Capítulo dois - Dov'è il mio revolver?

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    Gerard observava Frank sentado, enquanto o menor recarregava as munições da sua calibre, o moreno dos olhos âmbares usava uma máquina e o mais novo não tinha ideia de como ele fazia aquilo tão rápido com as balas e não errava a ordem em momento algum. Aquele era o seu quarto de planejamentos e afins, Frank passava grande parte do tempo ali.

     — Você é bom nisso. — Gerard disse admirando mais a beleza de Frank do que a sua habilidade com armas. 

     — Eu sou bom em muitas coisas, mas isso? — Sorriu ainda com os olhos em seu trabalho. — Isso aqui é fichinha, assim como atirar com uma arma. 

   Gerard sempre soube das coisas que Frank fazia, dos serviços e trabalhos sujos, mas nunca questionou o outro sobre nada, seu pai era pior do que qualquer criminoso e ele sempre viu coisas do tipo. Não abalava-se mais tão facilmente como quando menor.

      — Eu não sei usar uma arma. — O mais jovem confessou e Iero parou o processo para fitar o outro. — Eu nunca achei necessário.

       — Mas você já foi sequestrado, babe, como nunca pensou sobre como aprender a usar armas? — Frank estendeu sua mão tatuada ao outro, que colocou a sua por cima da mão de Frank. 

       — Eu estava ocupado pensando em uma vida normal, em um futuro longe da minha família. Eu queria ser normal. — Respondeu sincero e sua mão foi delicadamente puxada até estar de frente para o menor.

       — Você me acha normal? — Envolveu os braços na cintura de Gerard, por ainda estar sentado em sua cadeira, enquanto o outro estava de pé na sua frente. 

     A resposta era clara, de modo complexo. Frank Iero nem de longe era um homem normal, fosse por sua aparência ou por sua personalidade. Talvez o modo de vida que o ítalo-americano esteve vivido, tenha feito com que ele se desviasse gradativamente da normatividade do mundo, não é normal trabalhar como traficante, não é normal matar pessoas, mas, Gerard amava Frank por ser ele mesmo e nunca duvidou disso.

     — Você não é nada normal. — Sorriu e levou uma mão até os cabelos compridos de Frank, passando a afagar seus fios com carinho. 

     — Então vamos ser anormais juntos, essa coisa de normal é uma droga. — Frank sorriu para o mais alto e recebeu um selar de lábios, ao que o mais novo se inclinou para fazê-lo.

     — Frankie… — Sussurrou fechando os olhos e sorrindo. 

    Com um abrupto movimento, Frank havia puxado o mais novo para o seu colo, as mãos firmes seguravam a cintura de Gerard contra seu corpo. Os lábios se encontraram e um ardoso beijo iniciou-se, as línguas passaram a dançar em sincronia por certo tempo, até Frank afastar dolorosamente a sua boca do outro.

     — Babe, eu preciso contar-lhe algo importante. — Sussurrou com receio, fazendo o outro prestar atenção no rosto de Iero. 

      O mais velho sabia que aquilo era ruim, péssimo, não se importava em ter que seguir as ordens que envolviam seus serviços, mas daquela vez seria parcialmente complicado por envolver de certa forma Gerard.

      — Diga. — Colocou as mãos nos ombros de Frank e achou melhor não sorrir antes de escutar suas palavras. 

      — Eu e a minha equipe estamos investigando o seu pai, ele tem invadido nosso território e roubado cargas importantes. — Gerard franziu o cenho, o que aquilo queria dizer realmente?

    Ordem para abater, era isso que escutava do seu amado depois das investigações que o mesmo havia feito por tempos sobre os caras que estragavam seus negócios, mas isso queria dizer que após recuperar o prejuízo, matavam as pessoas envolvidas. O maior piscou algumas vezes antes de sair do colo de seu amante e cruzar os braços com o olhar em outro lugar do quarto.

Criminal - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora