Ravi Augusto
Um homem alto que aparentava ter pouco mais de 40 anos, cabelos castanhos escuros, ombros largos, andar firme, olhos azuis, dono de um queixo quadrado, trajando terno e gravata azul marinho de costura fina e requintada, passava caminhando ao lado do carro de Renata, quando a observou pelo vidro parabrisa, que estava aos prantos. Desconfiado que ela pudesse estar passando mal, resolveu ajudá-la.
Bateu levemente no vidro ao lado do motorista, assustada olhou rapidamente achando que poderia ser novamente Carol. Ele fez um gesto para que ela baixasse o vidro e disse que queria apenas conversar. Sem pensar duas vezes, mas um pouco desconfiada, baixou até a metade.
- Boa tarde, moça. Estou vendo que está chorando, posso te ajudar? Não está se sentindo bem?
Limpou as lágrimas com as palmas das mãos, espalhando o rímel, borrando todo o rosto. Não sabia da índole daquele homem, mas algo dizia que ele não era uma pessoa má. Terminou de baixar o vidro e disse:
- Não estou me sentindo muito bem...
- Eu possa ajudá-la? Meu nome é Ravi Augusto. Estava passando por aqui quando a vi nesse estado. Mora ou trabalha por perto?
- Moro perto. Estava em direção ao meu trabalho.
- Posso te levar de volta pra casa, caso não se importe.
Ela apenas assentiu com a cabeça abrindo a porta do carro, descendo em seguida. Ravi Augusto a olhou de cima abaixo, analisando-a, sem que ela pudesse perceber. Achou que, mesmo com o rosto sujo de rímel, trazia consigo uma beleza bem feminina.
- Posso dirigir e você vai me guiando? Não é bom que dirija nesse estado.
Mais uma vez ela concordou sem nada dizer dando a volta atrás do carro se dirigindo ao lado do passageiro, ainda estava atordoada com que havia acontecido. Ele abriu o botão do terno, entrou no carro colocou o cinto e deu partida.
- Pra que lado fica?
- No final dessa mesma rua em que estamos.- respondeu fungando o nariz.
Ele sentiu realmente piedade dela e para deixá-la mais à vontade puxou conversa para distraí-la.
- Não precisa me chamar de Ravi Augusto. Atendo somente por Augusto. Fica comprido o nome, não é?
Deu uma risada de lado procurando deixá-la mais tranquila, mas ela nada respondeu.
- Estava indo visitar um cliente. Tenho uma empresa que trabalha com locação de salas comerciais. Na verdade, o prédio comercial das salas que alugo, fica na zona sul. Apenas estava por aqui para fechar mais um negócio.
- E eu te atrapalhei?
Estando um pouco mais calma, foi a única coisa que conseguiu dizer.
- De jeito nenhum, cheguei com bastante antecedência. Tenho uma irmã e não gostaria que ela ficasse na rua sem que ninguém a ajudasse, caso não estivesse se sentindo bem. Pensei nela quando a vi.
- Obrigada pela ajuda. - Disse baixando a cabeça.
Ficaram em silêncio até chegar ao prédio.
- Se importa se estacionar o carro na garagem pra mim? Não estou em condições de dirigir.
- Claro que estaciono!
Ela abriu o portão automático com o controle que ficava fixado no painel do carro. Mostrou qual era sua vaga e ele estacionou. Desceram juntos. Ele entregou as chaves e perguntou:
- Quer que eu te acompanhe até seu apartamento?
- Muito obrigada, aqui já estou mais segura. Não quero te atrasar.
- Se está se sentindo mais segura, sinto que ajudei. Me passe seu número de telefone, ligo mais tarde pra saber se está se sentindo melhor.
Ela lembrou que Carol havia levado seu aparelho, respondeu:
- Fui assaltada. Estou sem telefone.
Não querendo aborrecê-la, tirou um cartão do bolso de dentro do paletó e entregou para ela.
- Quando puder, me mande notícias. Então... já vou indo. Onde fica a portaria?
- Vou te acompanhar até o hall de entrada.
Caminharam em silêncio. Ela mostrou a direção, se despediram com aperto de mãos. Ele seguiu caminhando pela rua e ela subiu para o apartamento.
Entrou, tirou a roupa e foi direto para o banho tomar uma ducha para esfriar a cabeça. Ficou alguns minutos deixando a água cair no corpo como se quisesse limpar toda aquela cena de mais cedo, com Carol. Havia ficado assustada com tudo que havia acontecido.
Após longos minutos, saiu do banho, se enrolou em um roupão branco, fez um chá de camomila, ligou seu notebook para encaminhar um e-mail para seu chefe dizendo que não iria pois acordou não se sentindo muito bem, mas que mandava notícias ao longo do dia. Não queria dizer a verdade, seria muita humilhação.
No outro lado da cidade, Job não sabia o que fazer, já havia tentando ligar diversas vezes dando somente caixa postal. Começou a se preocupar, pois Renata não tinha esse comportamento. Queria muito ir ao apartamento dela para checar o que estava acontecendo, mas não podia falta a uma importante reunião com um grande fornecedor. Essa seria a chance de fechar um ótimo negócio com uma conceituada industria farmacêutica.
Participou da reunião juntamente com seu sócio, como não entendia muito dos termos técnicos mas tinha facilidade em negociações, sua presença ali era crucial para o fechamento dos valores. Agradeceu por ter o sócio como peça chave na reunião, pois sua cabeça estava exclusivamente em Renata.
Tentou se concentrar, pois não podia colocar tudo a perder justo naquele momento. A reunião durou quase toda a parte da manhã. Efetuaram mais uma parceria de sucesso. Quando no final, o sócio chamou todos para irem almoçar juntos. Seria um almoço de comemoração pela nova parceria.E mais uma vez, não conseguiu escapar.
Almoçaram em um luxuoso restaurante da cidade, pediram um vinho para brindar o fechamento do negócio. Todos estavam entusiasmados, menos Job que sorria entre os dentes para não demonstrar o que se passava por dentro. Estava ansioso para ver Renata. Algo dizia que tinha alguma coisa errada e tudo que mais queria era averiguar.
Entre comidas, vinhos e muita comemoração, o almoço durou quase duas horas. Se despediram e ali mesmo Job avisou ao sócio que não trabalharia no resto da tarde.
Pegou seu carro e foi direto ao apartamento de Renata.
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Luana Gabriela
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Debaixo do seu Desejo
RomanceRenata é uma jornalista mineira, interiorana, recatada, de uma beleza comum, mas capaz de deixar qualquer homem de quatro por ela. Ela se envolve com seu melhor amigo a ponto de deixá-lo loucamente apaixonado, atendendo a todos os caprichos sexuais...