Ela Precisa de Você!

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                Algumas horas após o almoço, Alec saiu de seu quarto e foi treinar. Chegou na sala de treinos e encontrou Isabelle, Clary e Jace. Olhou para eles e foi em direção a um canto vazio, Jace deixou a namorada e a irmã e foi até o irmão. Assim como o dia anterior, nada falou. Começaram com a Luta Livre.

                Alguns minutos depois, Isabelle fez sinal para Clary avisando que deveriam sair.

                – Preciso treinar mais – Clary contestou quando já estavam do lado de fora da sala.

                – Você treinou a manhã inteira, Clary. É melhor que os dois fiquem sozinhos. – Isabelle falou andando. Clary acompanhou a cunhada e foi para seu quarto.

*****

                – Falei com eles sobre o que você me disse. – Isabelle falou para Simon. Eles estavam sentados na calçada, perto do Instituto.

                – Que? – Ele perguntou surpreso e apreensivo.

                – Isso mesmo, Simon, disse pra eles. Por quê?

                – Até para Clary?

                – Inclusive pra ela. – Eles ficaram em silêncio. Simon olhava para seus pés. – Ela queria te esganar, mas eu a contive. – Ela soltou um riso e olhou para ele, que retribuiu o olhar.

                – Não quero que se preocupem comigo.

                – Tarde demais.

                – E Alec, como está? – Simon queria mudar o foco da conversa.

                – Treinando com Jace. Não sei muita coisa mais.

                – Não encontrou com ele hoje?

                – Na hora do almoço. Quando ele foi pegar um pouco de comida.

                Simon a abraçou e ela se aconchegou no namorado.

                – Está tudo bem? – Ele perguntou.

                – Sim. – Ela olhava em direção ao horizonte, mas tudo que via era construções.

                Depois de longos minutos, Isabelle disse:

                – Clary falou que deveríamos ir ao cinema.

                – É? – Simon parecia surpreso. – E você quer ir?

                – Não sei... Nunca fui a um. Não gosto de lugares cheios de mundanos, ainda mais porque vou estar visível.

                – Desde que você não mate ninguém, não terá problemas. – Ele riu e ela sorriu.

                – Talvez, algum dia, possamos tentar.

               

*****

                Alec e Jace já estavam suados e ofegantes. Pararam e Jace pegou uma garrafa de água para cada um.

                – Estão pensando em fazer algo com Raphael? – Alec perguntou de repente.

                – Não sei. – Jace respondeu. – Não conversamos muito sobre isso.

                – Acha que... Acha possível que vocês o matem? – Alec perguntou depois de tomar metade da garrafinha de uma vez só.

                – Não sei. Por quê?

                – Vocês não podem mata-lo.

                – Eu sei. Vamos quebrar as regras.

                – Não é por isso.

                Jace ficou espantado.

                – Por que então?

                – Magnus vai achar que fui eu.

                – Por quê? – Jace não entendia.

                Alec soltou um suspiro.

                – É complicado.

                – Explique então!

                – Não dá. – Ele olhou para baixo.

                – Por quê? – Jace franziu o cenho.

                Alec tomou mais um pouco da sua água e se sentou no chão, flexionou nas pernas e apoiou as costas na parede.

                – Não sei se quero falar.

                Jace sentou-se, da mesma forma, ao seu lado.

                – Pode confiar em mim.

                – Eu sei que posso, mas não sei se consigo falar.

                – Tem a ver com o término de vocês? – Jace perguntou cuidadosamente.

                Alec não respondeu. Terminou de beber sua água, repousou os dois braços esticados sobre os joelhos e olhou para baixo.

                Jace não insistiu em conversar.

*****

                Após tomar seu banho, Clary foi ao encontro do melhor amigo. Andavam ao redor do Instituto, enquanto conversavam. Simon lhe contava coisas bobas do dia-a-dia, e Clary contava como andavam as coisas no Instituto. Brigou com ele por não ter contado sobre Raphael, e exigiu que comunicasse isso a Jordan assim que chegasse em casa. Também conversaram sobre Isabelle. A amiga também contou sobre o namorado e sobre o cunhado e falou que não aguentava mais ficar no Instituto enquanto todos saíam para caçar. O amigo, por sua vez, também disse de coisas que lhe incomodavam.

                – Às vezes me sinto perdido em como me comportar. – Ele falava. Eles andavam devagar, Clary tomava um refrigerante e escutava o amigo atentamente. – Isabelle é tão forte, tão destemida, que tenho medo de falar alguma besteira, de parecer ridículo ou coisas assim.

                – Você não é ridículo, Simon, nem fala besteiras. Pare com isso. Isabelle gosta de você. – Ela olhava para o melhor amigo. – Tenha medo de qualquer coisa, menos de demonstrar seus sentimentos. Isabelle é forte e destemida, mas também sente. Seu apoio vai ser muito importante pra ela. – Clary tomou um gole do refrigerante e continuou falando. – Ela fala que está tudo bem quanto ao Alec, que entende ele se abrir com Jace e não com ela, mas no fundo, tudo que ela queria era que o irmão lhe confidenciasse mais.

                Simon passou seu braço direito sobre o ombro da melhor amiga, abraçando-a enquanto andavam.

                – Sabe, Clary... Izzie às vezes dá medo. – Eles riram. – Ela intimida qualquer um.

                – Mas ela gosta de você. – Clary sorriu para ele. – Seu apoio será importante. Não tenha medo.

                – Obrigado. – Eles sorriram um para o outro e continuaram a conversar como antes de toda essa loucura de Mundo das Sombras ter começado.

*****

                No Instituto, Isabelle, Alec e Jace se preparavam. Naquela noite, após as onze horas, sairiam para caçar, como em quase todas as noites.

Aku Cinta KamuOnde histórias criam vida. Descubra agora