01- "foi um sonho?" - remake

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N.A
pra quem já leu e recebeu a notificação, não, não é um capítulo novo, eu apenas refiz esse.
qualquer dúvida pode perguntar aqui ou me mandar mensagem.


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Anne

Acordo com os gritos de Marilla, ela estava impaciente, é claro que estaria, eu prometi que acordaria cedo e a ajudaria com o café, mas já se passaram das 10h.

– Bom dia, Marilla – digo ao descer as escadas e adentrar na cozinha – desculpa, eu– ela me corta

– Bom dia, eu sabia que você não iria acordar na hora, mas como ontem me prometeu eu preciso ser compensada – ela sorri e logo entendo o que pretendia

– O que posso fazer?

– Por enquanto só lave a louça

– Sim, senhora – sigo em direção a pia e arregaço as magas do casaco para que não fiquem molhadas

– Eu me sinto tão velha quando tu me chamas de 'senhora'

– Mas é o que tu és. Esqueceu que já passou dos 40?

– Mas não estou casada

– Prefere que te chame de divorciada? – falo brincando

– Só me chame de tia

– Como quiser, tia – abro a torneira e Marilla me interrompe

– Coma antes garota, esses pratos não vão sair daí – assinto e me movo até a cadeira que fica em frente a bancada – quantas panquecas?

– Panquecas? Achei que as odiasse

– Odeio, mas uma amiga está doente e elas as adora

– Ah sim, 3 por favor

– Pronto

– Obrigada

E como sempre as panquecas estavam deliciosas, é claro que estariam, Marilla trabalha num restaurante simples, mas muito famoso aqui das redondezas. A minha sorte é que eu nunca gostei muito de cozinhar, competir com a minha tia seria revoltante de tão injusto, mesmo se ela pegasse leve eu ainda perderia.

Eu ficava alguns dias na casa da minha tia desde os 8 anos, isso porque o trabalho dos meus pais envolvia muitas viagens e por ser muito nova eu nunca pude ir junto. Quando eu tinha uns 14 anos eu fui definitivamente morar com Marilla, depois do acidente que perdi meus pais a única opção era ela.

Terminei de comer e lavei a louça como minha tia pedira, subi a escada e entrei no quarto. Era domingo, aproximadamente 10h40, e nesses dias eu e Marilla geralmente visitávamos Matthew e sua família, mas só saiamos de casa 12h, ainda tinha muito tempo livre e por isso decidi pegar um livro na estante, ao olhar para janela pude ver que Gilbert, meu melhor amigo e vizinho, estava com uma expressão distante.

– GILBERTT!!! – Gritei da janela e ele olha na minha direção assustado

– Anne?

– Aconteceu alguma coisa?

– Não dá para conversar gritando

– Vou aí

– Que?

Gilbert

Depois de acordar um sentimento ruim tomou conta do meu ser, era uma agonia misturada com um aperto no coração, não sei descrever, mas tenho certeza que isso não é algo que eu queira repetir. Talvez essa sensação fosse proveniente do sonho que acabara de ter, mas que ao acordar foi totalmente esquecido. Agonia que estava sentindo durou longos minutos até que escutei alguém gritar meu nome.

– GILBERTT!!! – era a ruiva...

– Anne?

– Aconteceu alguma coisa?

– Não dá para conversar gritando

– Vou aí

– Que?

– Você acabou de dizer que não dá para fazer isso gritando então eu vou aí

Admito que tinha ficado um pouco perdido, achava que já tinha passado das 12h e Anne já tivesse ido com a Marilla para casa do Matthew, mas não, quando olhei as horas nem das 11h passara. Poucos minutos depois ela toca a campainha. Céus, ela era rápida!

– Gilberto

– Cenoura – respondo depois de ela ter me chamado de 'Gilberto'. A ruiva sempre usou esse nome para me provocar, sabia que eu o odiava e como retribuição, a chamava de 'cenoura' que ela também odiava

– Você nunca vai parar de me chamar disso?

– Digo o mesmo

– Ah, mas eu gosto de 'Gilberto', gosto da sua reação ao ouvir esse nome

– Eu também gosto de ter de ver com raiva por ser chamada de 'Cenoura', ruiva – ela, quase instantaneamente, me fuzila com o olhar – aí oh. Agora eu tô um pouco assustado até – digo e ela começa a rir

– Aqui, eu peguei algumas panquecas que a Marilla fez no café

– Acabei de acordar, Anne

- Ah, você não consegue comer nada de manhã... então coloque na geladeira depois tu come, só não as deixe estragar

– Foi só uma vez! A sua memória é ótima em momentos como esse, meu deus – ela ri

– Quer conversar sobre o que aconteceu?

– O que aconteceu?

– Você tava com um olhar tão distante hoje mais cedo...

– Ah, sobre isso eu nem sei o porquê, deve ter sido um sonho, mas não consigo lembrar de nada...

–Se lembrar e quiser conversar é só ir na casa ao lado – ela brinca

– Claro

– Agora eu tenho que ir, a Marilla deve precisar da minha ajuda, mas que tal depois que eu voltar a gente ver um filme na sua casa? estreou um muito bom ontem

– Claro

– Então está marcado – diz se afastando e indo em direção a porta

Anne

Dei uma desculpa qualquer para ir embora, pelo o que eu conheço dele, o rapaz queria ficar sozinho. Ele nem queria conversar na verdade, eu apenas estava forçando o diálogo. De uma coisa eu tinha certeza: ele estava estranho, parecia querer omitir algo ou involuntariamente fazia isso... não sei explicar, apenas sinto.

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off

eu refiz esse capitulo, é a mesma essência do original, mas eu estava extremamente agoniada com ele, então tá ai o remake ( não sei se outros capítulos terão remake)

Por favor, não vá - Shirbert - COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora