Foi embora um pedaço de todo o meu egoísmo e orgulho em um verão aos meus dezenove anos. Me senti estranho, como se algo em mim estivesse diferente. E realmente estava.
Ela veio de forma calma e sorrateira, e confesso que de início, a vi como uma qualquer. Se ao menos eu soubesse o que estaria prestes a acontecer, aproveitaria o momento com mais vontade.Nos primeiros segundos em que ela segurou minha mão e me disse que ficaria tudo bem, senti uma uma sensação de acolhimento e conforto de imediato. Como se fossemos os únicos no mundo.
Mas então, as coisas começaram a ir por água a baixo.
A insegurança e o medo de causar dor sempre foram meus maiores defeitos, e dessa vez não foi diferente. Eles a levaram também, me deixando desolado e com um vazio que nunca será preenchido por outro alguém na mesma intensidade.Sophia Scheidemann tirou meu sono, minha paz e meu orgulho. Mas acima de tudo, tirou a sensação de insuficiência de meu coração machucado. Me fez amar alguém pela primeira vez depois da morte da minha mãe.
Eu poderia a culpar pelo fim. E faria isso se fosse o mesmo garoto de três anos atrás. Mas não sou, e tenho a imensa certeza de que a razão por tudo ter acabado foi toda minha. Eu a mandei embora, a fiz chorar e praticamente implorar por reciprocidade.
Fui frio pra caramba.Mas dois anos depois de todos os acontecimentos, o universo decidiu me presentear com sorte mais uma vez.
Em uma simples manhã, na rotina de almoçar em um restaurante antes das aulas da tarde em meu novo Campus em Seattle, eu a vi. E céus, ela continuava perfeita. Com os cabelos mais curtos, na altura dos ombros, mas com o mesmo estilo e olhar. Perguntei a mim mesmo se não era só minha imaginação fértil, já que isso tinha acontecido uma vez na estação de metrô assim que cheguei aqui; todavia, não era. Tive a certeza quando ouvi o som calmo de sua risada.
Senti como se o tempo tivesse parado e meu corpo estivesse paralisado, caindo de uma altura gigantesca. Mas ela não me viu. Quando as forças voltaram, me obriguei a sair dali o mais rápido possível, deixando meus amigos confusos.No começo, pensei em me manter longe e fazê-la não notar a minha presença, mas depois de a ver perambular pela universidade com seu rosto angelical, me esgotei.
Sophia estava perto de mim novamente, e dessa vez eu não a deixaria escapar nem na pior das hipóteses. Nada e nem ninguém me impediria.© All Rights Reserved 2020
Ana Barreto
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Marcante como a Lua [✓]
RomanceLivro 2. [É necessário ler "Forte como o Sol" primeiro] Dois anos se passaram desde a terrível tarde que determinou o futuro de Max com a garota que amava. Ele se vê de volta em seu país natal, trabalhando na empresa multimilionária de seu pai...