Eram duas horas da manhã e os Lightwood permaneciam acordados, cada um em seu quarto. Jace sentia-se agoniado e mais agitado que o normal. Apesar de todas as recomendações que dera para a irmã durante o dia, levantou-se e se dirigiu para o quarto de Alec. Bateu uma vez. Duas vezes. Três vezes. Quatro vezes. E ele não dava sinal de vida.
– Alec, abra essa porta. Sei que está acordado.
Silêncio.
Jace bateu mais uma vez.
– Alec...
– Alexander Gideon Lightwood, por favor, abra a porta. – Jace suplicou.
A porta foi aberta.
– Acha mesmo que dizer meu nome completo como se fosse meu pai me faria te receber? – Ele indagou impaciente.
– Você abriu a porta, não abriu?
Alec engoliu em seco e ficou calado.
– Posso entrar? – Jace perguntou.
– Não quero conversar com ninguém.
– Eu não sou ninguém. – Jace falou firmemente. – Sou Jace, seu irmão de criação, seu Parabatai.
– Eu sei. – Alec falou tentando transparecer indiferença.
– Você acha que isso não me afeta? – Seu tom tinha um que de revolta.
– O que?
– Acorde, Alec! Uma ligação angelical nos une. Uma ligação mais forte que a de amantes, mais forte que a de irmãos de sangue ou criação, mais forte que qualquer laço humano. Você acha que eu não sinto sua dor? Sua agonia? Por favor, deixe-me ajuda-lo.
Alec segurava a vontade de chorar. Sentia-se mal por ignorar os irmãos, mas não conseguia estar na presença de mais ninguém. A dor que sentia era grande, pois se sentia o total culpado, foi ele quem traiu a confiança do namorado, ele quem considerou fazer um acordo com uma vampira que não valia o sangue que bebia. Sem conseguir mais se conter, devido a esta grande dor, a culpa que carregava e as palavras de Jace, Alec desatou a chorar saindo de frente da porta e permitindo que o irmão entrasse.
Jace fechou a porta e foi até ele. Abraçou-o e deixou que chorasse em seu ombro.
– Eu me sinto tão fraco. – A voz de Alec saia cortada devido ao choro que começava a cessar.
– Você não é fraco, Alec.
– O que papai diria se me visse assim?! – Os irmãos já tinham desfeito o abraço e Alec limpava as lágrimas que secavam em seu rosto.
– Não importa o que seu pai diria. Você não é fraco. – Jace disse com veemência.
– Quando Valentim mentiu para você e Clary dizendo que eram irmãos, não o vi derramar uma lágrima.
Jace soltou um riso abafado.
– Eu nunca sofri tanto na minha vida. Você sabe disso.
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Aku Cinta Kamu
Hayran KurguAd by Storm AlertXXAd by Storm AlertXX Após o término de Alec e Magnus algumas coisas mudaram para os Caçadores de Sombras. Clary passou a morar no Instituto – com o apoio da mãe, o que era mais estranho –, Isabelle e Simon estavam firmes no relacio...