O Acordo Siyoon

capítulo 26

- Está fazendo o que com o notebook na mesa Julia? -Heyoon pergunta séria quando entra na
cozinha e encontra Sina fazendo as panquecas e a menina mexendo no notebook - Lembra da
regra? Nada de eletrônicos na mesa.
- Acontece que... -Ju diz fechando o notebook enquanto Sina colocava o prato de
panqueca na mesa e Yoon ia até a noiva dando um selinho e sussurrando um "bom dia" para a
mulher enquanto desligava o forno e puxava Sina para se sentar com elas na mesa. - O
professor pediu para eu procurar músicas que tenham haver com certas partes da peça para
transformar num musical.
- E você conseguiu? - Sina pergunta.
- Algumas sim. - Admite - Eu peguei umas que escutava para escrever, mas outras partes,
ainda é difícil de achar.
- Vai fazer suspense para nós duas sobre a peça? -Yoon pergunta a filha.
- Claro. Quero que fiquem surpresas e orgulhosas com tudo o que eu fiz e dirigi. - Diz sincera e
Heyoon pega na mão da filha.
- Só se for surpresas, porque orgulhosas já estamos querida -Heyoon diz sincera e a menina
assente sorrindo.
- Anda, mostra aí essa playlist que eu quero escutar - Sina fala e Ju rir levantando a tela do
notebook para mostrar enquanto ambas comiam discutindo sobre possíveis indicações.
(...)
- Certo! - O Professor fala - As incrições já começaram e a cena do roteiro escolhida está ao
lado das inscrições com o nome do personagem que desejam representar. Vamos começar -
Ele bate as palmas e logo todos vão até a lista e começam a pegar os papéis e a escreverem
seus nomes, enquanto Ju e o professor iam até a mesa que colocaram na plateia, onde
ficariam analisando os candidatos, para discutirem a playlist que fez. - E então, o que temos?
- Para Anne e Clarie, eu selecionei duas músicas temas das duas, dois solos praticamente.
Para fazermos o funil, depois tem uma dueto que é da cena onde Clarie está fugindo dali depois
de finalmente ter uma noite com Anne. A música revela o medo que Clarie tem, medo do que
está sentindo e vai embora dali enquanto via Anne dormir na cama, inocente e sem a mínima
ideia do que aconteceu.
- Adorei. E então... Vamos começar os testes. - Ele fala - Que entre o primeiro
(...)
Os testes para os papéis secundários já haviam acabado há tempos, porém o mais complicado
estava para os dois papéis principais. Como o professor havia dito, eram os mais complexos, e ainda não haviam achado A Clarie, nem A Anne. Anne a qual o professor já tinha quase certeza
que seria Ju.
A próxima a tentar o papel de Clarie era Sofya. Ju até se arrumou melhor na cadeira.
- Oi. Eu sou Sofya Plotnikova e vou fazer o teste para o papel da Clarie. - Sofya fala e começa a
atuar o seu trecho.
O trecho que Ju e o prof escolheram para Clarie, era o que ela brigava com o pai por tê-la
submetido a uma casamento forçado. Clarie era um espírito livre, que se viu presa numa gaiola
quando, sem sua permissão, a trataram como uma moeda de troca. May quis fazer um paralelo
com a reação de sua mãe com sua gravidez. Ela era agradecida a sua mãe todos os dias por ter
continuado com aquilo, mas sabia que sua conta modificou todos os planos, não só de Heyoon, mas
de toda sua família.
Ju e o professor se encararam, Sofya era a Clarie, agora restava ela conseguir passar a
mesma emoção que passou atuando o trecho, quando cantava a música.
A cena mudou, quando terminava de falar sua fala, Clarie se trancava no quarto e começava a
cantar sua música. Era essa a cena que Sofya teria que fazer para finalmente baterem o martelo
na questão da Clarie. Então a loira começou a seguir os acordes da musica.
- I can hold my breath (Eu posso segurar minha respiração)/ I can bite my tongue (Eu posso
morder minha língua)/I can stay awake for days (Eu posso ficar acordada por dias)/ If that's
what you want (Se é isso que você quer)/ Be your number one (Ser a sua número um) Conforme
Sofya ia cantando os primeiros versos, o professor olhava para May, que estava centrada na
apresentação da amiga. Foi então que ele já teve sua confirmação, a confirmação de quem seria
o casal, agora só precisava fazer Julia participar dos testes. But I'm only human (Mas eu sou só
humana)/ And I bleed when I fall down (E eu sangro quando caio)/ I'm only human (Eu sou só
humana)/ And I crash and I break down (E eu me despedaço e eu me quebro)/ Your words in my
head (Suas palavras na minha cabeça)/ Knives in my heart (Facas no meu coração)/ You build
me up and then I fall apart(Você me ilude e então eu desmorono)/ 'Cause I'm only human
(Porque eu sou só humana) - Sofya termina a parte escolhida da música e agradece
- Maravilhosa Sofya. - O Professor diz aplaudindo - Queria que ficasse, agora é a horados
testes para Anne. Ju? - Ele pergunta olhando para a menina que negava com a cabeça
enquanto o professor afirmava. A menina então, levanta-se contrariada e vai até o palco. Era seu
teste - Vamos Ju, se apresente.
- Eu sou..Maria Julia Jeong... - A menina para o meu sobrenome e fica pensativa, atraindo
dúvida entre a troca de olhares de Sofya e do Professor.
- Ju?
- Meu nome. - A menina da agora mais decidida, o que iria fazer era contra a lei ainda,mas
quem liga. - É Maria Julia Jeong Deinert e eu vou fazer o teste para interpretar Anne Earp. -
Ela diz e finalmente entendeu a insistência do professor para com ela, Ju era como Anne,
assim como Anne era como Sina. A menina então entendeu finalmente, ela era uma Deinert,
mesmo antes de pensar em ser uma.
Ótimo - O professor fala sorrindo, percebendo o porquê tanta insistência para Ju fazer o
teste. - Comece Ju. - Ele fala e a menina respira fundo, e se transforma.
- Eu não vou deixar que o legado da minha família seja submetido a isso! -Ju fala encarnando
toda a raiva que conseguia. Ela era Anne, e Anne estava com raiva, muita raiva. - Eu posso muito
bem administrar tudo isso melhor do que vocês todos! Mas me impedem porque uso saias! -
Ela e respira fundo, assim como o papel exigia, mesmo não tendo escrito no script. - E sabem
como eu estou tendo essa coragem toda? Porque tenho uma esposa do caralho que me
ensinou que posso ser muito mais do que eu pensava que seria. E é por isso que vamos nós
duas administrar nossas empresas a partir de hoje. - Ela fala e então, como se tivesse acabado
de se tocar de um fato. Na cena, Anne devia se tocar de que havia sido abandonada pela mulher
da sua vida e não tinha notado aquilo até aquela hora. - Tenho que ir. -Ju fala rápido e se vira de
costas para o público. Acabando seu trecho e recebendo aplausos do professor e de Sofya, que
viu tudo aquilo.
- Como você... Como que... Ju!
- Eu não sei... - Ju diz sincera. - Eu só me inspirei no que escrevi. - Ela fala respirando fundo,
se recompondo.
- Eu falei que você seria a Anne menina! - O Professor diz animado - Certo, vamos agora para o
dueto do casal, o funil final. - Ele diz batendo palmas e chamando todos os que haviam se
inscrito para o papel - Galera vocês já sabem a música que devem cantar. Não especificamos a
parte de cada um no dueto, porque será aí nesse detalhe que escolheremos o casal com mais
química, o que se conectou ao ponto de saber cada qual sua parte da música. Então é isso,
vamos começar. - O professor termina de dizer e volta para o seu lugar com Ju junto.
Para azar de Ju, ou acaso do destino, como queiram chamar, nenhuma dupla havia se saído
bem, restando a última. Ela e Amber.
- Bem... Sofya, Ju, bem vindas a sua cena. - Ele diz - O palco é de vocês. - Ele falae as duas
amigas se encaram e vão para o palco.
- Preparada? - Sofya pergunta e Ju rebate.
- Você está? - Ela pergunta e a loira assente, logo o sinal para os intrumentistas é dado e
começam a tocar.
A música I Will Be era uma das favoritas na playlist que May montou. Aquela música era um
solo, porém a menina imaginou aquilo como um dueto na cena final da peça. Quando Anne
percebe que era com Clarie que queria passar sua vida, e percebeu isso justamente enquanto
confrontava a todos na sua empresa, e pensando nisso, correu para a casa delas onde tentou
de todas as maneiras ter uma pista de para onde ela iria. E se lembrou então da casa de praia
que a avó de Clarie havia dado a ela como herança, a jovem e seu espírito livre, adorava a
natureza, a cima de tudo o mar. Então, depois de quase um dia de viagem, quebrando algumas
leis de velocidade, Anne finalmente chega na casa e encontra Clarie sentada em cima de uma
pedra, que dava vista para toda a praia de cima da colina. E era aí onde o dueto, nem tão dueto,
começava.
There's nothing I could say to you (Não há nada que eu possa dizer pra você)/Nothing I could
ever do to make you see (Nada que eu poderia para te fazer enxergar)/ What you mean to me (O
que você significa pra mim) - May começa o dueto enquanto se aproximava de Sofya, que virava
o rosto para encará-la, como se estivessem mesmo no ambiente, como cenário todo pronto -
All the pain, the tears I cried (Toda a dor, as lágrimas que eu chorei)/ Still you never said goodbye
and now I know (Ainda assim você nunca disse adeus e agora eu sei)/ How far you'd go (O quão
distante você está)
- I know I let you down (Eu sei que eu te decepcionei) - Sofya começa a cantar as suas
primeiras palavras. - But it's not like that now (Mas não é mais assim agora) - A menina canta e
se vira para ir embora, fugir, porém como se tudo fosse coreografado, May a segura.
- This time I'll never let you go (Desta vez eu não deixarei você ir embora) - May canta e olha
diretamente para Sofya.
Era isso que acontece quando o casal havia química, já sabiam como agir uma coisa a outra, já
sabiam o que a cena pedia. O exercício não poderia estar melhor.
- I will be, all that you want (Eu vou ser, tudo o que você quiser)/ And get myself together (E me
recomponho)/ Cause you keep me from falling apart (Pois você faz com que eu não caia aos
pedaços) - Ju canta a ponte para o refrão e então Sofya completa o refrão, e as duas
passaram a cantar juntas.
- All my life, I'll be with you forever (Por toda a minha vida, sempre estarei com você)/ To get
you through the day (Para fazer com que você siga com o dia)/And make everything okay (E
fazer tudo estar bem) - Ambas cantavam o resto do refrão juntas, e logo o resto dos alunos
começaram a se aglomerar ali para ver aquele dueto. Não tinha dúvidas, elas seriam o casal.
- I thought that I had everything (Eu pensei que tinha tudo)/ I didn't know what life could bring
(Eu não sabia o que a vida poderia poderia trazer)/ But now I see, honestly (Mas agora eu vejo,
sinceramente) - Sofya fala aquela parte sozinha finalmente se virando para encarar a cacheada,
que segurou suas mãos e entrelaçou os dedos.
- You're the one thing I got right (Você é a única coisa que eu acertei)/The only one I let inside
(A única que eu guardo dentro de mim)/Now I can breathe, cause you're here with me (Agora eu
posso respirar, porque você está aqui comigo) - Ju fala os primeiros versos e dá um giro em
Sofya como um passo de coreografia - And if I let you down (E se eu te decepcionei)/ I'll turn it
all around (Eu vou mudar isso)/Cause I would never let you go (Porque eu jamais deixaria você
partir) - Ela termina sua parte e solta Sofya que continua o giro por mais alguns segindo
enquanto cantavam juntas o refrão final.
- I will be (I'll be), all that you want (Eu vou ser Tudo o que você quiser)/ And get myself
together (E me recompor)/Cause you keep me from falling apart (Pois você faz com que eu não
caia)/ And all my life, you know I'll be with you forever (Por toda a minha vida, estarei com você
sempre)/ To get you through the day (Para fazer com que você siga com o dia)/ And make
everything okay (E fazer tudo estar bem) - Ambas terminam a última nota em sincronia e param
para respirar fundo, se olhando e tentando entender o que aconteceu. Afinal, o que foi aquilo?
Aquela sensação eletrizante no corpo, aquela sincronia, aquele frio na barriga, o que era aquilo.
Ju tinha uma leve ideia, mas Sofya... Confusa era eufemismo.
Acho que já temos nosso casal - Ele fala enquanto os alunos aplaudiam e assoviavam as
duas pela apresentação feita.
(...)
- Hey. - Sofya fala aparecendo ao lado de Ju enquanto ambas iam embora, comono ritual de
sempre.
- Hey. - Cumprimenta.
- Vamos ser um casal na peça... - Sofya diz. - Estou nervosa.
- Que bom que não sou apenas eu. - Ju diz e então para para atender o telefoneque estava
tocando. - Alô? - A menina atende o número desconhecido e não escuta nada, a não ser a
respiração pesada do outro lado da linha.
- Julia Jeong? - Pergunta.
- Sim, quem fala? - Ela confirma e questiona, mas não recebeu resposta, já que desligaram o
telefone - Estranho. - Fala guardando o celular.
- Quem era?
- Também queria saber... - A menina fala e dá de ombros, decidindo ignorar aquilo.
(...)
Era sábado naquela manhã ensolarada e Sina decidiu que era finalmente chegada a hora
de começar a mostrar Ju tudo sobre a empresa. Mas não começaria passando logo todo
o comando, Ju teria que aprender a ser uma funcionária, e só então, poderia aprender a ser
uma CEO. Teria que entender como funciona todos os cantos da empresa, compreender o cada
funcionário passa, só para então poder gerenciar tudo. Esse era o segredo da D-Corp.
- Então... Basicamente terei que organizar esse depósito? - A menina pergunta olhando para a
madrasta da porta.
- Sim. - Sina fala - Eu tenho até pena de você. - A loira completa colocando a mão no ombro da menina. - Venho te buscar no fim do dia. - Diz e sai deixando-a sozinha ali.
- Que emoção. - Fala sarcástica e então fecha a porta, pegando seu celular e colocando no
aplicativo de músicas e selecionando a playlist do musical, ótima hora para treinar, e então
começa a separar as caixas.
(...)
Olha o almoço -Heyoon fala entrando no escritório com uma sacola de massas do restaurando
italiano favorito delas. - Oi. - Cumprimenta a loira com um selinho, selinho o qual Sina
quase, quase, aprofundou, se não fosse por Heyoon se afastando enquanto ria da loira - Tanta
saudade assim?
- Não imagina o quanto. - Sina fala sorrindo enquanto puxava a coreana para seu colo.
- Tá vendo Ju pelas câmeras? -Heyoon pergunta quando olha para o computadoraberto no
aplicativo de segurança da D-Corp.
- Sim... - Sina fala com um tom de culpada - Quero assegurar que nenhum caixa caia em cima
da cabeça dela.
- Mãe do ano -Heyoon brinca com a loira e da um beijo já sua bochecha. - Está pensativa ...O
que foi?
- Promete não rir? - Pergunta.
- De dedinho -Heyoon fala levantando o mindinho enquanto Sina revirava os olhos mas também
ergueu seu mindinho. - O que foi?
- Estava pensando em marcar a data do casamento... se você gostaria de marcar... -Sina fala
e olha insegura para a coreana em seu colo.
- Está falando sério? -Heyoon pergunta em um sorriso, o qual Sina não notou, pois estava com
seus dedos fazendo traços invisíveis nos braços da coreana.
- Pensei em uma data mais para julho... Ju poderia passar as férias em Ubatuba e nós duas
poderíamos ter uma lua de mel, já que estamos juntas e tals...
- Pensou nisso tudo Sina Deinert? -Heyoon fala e Sina levanta o rosto pela primeira vez para
ver a feição da coreana, e a encontrou sorrindo largo e bobamente - Vai me fazer me apaixonar
por você de novo.
- Então isso é um sim? - Sina pergunta esperançosa. Céus! Ela parecia uma boba apaixonada
ridícula, o que de fato ela realmente estava.
- Julho é um bom mês, coincide com minhas férias da faculdade também. Vamos sim ver uma
data. -Heyoon diz e beija Sina apaixonadamente, e logo é retribuida. Quando que Heyoon pensou que
estaria sentada no colo da mulher que amava e que era sua noiva e ex chefe? Nunca. Mas aqui
estava ela, discutindo coisas como a data do casamento com ela.
- Céus! Eu vou casar! - Sina exclama e Heyoon rir da feição da loira - O que eu fiz para te
merecer?
- Não sei... -Heyoon diz enquanto acariciava as bochechas da loira, analisando os traços da
jovem. - Não sei no que me fez me apaixonar por você. Se foi sua gentileza... Seu caráter... A forma como trata minha filha... A forma como me trata... Esses incríveis olhos cor de mel... Mas
me apaixonei. E por incrível que pareça, você se apaixonou por mim também. Então acho que
temos que lidar com isso.
- Como eu não me apaixonaria por você Heyoon? - Sina diz incrédula. - Se hoje eu sou tudo isso,
é porque você me ensinou e me deu espaço para ser assim. Você e Ju viram em mim a
mudança, e eu quando menos esperei, mudei. Para melhor. Te amo Heyoon Jeong
- Te amo Sina Deinert. - Heyoon fala e ambas voltam a se beijar, o beijo foi aprofundandoaté que
a falta de ar se fez necessária e ambas se separaram, e voltaram a realidade de onde estavam,
não podiam fazer o que queriam ali, e Heyoon no colo de Sina só dificultava o raciocínio, das duas.
Então a coreana finalmente saiu do colo da morena e assim elas começaram a almoçar. Deram
graças as divindades por não terem continuado com aquilo porque Ju entra com um furacão
pela a sala, e Demi, a nova secretária, entra na sala nervosa.
- Senhorita Deinert, Senhorita Jeong... Desculpa mas ela não quis ser anunciada. Jess fala
nervosa e faz Sina e Heyoon rirem, principalmente da expressão de Ju.
- Demi querida. - Sina fala para a nova secretária - Ju é filha de Any, e minha enteada. O
acesso dela é liberado para minha sala, assim como o de Heyoon. Tudo bem?
- Sim senhorita Deinert. - A mulher fala nervosa - Desculpa o incômodo - Diz olhando para Ju.
- Você não sabia. Tudo bem. - Ela fala e a secretária sai da sala deixando ambas à sós. -
Primeiramente... QUE BONITO EIN? ALMOÇANDO SEM ME CHAMAR - Ela fala e Heyoon explode em
risadas, vai até a filha, a puxando pela mão até uma das cadeiras de frente a mesa da CEO.
- Eu trouxe também para você -Heyoon fala e abre a sacola tirando de lá um dos prato de massas
e entregando a filha. - Mas o que te fez entrar aqui que nem uma doida?
- Ah sim. - Ju fala de boca cheia e tira a pasta de dentro do casaco. - Acontece que,
aparentemente nossas famílias estavam relacionadas muito antes do que pensamos. - Diz
mostrando os papéis a Sina enquanto explicava o que entendeu. - Aparentemente, a Deinert
Corp tinha uma ramificação secreta de suas atividades.
- Projeto Cadmus... - Sina fala lendo o documento por cima.
- Pelo o que eu entendi, é nesse projeto que a Deinert Corp realizava experimentos ilegais em
humanos, tentando modificá-los geneticamente ou somente fazendo experimentos neles no
geral. -Ju diz para a mãe.
- Isso aqui é muito sério. - Sina fala virando a página. - Só de olhar por cima já vi muitos
crimes humanitários cometidos.
- Mas... Onde nossa família está envolvida? - Heyoon pergunta a filha.
- Projeto Medusa - Ju explica e Sina chega nesse dociê.
Aqui vem dizendo que o vírus Medusa é um vírus que ataca toda a população, mas somente
aquelas com um código genético específico, programada antes do vírus ser lançado, não
morreria. Isso... Isso é uma arma biológica! - Sina exclama e então vai até o telefone e disca o
número de Demi - Demi, cancele todos meus compromissos para hoje, tenho um assunto muito
importante para resolver fora da D-Corp. - Sina fala e olha para as duas mulheres - Peguem
suas coisas, vamos para casa e lá discutimos isso aqui melhor. Ju, você garimpou um
escândalo.
(...)
- Certo. - Heyoon fala colocando o telefone no balcão - Acabei de ligar para Sabina e ela está vindo
analisar o documento. Agora... O que mais tem aí sobre o projeto medusa.
- Vamos lá. - Ju fala nervosa - O vírus foi criado por acidente, quando dois cientistas
descobriram que cada tipo de raça/etnia humana tem uma espécie de marcador genético, algo
assim. Enfim... Eles queriam usar isso, para poder tornar a cura de vacinas e doenças mais
eficazes e etc. Porém, acabou que com uma dessas vacinas que eles tentaram resolver, todos
os outros  tipos de marcadores genéticos, simplesmente morreram, restando apenas aquele
específico que eles programaram vivo. Agora jogando na mão de um xenofóbico... Ou sei lá, do
Hitler, que é a mesma coisa...
- Limpeza étnica. - Heyoon fala - Sem rastros.
- Exatamente.
- Isso é... - Sina fala sem palavras ainda analisando o documento - Eu não acredito que
minha família financiava isso. - A morena fala negando com a cabeça.
- Mas onde nossa família está envolvida?
- Os dois cientistas que criaram o medusa. - Ju fala olhando para a mãe - Foram a Vovó
Patricia, e o Vovô Silvio. - Ela diz e Heyoon perde a força nas pernas, caindo no sofá sem reação.
- Eu não... - Heyoon fala sem palavras. Como você poderia dizer o que sentia quando viu todas as
imagens boas e toda a idealização que tinha de seus pais irem a baixo tantos anos depois de
mortos?
- Hey - Sina de levanta da sua poltrona e vai até o sofá onde Heyoon estava, puxando a coreana
para seus braços, onde a Jeong se encolheu e começou a chorar. - Eles não criaram por
maldade amor... Olha - Sina mostra o dociê a mulher enquanto explicava. - Pelo o que consta,
eles nunca entregaram a receita, mesmo com Noah e Ale tentando comprá-la com todo o
dinheiro que possuíam.
- Não sei o que pensar Sina... - Heyoon fala fungando e se erguendo para ler o documento
melhor, enquanto escorava sua cabeça nos ombros da loira. - Meus pais foram
assassinados. Por anos procurei o motivo e nunca encontrei, e se eles foram mortos por conta
disso?
Provavelmente foi por isso mãe. -Ju diz e se levanta para pegar um copo d'água na cozinha
para a mãe. - Pelo o que eu entendi, o Cadmus é uma organização não governamental secreta,
usavam laboratórios laranjas como suas sedes, por isso ninguém nunca soube disso.
- Vou mandar fazer um levantamento de todas as atividades dos laboratórios da Deinert Corp
até a época que assumi o cargo e mudei o nome. - Sina fala pegando o celular e Heyoon abaixa
seu braço, como se pedisse para era não fazer aquilo - Amor... - Sina fala confusa pela atitude
da coreana.
- Sabina está chegando, deixe ela nos dar as instruções Sina. Isso pode ser prejudicial para a
imagem da D-Corp e sua mesmo, se as ações forem feitas por baixo dos panos. Vamos
trabalhar junto com o FBI em sigilo e quando descobrirem tudo, eles revelarão, e só assim a
D-Corp estará preparada para o impacto na sua imagem, e nós para os julgamentos sobre o
nome Deinert.
- Nós? - Sina diz boba, aquela mulher não existia.
- Até parece que não vou ter seu sobrenome no meu nome também. - Heyoon fala e Sina a beija
apaixonadamente, na frente de Ju mesmo, a menina até protestaria sobre aquilo num dia
normal, mas aquilo era tão sério quanto importante, Heyoon e Sina mereciam aquilo.
- Vai querer meu sobrenome mesmo com todo o escândalo envolvendo minha família e ela
tendo provavelmente matado seus pais? - Sina pergunta incrédula.
- Você não é eles. Eles não são você. - heyoon diz simples
- Eu te amo Heyoon Jeong. - Sina fala e abraça Yoon o mais forte que podia, em toda sua vida,
Sina nunca pensou que poderia um dia sentir o que estava sentindo. Aquela Coreana de
olhos escuros e com uma filha extraordinária mudaram sua vida. Para melhor.
Acabou que Yoon estava certa, Sabina quando chegou e viu os documentos que Ju achou, logo
ligou para o seu superior e passou a novidade. Logo depois revelou as mulheres ali que ela não
trabalhava no FBI, e sim no DOE, um Departamento de Operações Extranormais, que seria mais
ou menos um departamento que cuidava de assuntos fora do governo, organizações como o
Cadmus, cuja revelação causaria pânico nacional. A Jeong mais velha falou então praticamente
a mesma coisa que Heyoon, passariam a investigar a Deinert Corp, e prometeu que não envolveria
a D-Corp nos assuntos, desde que não estivesse envolvida. No final, ficou acordado que
somente Sabina teria acesso a D-Corp para procurar antigos documentos, a investigação em
sim, Sina não ia deixar centenas de agentes em coletes a prova de balas transitando por sua
empresa e assustando funcionários. Bastaria apenas Sabina, e à paisana.