
– Talvez não chegue lá inteiro se mantiver essa velocidade. – ele baixa os óculos para me encarar. – Pode sair do carro, por favor?
– Claro. – respiro fundo, inconformado, antes de desatar o cinto de segurança. – Eu realmente não percebi que estava correndo tanto.
– Nenhum motorista pé de chumbo percebe. – o policial franze os lábios e engulo em seco. – O que são essas caixas? Você tem a nota fiscal desses produtos?
As caixas a que ele se refere são da minha megacoleção de sapatos. Duzentos e oitenta e dois pares no total. Gosto de mantê-los em suas caixas originais, onde faço uma janelinha e nomeio um por um. Não sou louco, apenas gosto de sapatos.
– Não são produtos, são sapatos. Estou de mudança para Seonggi e esses são meus móveis. – reviro os olhos quando o policial arqueia as sobrancelhas, incerto.
– Tudo isso são sapatos? Para uso pessoal? – ele bate com a caneta na boca, mirando-me.
– Algum problema com isso? – há certa irritação no meu tom e o policial percebe.
– Abra o porta-malas e essas caixas. Farei uma averiguação mais detalhada.
Como assim uma averiguação mais detalhada? Esse policial está de sacanagem comigo, só pode.
– Está de brincadeira, não é? – levo as mãos aos quadris. – Olhe, seu policial, eu tive uma semana do inferno. Perdi meu namorado, meu emprego, minhas economias, o chão onde pisava... Eu perdi tudo, menos meus duzentos oitenta e dois pares de sapato. E, claro, não perdi o Lúcifer aqui. – bato com uma das mãos na lataria do carro.
– Você...
– Por favor, dê logo essa multa e me deixe seguir viagem, tenho litros de lágrimas para chorar no colo do meu velho pai.
Assumo uma postura ereta e tombo a cabeça de lado, aguardando a reação do homem da lei. E a resposta vem, totalmente inesperada.
– Siga-me até o posto policial mais à frente. Não só vai ganhar uma multa como vai passar horas aguardando que uma minuciosa averiguação seja feita nesse tal de Lúcifer. – ele chega mais perto e sinto o cheiro de café nas fuças. – Mocinho, se não quiser se encrencar ainda mais, surgiro ficar de boca fechada.
Mas que merda.
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dica do dia: não comprem um carro, nem uma motoca, nem um avião, o ideal eh ter uma bike.
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the perfect man | taekook
FanfictionComo quase todo ser humano beirando os 30 anos, Taehyung é um pouco pirado. Cheio de medos, alguns desejos, um passado que insiste em voltar de vez em quando e um futuro nebuloso. Aos 18 anos, ele deixou o homem perfeito escapar e, quando se arrepen...