"Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada."
Lucas 15:15-16
Há um ditado antigo que diz que "quem se mistura com porco, farelo come". Talvez ele tenha sido baseado nesses versículos.
O filho pródigo, sem ter o que comer ou para onde ir, trabalhando como cuidador de porcos, desejou comer as "bolotas" que alimentavam os animais, uma mistura de restos de verduras já apodrecidas e, em alguns casos, esterco usado na plantação e que garantia um enorme mal cheiro. A descrição daquela comida parece nojenta, mas não quero me atentar ao alimento agora, e sim ao ambiente.
Muitas vezes ouvimos que o Pai já preparou um banquete para nós, Seus filhos. Mas será que estamos comparecendo ao cenário correto, ou escolhemos onde vamos comer segundo o cardápio que nos é oferecido?
Certa vez, num Congresso do Movimento Fire Nation, em Vitória, no Espírito Santo, ouvi da pastora Amanda Amorim que temos tratado o Evangelho como um grande self-service. Esperamos chegar com um prato vazio e nos alimentarmos das nossas preferências quando, na verdade, deveríamos entrar na sala do banquete com uma bandeja em mãos, servindo, e não achando que devemos ser servidos.
Aquele filho, acreditando já não ter mais o que oferecer, esperava receber alguma coisa dos porcos. Você entende isso? Como alguém pode receber algo de um animal que era considerado sujo? Como esperamos sentar com porcos e receber em troca um banquete apetitoso? É, no mínimo, contraditório. Porcos não podem oferecer mais do que bolotas, enquanto filhos podem oferecer muito mais do que um simples prato vazio.
A bandeja depositada em suas mãos é muito mais útil do que você imagina. O que Deus colocou dentro de você é capaz de alimentar almas famintas e sedentas Dele.
A Palavra diz que devemos ser achados como despenseiros do Senhor (1 Coríntios 4:1-2). Você sabe o que um despenseiro fazia naqueles tempos bíblicos? Ele era responsável por armazenar e distribuir os alimentos do rei com sabedoria, segundo a necessidade do povo.
Qual é, neste momento, a necessidade da sua nação? Ou, mais fácil, qual a necessidade do seu bairro, dos seus vizinhos, da sua família? Como despenseiros, precisamos entender as necessidades e buscar na despensa (na fonte de alimento, que é Jesus) algo que as supra.
E que tipo de alimento temos servido ao mundo? Será que estamos apresentando um Evangelho que se assemelha às bolotas, ou seja, algo impuro, cheio de misturas e que causa mal cheiro às narinas de Deus? Será que estamos tratando as igrejas como grandes chiqueiros, ao invés de celeiros espirituais?
Deus deseja mudar a cena em que nos encontramos. Ele, mais do que ninguém, tem preparado banquetes não somente para os que já se reconhecem como Seus filhos, mas para todo aquele que se cansou de comer uma comida fria e sem valor, servida em ambientes que não são propícios para isso.
Quem, depois de chegar de um dia cansativo de trabalho, não gostaria de encontrar uma mesa não somente farta, mas arrumada e cheirosa esperando para ser desfrutada? É isso o que o Senhor deseja. Sua Palavra imutável é o alimento santo preparado por Ele e distribuído em Seu palácio para aqueles que podem ser chamados Seus filhos, príncipes e princesas do Reino.
Portanto, escolha servir ao invés de ser servido. E coma com sabedoria da fonte de vida que jorra do trono de glória. Afinal, "nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Lucas 4:4).
Que tipo de alimento e ambiente eu devo desejar a partir de agora?
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O caminho dos filhos
SpiritualPara onde nós estamos caminhando? Será que nossas escolhas coincidem com a as escolhas do Pai para nós, ou estamos fazendo como aquele filho pródigo, caminhando em direção às nossas "riquezas" passageiras? Meu desejo com estas mensagens sobre essa p...