onze

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"Iremos rir todos os dias."

– Acordou antes do meio-dia, que progresso! – Jin beija minha bochecha, tomando assento à minha frente na mesa de café da manhã. – E então, preparado para a labuta?

– Quer saber? Estou com um frio esquisito na barriga – revelo.

Gasparzinho leva os cotovelos sobre a mesa e entrelaça os dedos. Fita-me por algum tempo e, quando sua boca se movimenta, ajeita minha franja.

– No final, tudo dará certo. Já pensou em tacar uma tinta vermelha nesse seu cabelo?

– Você mesmo disse que vou ferrar com tudo, lembra? E não, por que logo vermelho? Ficaria horrível. – rebato, cruzando os braços.

– Ok, sem cabelo vermelho. Ah, e eu me referi ao trabalho, não ao Jungkook.

– Ah. – nesse momento, levanto-me num salto quando meu pai me chama do outro lado do gazebo. – Preciso ir. Estou bonito?

– Está um arraso – ele declara, solenemente.

Visto uma combinação de uma calça marrom clara e uma blusa social verde musgo, com os primeiros botões abertos, deixando minha clavícula à mostra.

– Está muito, muito, muito gostoso. – ele continua. – A quem quer impressionar?

– Ninguém – defendo-me. – Só quero parecer profissional, maduro e...

– Bem resolvido? – Gasparzinho sorri. – Vai passar a impressão correta, fique tranquilo. Tenha um bom primeiro dia de trabalho. – ele me abraça e sussurra: – Só mais uma coisa: Joohyun é dermatologista do hospital.

– O quê?

Ele não diz mais nada. Dá um beijo estalado na minha testa e, com um sorriso irritante, me deixa sozinho. Nesse momento eu surto ao quadrado.

[ breaking of time ]

O hospital é exatamente o mesmo de que eu me lembrava, com exceção da pintura nova, muito mais moderna e clean. A fachada ficou com cara de clínica de estética e não de um lugar onde doentes morrem todos os dias. Isso é bom.

Meu pai está lindamente caracterizado de médico, com calça branca de sarja, camisa polo branca, sapatênis branco e um jaleco asséptico que cheira a amaciante. Carrega sua inseparável maleta de couro caramelo, um presente que lhe dei em alguma data festiva.

Ele é superconhecido na cidade, tanto que não para de acenar para os lados, cumprimentando a todos pelo nome. Eu finjo que não estou ali, não quero socializar.

– Estou feliz que esteja de volta. Minha vida nunca foi a mesma sem você por perto. – ele diz e me arranca um sorriso triste. – Eu gostaria muito que não mudasse de ideia, não quero que vá embora novamente.

– Não acho que eu vá mudar de ideia, pai.

– Espero que goste do trabalho. Estamos precisando de alguma criatividade por aqui. E ninguém é melhor do que você nesse quesito. – ele levanta a minha bola e eu me sinto o fodão.

– Darei o meu melhor, prometo.

Na recepção do hospital, sou imediatamente apresentado às enfermeiras de plantão. Algumas eu reconheço, outras nunca vi mais gordas. O papo é breve e logo estou seguindo para o lado do meu velho pelo corredor principal.

Na administração, ganho um crachá com meu nome e a senha do Wi-Fi. Assino num contrato de prestação de serviços e agora conhecerei a minha sala de trabalho pelas próximas semanas.

the perfect man | taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora