Capítulo XII

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James

2 semanas depois.

Abri meus olhos, olhando o teto do quarto. Conforme a gripe havia me deixado, ainda havia traços dela em mim, sentia extremamente cansado, como se o vírus tivesse saído do meu corpo e levado com ele todas as minhas forças. Me sentei na cama, levando uma mão a minha testa, medindo minha própria temperatura, eu estava frio como um cadáver e isso era maravilhoso.

Eu me espreguicei na cama, sorrindo. Eu estava finalmente saudável. Eu havia sobrevivido a gripe, somente 4 em 10 pacientes no hospital conseguiam e eu estava ali na estatística.

Observei a porta do quarto abrir e William me sorrir alegre, com uma bandeja de café da manhã, nada especial, chá com casca de salgueiro e torradas com geleia.

— Bom dia ensolarado, dorminhoco — ele colocou a bandeja aos meus pés — Se sentindo melhor?

— Melhor do que ontem e com toda certeza mil vezes melhor do que antes de ontem — sorri, olhando a porta aberta do quarto — Estamos esperando companhia?

William sorriu na minha direção.

— Somerset está lá fora com um amigo, ele esperou duas horas até você acordar. Devo deixa-lo entrar?

— Cla-ro, espera com um amigo? — e assim que Wiliam se virou para andar até a porta eu gritei — Will, pegue meu robe antes.

Ele se virou confuso.

— Mas Robert já te viu de pijamas durante a febre — mas mesmo assim ele pegou, caminhando até mim com ele em mãos.

Recebi o robe e coloquei por cima de meu pijama.

— Sim, mas esse ''amigo'' não — sorri — Vá chamar meu Rob, estou louco de saudades por ele.

— Se eu dizer o que eu estou pensando você vai ficar bravo — riu, me fazendo ficar bravo — Venha mi lorde, James esta composto — falou a porta.

Levei uma mão para arrumar meu cabelo, parando minha mão ao lembrar que Robert era cego e não saberia como eu estava. Eu em senti bobo, mas quanto eu vi ele entrando, de forma desajustada, movendo sua bengala e com um arranjo mal feito de flores silvestres na mão, eu só consegui sorrir.

— Robert — sorri e em seguida olhei o homem entrando atrás dele — E companhia.

— Não ligue para mim, sou só o cão guia do cego aqui — falou fazendo-me reprimi-lo com um olhar, mas Robert, ele riu da piada, daquela piada grotesca.

Ele sorriu na minha direção, era um alfa, tinha um profundo cheiro amadeirado e cabelos cacheados cor chocolate, ele tinha um ar muito cheio de si, muito de ''alfa''. Ele não era delicado como Robert, nem tão polido, obviamente ele também não vinha de uma família nobre.

A bengala dele bateu contra minha mesinha de canto, e ele manteve seu sorriso.

— Como está se sentindo, bonito? — toquei a mão dele que segurava a bengala, acariciando-a.

— Melhor do que nunca agora que você está aqui, sente aqui meu bem e me ajude a comer esse café da manhã horrível que William me trouxe — observei o beta revirar os olhos.

E assim Robert se sentou, me indicando as flores, e eu as aceitei.

— Oh, Robert elas são lindas — e elas eram, silvestres, amarelas e brancas, o arranjo nem tanto, mas o gesto fez meu coração derreter — Obrigado — acariciei o braço dele.

— Eu não sei como elas são, mas sei que não chegam a ser rosas, me desculpe, você merece rosas...foi o melhor que eu pude fazer — senti meu coração bater mais forte e eu me inclinei, beijando sua face.

O Amor Vendado (livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora