Telefonema

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                Enquanto isso no Brooklyn, Magnus Bane seguia sua vida de uma maneira, um tanto, conturbada. Apesar de continuar com seus “negócios”, Magnus apenas atendia, a qualquer criatura, quando queria. Não que isso não fosse um hábito comum dele, a questão era que quase nunca queria atender alguém.

                Depois da visita de Alec e Clary, dois dias atrás, estava ainda pior. Deitado em sua cama, com Presidente Miau ao seu lado, Magnus bebia um copo de Bourbone; estava sem todos seus acessórios e maquiagens, e com a mesma roupa de dois dias atrás. Sentia-se mais perdido que nunca. Pela primeira vez em oitocentos anos ele não sabia o que fazer. Era nove horas da manhã e ainda não havia conseguido pregar o olho.

                Por vezes, brincava com seus dedos, fazendo-os soltar luzes azuis, assim como os olhos de Alec. Por mais que lutasse, seus pensamentos não o deixavam em paz, lembrando-lhe de Alec a cada segundo, em cada canto da casa e em cada ação que realizava.

                Sentia falta, não apenas dos olhos azuis, que tanto o atraía, mas também de sua pele branca, de seu cabelo preto e de suas runas – que tanto contrastavam com toda sua aparência. Sentia falta da seriedade de sua face, da objetividade e racionalidade exageradas, da bravura e da vulnerabilidade de Alec. Sentia falta de tudo que viveram e de todas as mudanças que passaram. Imaginava por quantas mais coisas poderiam passar juntos, quantas mais coisas poderiam aprender e amadurecer juntos.

                A cada pensamento de nostalgia, Magnus sentia uma onda de raiva dentro de si, quase incontrolável.

                – Maldito Nephilim! – Magnus gritou para si. Ele estava deitado sobre dois travesseiros mal ajeitados, ficando com o tronco mais elevado. Presidente Miau se aconchegou mais no Feiticeiro, que lhe acariciou com as pontas dos dedos.

                De repente, Magnus lembrou-se da primeira vez em que Alec estivera sozinho em sua casa. Como estava inseguro! Apesar de poucos meses terem se passado, Alec havia mudado tanto... Ele também havia. Tanto havia que estava ali, como um trapo na cama, há dois dias, chorando por um ex-namorado.

*****

                No Instituto, Isabelle ajudava Clary com algumas técnicas de batalha, enquanto Alec lutava com um saco de pancadas. Jace estava em seu quarto, pensando em Alec e no que Clary dissera. Algumas coisas não se encaixam, ele pensava, ou, se encaixavam bem demais.

                Sem saber que atitude tomar, Jace achou melhor não se meter ainda mais na vida do irmão. Afinal, ele teria que resolver os próprios problemas e não era seu direito se intrometer.

                No meio da manhã, resolveu treinar. Ao chegar na sala de treinos, cumprimentou a irmã e a namorada com o olhar e foi direto até seu Parabatai.

                – Quer lutar com alguém de verdade em vez de com uma peça inanimada? – Ele provocou. Alec se virou para ele já atacando. Jace desviou e atacou. Alec desviou, atacou, desviou, atacou. Ambos sorriam enquanto lutavam; adoravam a adrenalina da luta, que só não era melhor que a de matar um demônio.

*****

                Na hora do almoço, Isabelle saiu para comprar o almoço e Clary ficou treinando com Jace e Alec, fazendo com que eles, de certa forma, tivessem que diminuir o ritmo da luta. Ela percebendo isso, tentou lutar ainda mais rápido e com mais força, fazendo com que Alec a desafiasse mais e mais. Jace, por mais cuidado que tivesse com os treinos de Clary, acabou entrando no ritmo dos dois.

Aku Cinta KamuOnde histórias criam vida. Descubra agora