Marcante como a Lua [✓]

Capítulo 18

     Acordei no meio da noite com o barulho do meu celular. Quando fui olhar, havia dez chamadas perdidas de Callum. Fiquei preocupada e o liguei de volta de imediato, e foi aí que eu soube.

Quando a frase saiu de sua boca, senti meu corpo se petrificar. Foi como se as três camadas da terra não existissem mais, porque tudo pareceu desabar. Fiquei sem reação por um minuto inteiro, e só depois fui me dar conta que aquilo não era brincadeira. Realmente aconteceu. Max sofreu um acidente e está no hospital.

Tentei segurar o choro para não acordar Kim, mas foi em vão. A garota acordou quando eu estava tirando o pijama e insistiu para ir comigo. Nesse momento meu rosto já estava encharcado por conta das lágrimas, e os soluços não tão baixos.

Eu senti uma dor imensa crescendo cada vez mais em meu peito. Nunca havia passado pela minha cabeça a possibilidade e perder Max para sempre um dia. Mas, agora, é tudo o que penso.

Conseguirei respirar sem dor? Irei viver sem o peso de o dispensar diversas vezes por um medo pessoal?

Esse é o grande problema de nós seres humanos. Só damos valor a algo que amamos quando estamos perto de os perder.

Até quando o orgulho falará mais alto que o amor? Até quando ignorar, ser desagradável e mal educado com as pessoas será um sinal de popularidade? Até quando todas as decisões serão acompanhadas de um arrependimento?

Corro até o estacionamento com Kim no encalço. Ela está apavorada, mas não quer demonstrar para não me deixar pior. O que ela não sabe é que nada vai me atingir mais do que o que está acontecendo agora.

Callum está escorado no carro quando chego, seu rosto está cheio de preocupação e seus cabelos acobreados bagunçados.

Ele vem até meu encontro e me dá um abraço apertado quando me vê chorar. O ato não dura muito, porque meu corpo anseia para ir ao encontro de Max e saber se ele está bem.

Entro no carro e Callum acelera para o hospital do centro, que graças a Deus não é muito longe.

Estou usando uma blusa branca com uma calça jeans. Foi a primeira roupa que achei no guarda roupa. O desespero era tanto que nem me certifiquei se estava do avesso ou suja.

Por sorte não está.

Limpo as lágrimas de meus olhos e olho pela janela, tentando não pensar no pior.
Não deve ser algo grave. Não pode ser algo grave. Se Max me deixar para sempre, nunca mais serei a mesma. Tudo que há de bom em mim vai embora junto com ele. Serei incapaz de amar alguém como o amo.

O relógio indica as duas e meia da manhã.

Ontem, eu dormi satisfeita pela conversa com Sean ter sido ótima e feliz por minha alma estar finalmente deixando o medo de lado, para enfim partir para um recomeço.