Renata já estava mais tranquila, mas não conseguiu almoçar. O chá que havia tomado, lhe trouxe sensação de bem estar. Lembrou que não podia ficar sem telefone e não queria pegar seu aparelho na casa de Carol, muito menos pedir que alguém pegasse por ela. No momento o que mais desejava, era distância e se pudesse, queria esquecer aquele pesadelo.
No meio da tarde, trocou a roupa e foi ao shopping comprar um aparelho, optou também por escolher um novo número. Resolveu levar uma nova vida, largar tudo de ruim pra trás. Não queria deixar que o episódio de mais cedo servisse de rumo para o ano, afinal ele só estava começando.
Olhou algumas vitrines para espairecer, fez orçamento em algumas lojas e finalmente comprou um telefone. Tomou uma casquinha de sorvete, deu mais algumas voltas, retornando para casa somente no fim do dia.
Assim que estacionou, o porteiro veio ao seu encontro.
- Dona Renata, aquele seu amigo, que sempre vem aqui, esteve procurando a senhora. Ele não queria acreditar em mim quando disse que não estava. Veio até a garagem conferir se seu carro estava estacionado. Me parecia um pouco nervoso.
- Muito obrigada por me avisar. Se ele voltar, continue falando que não estou e não o deixe subir. Se ele insistir, chame a polícia.
- Como a senhora quiser.
Mesmo com o coração magoado, estava decidida em levar uma vida mais tranquila dali pra frente.
Colocou o novo aparelho para carregar e foi preparar algo para comer, já havia sentido fome. Fez um sanduíche de atum com suco de laranja natural. Comeu até lamber os dedos. Enviou e-mail para o chefe avisando que já estava melhor e que no dia seguinte iria trabalhar. Quase no mesmo instante, recebeu a resposta dele estimando melhoras dizendo que a aguardava no dia seguinte. No final do e-mail contou que um rapaz, um pouco atordoado, havia procurado por ela. Já sabendo de quem se tratava, pediu desculpas pelo ocorrido.
Mais a noite, pegou sua agenda de papel, alimentou seus contatos no novo aparelho. Enviou mensagem para algumas pessoas passando o novo número. Ligou para a casa dos tio para também informá-los. Não mencionou nada do que havia acontecido, a ultima coisa que queria era deixa-los preocupados.
O interfone tocou interrompendo seus pensamentos. Era o porteiro avisando que Job estava na portaria e que insistia em falar com ela. Como orientado, não havia lhe deixado subir.
- Obrigada por me avisar. Não o deixe subir. Apenas diga que já estou recolhida para dormir.
- Ok.
Ele não aceitou aquela desculpa, insistiu para que o porteiro lhe deixasse subir, mas foi em vão. Não acreditava que do dia para noite Renata pudesse ter mudado de ideia e terminasse de maneira tão brusca com apenas um telefonema. Estava com o coração aflito, não iria desistir até saber o que de fato havia acontecido. Rememorou os últimos acontecimentos e nada, absolutamente nada, havia acontecido entre eles que a fizesse tomar aquela decisão tão repentina.
Percebeu que o porteiro estava irredutível, que realmente não o deixaria subir. Ligou o carro e voltou para seu apartamento. Tentou mais uma vez ligar para ela, mas dava somente caixa postal.
Tomou um banho frio para tentar colocar a cabeça no lugar. Pensou em muitas coisas, mas nada que pensasse levava a conclusão da atitude de Renata.
Saiu do banho, enroscou na toalha, deixando os ombros e o tórax ainda molhados. Os pensamentos só se resumiam às últimas palavras que ela havia falado ao telefone. O celular vibrou despertando-o dos pensamentos. Rapidamente abriu a caixa de mensagens achando ser Renata. Mas era Carol.
"Feliz ano novo! Te desejo tudo de bom nesse novo ano. Quando puder, me liga. Beijos."
Franziu a testa e não respondeu. Não queria contato com ela, estava decidido.
*********
Após enviar mensagem para algumas pessoas, Renata foi preparar o que levaria para o trabalho no dia seguinte, afinal a vida tinha que continuar. Resolveu trocar de bolsa. Pegou a que estava usando, jogou tudo em cima da cama pra fazer uma limpeza. Tirou alguns papéis colocando na bolsa escolhida somente o necessário. Separou algumas maquiagens na nécessaire levando apenas o essencial. Conferiu se não havia deixado nada de importante pra trás e quando abriu um dos fechos se deparou com o cartão de Ravi Augusto.
Analisou-o cuidadosamente, conferiu o número e o endereço escritos. Achou o cartão de muito bom gosto. Parabenizou, mentalmente, quem havia feito a arte. Lembrou o quanto Augusto, era assim que ele pediu para ser chamado, havia sido zeloso com ela naquele dia. Poderia não ter parado e apenas ignorado, como fez a maioria das pessoas. Mas não, ele foi diferente. E além de ser um homem muito charmoso e cheiroso. Mesmo naquela situação, era impossível não reparar o quanto ele chamava atenção por tamanha beleza.
Resolveu enviar uma mensagem para agradecer a gentileza e avisar que já estava melhor.
"Boa noite, Ravi Augusto! Sou Renata, a garota que estava passando mal hoje pela manhã, a que você ajudou. Quero te agradecer pelo que fez e dizer que já estou bem melhor. Abraços."
Não demorou cinco minutos para que ela recebesse o retorno.
"Boa noite, Renata! Agora sim sei o seu nome rs. Não precisa me agradecer. Fico feliz em saber que está melhor. Vou anotar seu número na minha agenda, guarde o meu também caso precise de mim mais uma vez. Estou à disposição. Abraços."
"Já está anotado, mas espero não precisar, afinal foi uma situação constrangedora."
"Não se preocupe, acontece com todos nós. É natural, haverá dias em que não levantaremos muito bem."
"É verdade, você tem razão..."
"Gostaria de convidá-la para um café. Claro! Se seu marido ou talvez namorado não se importar. Rsr"
"Não tenho compromisso com ninguém. Sou solteira. Aceito a proposta do café. "
"Que ótimo! Trabalha em qual bairro, para que possamos marcar em alguma cafeteria mais próxima?"
"Trabalho no bairro Funcionários, na Av. Getúlio Vargas. Tem uma ótima cafeteria na redondeza. Chama Villa café Savassi."
"Combinado. Estarei lá amanhã às 16h."
"Excelente horário. Até amanhã"
"Até amanhã"
Despediram e aquela conversa a deixou mais animada, pois sentiu que realmente o rapaz estava sendo cortês. E seria um ótimo pretexto para vê-lo novamente.
Augusto também havia se interessado por ela. Há tempos estava pensando em encontrar alguém bacana. Quem sabe ali não ingressaria em um novo romance? Apesar do pouco tempo de conversa, sentiu em Renata um ar especial que não conseguia explicar. Somente encontrando mais uma vez, poderia tirar essa dúvida.
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Beijinhos e até o próximo capítulo.
Luana Gabriela
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Debaixo do seu Desejo
RomanceRenata é uma jornalista mineira, interiorana, recatada, de uma beleza comum, mas capaz de deixar qualquer homem de quatro por ela. Ela se envolve com seu melhor amigo a ponto de deixá-lo loucamente apaixonado, atendendo a todos os caprichos sexuais...