Capítulo 21

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       Estou recuperado

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       Estou recuperado. Fui ao médico a alguns dias atrás, e ele confirmou minha melhora. Isso é incrível. Não tenho mais que ficar de cama, e o melhor, meu pai e meu irmão voltaram para o Canadá. Eles só estavam esperando a minha recuperação para irem.

O único problema é que tive que voltar a ir presencialmente para a empresa. As últimas palavras do meu pai antes de embarcar foram: "Vá para empresa e faça o seu trabalho do jeito certo. Não me decepcione." E cá estou, em frente a uma mesa cheia de papéis não assinados, um notebook com e-mails atrasados e um café frio por conta da demora para beber no canto da madeira.

Não vou dizer que odeio esse lugar. Não é exatamente ruim, pois as pessoas me tratam bem e esqueço dos problemas quando estou aqui, pois estou sempre ocupado. Entretanto, assinar papéis, enviar e responder e-mails, ir em reunião com pessoas insuportáveis e sem senso de humor não é exatamente a definição de diversão.

Sophia ia para meu apartamento todos os dias depois de suas aulas para se certificar de que eu estava bem. Conversamos bastante nesse meio tempo, mas as visitas eram rápidas, por conta de suas aulas de dança contemporânea que aconteciam a noite.
As visitas ocasionais a impediram de achar um emprego. Acredito que ela queira muito ser independente, e eu entendo, pois também odeio ser bancado pelo meu pai.

Mas, prometi a ela que nos veríamos com toda certeza hoje a noite. É uma sexta-feira, e planejei algo legal para nós dois.
Há um lugar muito especial para mim aqui em Seattle, e eu adoraria levá-la. Eu costumava ir para lá pra esfriar um pouco a cabeça quando meu pai brigava comigo, para pintar ou me esconder dos garotos maus no fundamental, após a morte da minha mãe.

Nunca levei ninguém lá antes. Nem a minha família, nem os meus amigos. Mas me sinto diferente em relação a Sophia. Me sinto confortável com ela independente da ocasião, e acredito que não será diferente hoje.

Connor, Gabe e Grace me chamaram para ir ao Hill's Beer, mas recusei. Sinto falta dos meus amigos como nunca, mas teremos de marcar outro dia.
Sinto saudades do Campus também. Segunda-feira voltarei para minhas aulas normais, e acho que será muito bom para mim.
As vozes roucas ou finas demais dos professores, suas mentes cheias de conhecimento, o restaurante italiano perto do lugar ou simplesmente perambular pela grande localidade me fazem falta.

Não sei como consegui fazer amigos tão rápido quando cheguei em Seattle, a dois anos atrás. Em um momento eu estava sozinho nos bancos da Hill's Beer, e em outro, Gabe e Connor estavam falando do meu carro e me implorando para dar uma volta. Eles me apresentaram Grace poucos dias depois.
Me sinto feliz por tê-los. Sei que são verdadeiros e que os levarei para vida toda, pois todos ficaram ao meu lado nos meus piores momentos, não tentaram me influência em nada ou sequer forçaram meus limites. Coisa que jamais nenhum conhecido meu antes desses três havia feito.

Megan — minha secretária — entra em minha sala interrompendo meu devaneio e coloca mais papeis na mesa.

— São de algumas empresas que seu pai fez parceria enquanto estava ausente, senhor. Ele pediu para que assinasse os documentos de confirmação antes de ir embora. — ela diz, com a postura ereta, o queixo erguido e os cabelos loiros presos em um coque apertado.

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