página 9- lavinia

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Não sei a quanto tempo estou deitada no peito dele, só sei que se dependesse de mim nunca mais sairia. Não sei explicar, é como se eu me sentisse segura no seu abraço, como se nada nesse mundo pudesse me machucar.

Suas mãos passeiam pelos meus cabelos, eu não sinto medo ou nojo, porque eu sei que é ele: Jones.

Nunca fui fã de tanto contato, pois eu me lembro de quando ele me tocava e eu me sinto suja sempre que lembro. Mas com Jones eu não sinto nada disso, ao contrário, eu me sinto bem, segura e por um breve momento eu tenho alguém que realmente se importa comigo.

- obrigado - agradeço, me sento de frente pra ele. O sol já se pôs e uma linda lua tomou conta do céu.

- pelo que? - perguntou-me confuso.

- por estar aqui, por não desistir de mim mesmo depois que eu te pedi pra me deixar em paz - respondo. Ele segura as minhas mãos e sorri.

- eu nunca vou desistir de você lavinia, nem que você me implore por isso, sabe por quê? - nego com a cabeça - porque você se tornou importante pra mim, porque mesmo que eu tentasse eu não iria conseguir te esquecer, porque eu não sei mais viver sem seu sorriso e sem seu jeito chato de ser - sorri e o Abraço - porque eu não consigo mais ficar sem você lavi - aperta-me com força - então eu acho que quem tem que agradecer aqui sou eu, por você existir, por você estar na minha vida. Obrigado por ser você! - lágrimas caem por meus olhos.

Eu sou importante pra ele, minha existência é notada. Ele não sabe, mas acabou de me dar mais um motivo pra existir, porque eu também não sei viver sem esse jeito convencido dele, sem esse sorriso sempre que eu faço algo que ele acha engraçado.

- acho melhor entrarmos, está ficando muito frio aqui - ele fala levantando-se e estendendo a mão pra mim, seguro-a - nem tomamos o sorvete, ele derreteu - rimos ao ver o líquido no pote.

- é só colocar na geladeira e pronto - pisco pra ele. Descemos as escadas dessa, vez sem correr - acho melhor voltar pra casa - falo assim que paramos em frente a porta de seu quarto - minha mãe não gosta que eu chegue tarde - ele assente. Abraço ele.

- toma cuidado querida -
beija minha testa. Percebi agora o quão bom é ouvi-lo me chamando de querida, isso é tão... lindo.

- meu sobre nome é cuidado - reviro os olhos.

- até parece - ele nega com a cabeça, dou Tchau caminhando pra fora do hospital

←♡→

  Minha mãe está fazendo a janta na cozinha. Caminho até a mesa e começo a cortar algumas sonoras que tem em cima da mesa.

- vai fazer sopa? - faço careta sabendo que o Milton não gosta de sopa, e minha mãe sempre faz apenas o que ele gosta.

- seu pai anda um pouco doente, acho que está gripado - falou.

Sorri com o que acabei de ouvir. Espero que ele esteja com alguma doença grave e morra.

- sério? Que triste, tomara que melhore logo - falo totalmente falsa. A vontade de rir é grande - acho que eu vou lá dar uma olhadinha pra ver como ele está.

- isso seria ótimo filha, eu sei que você gosta dele - ela sorri e me dá um beijo. - vou no mercado comprar carne, não vou demorar.

Ela sai e eu subo as escadas indo ao quarto dos meus pais. Abro a porta de vagar e lá está ele, deitado em baixo de um monte de cobertas, posso ouvir sua respiração falhada e suas tosses.
Cheguei bem perto dele sentando na ponta da cama, estou assustada, mas não vou deixar isso transparecer.

Além Do Coração (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora