Capítulo 5

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Um mês se passou desde o sonho de Antônio. A situação no mundo todo não era nada boa.

- As pessoas não aprendem mesmo. Esse acontecimento deveria ser para abrir os olhos de todos, mas só está conseguindo mostrar que o ser humano pode ser bem pior - disse mãe Lindalva tomando seu café recém saído do fogo

- Como tem passado a noite, meu filho? - fala ela se direcionando a Antônio 

- Não tive mais contatos, mas não consigo parar de pensar que aquela não será a primeira e última vez que eles virão.

- E não será. Eles só estão esperando o momento certo e o próximo aviso, se assim pode-se dizer. Eles não são do mal. A verdade é que eles só querem ajudar.

O resto do dia correu normalmente.

No outro dia, Jeferson o neto da senhora estava brincando na rua quando derrepente:

- VÓ - gritou o menino

- O que foi, danado?

Gritou a senhora indo com dificuldade até a porta da frente. Antônio já estava com o menino quando a senhora chega e pergunta o que tinha acontecido

- Estava brincando quando caí. Meu pé está doendo muito.

- Mãe Lindalva, acho que ele torceu o pé - fala Antônio dando apoio pra o menino evantar-se.

- E agora? Como que vou te levar pra o hospital?

- Calma! daremos um jeito.

Antônio sempre foi muito bom de papo e logo arrumou o transporte pra levar o menino.

- É melhor irmos agora - fala Antônio. Acho melhor a senhora ficar, lá é um local infectado, pode ser perigoso.

- Claro que não. Nunca o abandonei e não é agora que isso irá acontecer - disse ela com sua máscara já entrando no velho carro do senhor Menezes

Chegaram no hospital e o cenário era assustador. Pacientes nos corredores, leitos lotados e pessoas chegando de todos as regiões em busca de socorro.

Mãe Lindalva com auxílio de Antônio descreveu o que tinha havido com o pequeno garoto. O tempo se passou e quando eles saíram do hospital já era 15:00 da tarde

- Você sentiu? - pergunta mãe Lindalva a Antônio.

Não, do que está falando?

- O cheiro da morte. O grito dos que já se foram e a agonia dos que ali esperam por sua hora de sair deste plano.

- Não senti nada. Como a senhora consegue? -  Perguntou abismado.

- Meu filho, o fato de não enxergar só me limita no andar, mas nas outros coisas eu sigo normalmente.  Não queria, pois é muita dor e sofrimento que tenho sentido todos esses anos.

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Jefersson foi analgesiado e o receitaram antinflamatório para seu machucado. Quando chegaram em casa, ele passou o resto do dia sentado no velho sofá da casa que era a cama de Antônio.

- E aí, amigão - vinha Antônio com uns sanduíches. Tome. Coma todos, vai se recuperar logo.

- Eles vão falar com você de novo, não vão? - disse Jefersson comendo o seu lanche.

- Como... Como sabe? Ouviu a conversa, né seu danadinho!?

- Ouvi... Eles não são maus.

- É, sua avó já me disse... É que... - Antônio ficou procurando algo para justificar seu receio em meio a isso tudo.

- É normal temer o desconhecido - completou Jefersson neutramente.

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