Capítulo 5 - RECOBRANDO A CONSCIÊNCIA

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"Caindo em si, ele disse: 'Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!"

Lucas 15:17

Quem de nós nunca tomou uma atitude no calor do momento e, quando vieram as consequências, pôde entender tudo por uma nova perspectiva?

"Cair em si" é um sentimento que pode ser, ao mesmo tempo, constrangedor e esclarecedor. Nos sentimos constrangidos por precisar reconhecer que agimos de forma errada, por mais que seja difícil dar o braço a torcer, e a partir daí nossa visão é descamada para a realidade factual, e não aquela que construímos em nossa própria mente enquanto pensávamos segurar as rédeas de tudo.

Reconhecer o erro nunca é fácil. E nesse primeiro momento, vemos que o filho está mais interessado em sua situação atual do que nos sentimentos do pai ao longo desses dias distantes. Ele entende agora que abriu mão de uma vida confortável em troca de prazeres passageiros, mas a vergonha ainda o impede de se ver como filho novamente. Para esse jovem, sua atitude precipitada não permite que ele seja mais do que um simples servo aos olhos do pai.

A vergonha é um dos maiores empecilhos para nos aproximarmos do coração de Deus. A cada escolha impensada, a cada passo fora do caminho e a cada tropeço em nosso ego, vamos criando cascas de vergonha ao nosso redor, nos encolhendo como seres desprezíveis aos olhos do Pai. Criamos uma armadura de auto depreciação, indo até o fundo de nossas imperfeições, como se elas fossem condições para Deus nos amar mais ou menos.

A Palavra diz que ainda que uma mãe esquecesse seu filho no próprio ventre, o Senhor jamais o esqueceria (Isaías 49:15). Entretanto, nós é que preferimos muitas vezes nos esquecermos dessa promessa. Vamos trabalhando para Deus à distância, sem olhar diretamente em Seus olhos. Por isso, nos enxergamos como servos.

Servo é aquele que trabalha pela recompensa. O filho legítimo trabalha apenas pelo prazer de servir ao Pai em obediência e amor. É desse modo que separamos o joio do trigo (Mateus 13:24-46).

Aquele filho trabalhava para alguém que não o conhecia. Alguém que não se importava se ele estava sendo alimentado ou não, se tinha um lar ou se vivia em meio aos porcos. Mas o Pai, diferente dele, sabe recompensar com justiça aqueles que trabalham para Ele. Tudo o que o filho precisava era reconhecer o seu lugar.

Em nossa luta contra a vergonha e o medo de nos aproximarmos novamente do Pai, precisamos ter em mente as palavras contidas em João 15:15-16:

"Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu pai eu lhes tornei conhecido. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o pai lhes conceda o que pedirem em meu nome".

Não fomos nós que O escolhemos, mas Ele nos escolheu para viver uma vida abundante em todos os aspectos. Não faz sentido vivermos de alguma outra maneira. O que Ele determina está decretado nos Céus e na Terra para todo o sempre.

Qual é o meu lugar enquanto filho?

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