IX

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Anteriormente em Hope and Menace.

A porta do quarto de Marcelo Fernando dentro do alojamento lentamente se fechou e lá estava ele.

O sósia espanhol do Doctor colocou seu violão ao lado da cama e lentamente largou sua clássica jaqueta de frio sobre o travesseiro.

Ele se sentou na cama e após desfazer o nó dos cadarços, tirou os coturnos que sempre usa e os deixou perto do violão.

No mesmo instante que largou os coturnos no chão, ao fundo, Marcelo ouviu sua poltrona estalar, como se houvesse alguém sentado nela.

O rapaz rapidamente se virou e então os olhos se arregalaram com aquela visita inesperada.

Lá estava o Mister, de pernas cruzadas e bastante sorridente enquanto apontava uma Submetralhadora Thompson na direção da cabeça de Marcelo.

- Veja que milagre, meu amado cunhado. Nem eu, nem a sua irmã estamos mortos! Mas pelo jeito, você continua sem os seus poderes.

Marcelo suava frio e se tremia inteiro, definitivamente em choque com aquela visita.
O Mister se levantou sem fazer barulho e tocou a testa do rapaz usando a arma que tinha em mãos.

- Desde nosso último encontro, eu mudei de nome e rosto...
Agora me chame... de Mister!

Quando o Mister se levantou, ele então jogou sua submetralhadora para cima, ela simplesmente desapareceu amtes mesmo de tocar o chão. De pé, ele ficou sorrindo enquanto encarava Marcelo, o rapaz estava quase que literalmente paralisado.

- Mister, por favor...

Implorou Marcelo enquanto lágrimas já desciam de seu rosto, o rapaz estava balançando o rosto para os lados sem parar e estava de joelhos com as mãos unidas na altura do queixo.

Mister então chegou mais perto e usando suas duas mãos, começou a pressionar os olhos e as laterais da cabeça de Marcelo.

Enquanto Marcelo gritava de dor e ia com seu corpo para frente e para trás, as mãos do Mister começaram a soltar um chiado e soltar faíscas também.

As faíscas, o chiado e os gritos de Marcelo duraram alguns bons minutos. Quando tudo isso enfim acabou, o Mister fechou os olhos e seu corpo estranhamente perdeu o equilíbrio, batendo no chão, desacordado.

Marcelo, no entanto, seguia de pé, com o Mister agora desmaiado sobre seus pés. Algumas faíscas ainda chiavam, corriam pelo corpo do jovem espanhol.

Quando Marcelo sorriu, com as faíscas ainda correndo sobre seu corpo, suas pupilas desapareceram completamente e seus olhos estavam brancos. Estranhamente, os contornos de seus olhos ganharam uma cor preta, como se usasse alguma maquiagem.

Ainda sorridente, ele se abaixou e fazendo certa força, empurrou o corpo do Mister para debaixo de sua cama, o escondendo por completo.

Marcelo se virou e foi até a frente do espelho, ele ainda estava sorrindo enquanto tocava as próprias bochechas.

- Vai ter que me emprestar essa droga de corpo, senhor Marcelo Fernando. Terei que ficar com ele pelo menos até achar o desgraçado do Master dentro dessa ratoeira infernal.

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