"Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: 'Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo'. O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele."
Lucas 15:25-28Muitas vezes, usamos como advertência para nossas atitudes a história daquele filho que se foi para longe e um dia, tomado em arrependimento, voltou. Mas raramente falamos do irmão do filho pródigo. E, acredite, muitos de nós temos sido exatamente como ele dentro das igrejas.
É fácil olharmos para ele como alguém sem entendimento ou empatia. Na teoria. Na prática, diversas vezes questionamos ao Senhor sobre nossos irmãos, reivindicando direitos que, pela Graça, já nos pertencem. Nos iramos ao ver o Pai recebendo com festas aquele que, por vontade própria, se afastou. Enquanto nós, que sempre estivemos aqui, nos sentimos deixados de lado por muitas vezes.
Admita, quem nunca se sentiu assim? Sempre à sombra, sempre fora de evidência. Temos o costume de dar relevância apenas àquilo que faz barulho. Ouvindo uma celebração ao arrependimento, saímos (da presença, da comunhão, do convívio) e não queremos mais entrar.
Ainda que tenhamos a convicção de que o Pai sempre vai atrás de nós, insistindo para que entendamos o outro, existem coisas que nós mesmos precisamos fazer. E uma das maiores necessidades que temos hoje é quebrar os muros de comparação dentro das igrejas, pois não há ganhos nela.
Enquanto eu, que estou "dentro", olho para meu irmão com desprezo pelo seu pecado, e ele, que está "fora", olha para mim com intolerância pela minha permanência hipócrita, nada muda. Precisamos entender que no Reino somos alinhados numa posição de igualdade, independentemente do que fazemos ou pensamos. Os filhos estão todos subordinados à autoridade maior, que vem do Pai.
Não é tempo de nos enchermos de ira por coisas que até compõem o Reino, mas não o definem. Como diz Lucas 13:21, o Reino de Deus "é como fermento que uma mulher misturou em grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada". Ou seja, somos um coletivo, e isso implica em estarmos misturados (unidos, homogêneos) uns com os outros e todos com o Rei, num só propósito e pensamento.
Nossas diferenças, o que fazemos ou deixamos de fazer, aquele que vai, o que fica ou o que volta, nada disso é mais importante do que estarmos alinhados. Uma casa precisa de ordem para se manter de pé, e um reino dividido não subsiste (Marcos 3:24).
Portanto, sejamos aqueles que reparam as brechas, se colocam como suporte, e não como acusadores de nossos irmãos. Importa somente que Ele cresça (João 3:30) e, como filhos de um mesmo Pai, andemos juntos ao espalhar as boas novas.
Que novas atitudes tomarei a partir de agora a respeito dos meus irmãos em Cristo?
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O caminho dos filhos
SpiritualPara onde nós estamos caminhando? Será que nossas escolhas coincidem com a as escolhas do Pai para nós, ou estamos fazendo como aquele filho pródigo, caminhando em direção às nossas "riquezas" passageiras? Meu desejo com estas mensagens sobre essa p...