A Solidão! (Concluída)

Capítulo 14

Seus olhos recheados de ódio e ilusão. Seu corpo tonto mal parava no lugar, tanto que tropeçou em uma cadeira que estava a meio metro dele. Em uma mão ele segurava a Karambit e em outra mão a garrafa de saquê que ele pegou na mesa ao lado de onde ele caiu. Ele começou a virar a garrafa de novo. Yuriko falou tranquilamente:

"Cuidado, a única luta que ele sabe é a arte do punho bêbado!" olhei para ela que sorriu e fez um 'joinha' para mim "Você consegue."

"Bom saber!" olhei para ele que ainda virava a garrafa. Pisei na ponta de uma das garrafas que estava vazia com a ponta para fora da mesa, fazendo a garrafa voar para cima e cair na minha mão. Joguei a garrafa vazia na garrafa que ele bebia fazendo as duas se quebrarem em cima do rosto dele. Um grito de empolgação de todos ao nosso redor se ecoou em uni som. 

"O que você-" ele soltou um soluço "acha que está-" outro soluço "fazendo?! Seu merdinha" ela já estava bêbado em um nível além da consciência dele.Ele já nem sabia mais que estava fazendo. Bom, talvez não lembre de quem roubou a karambit dele. Sorri de canto e ele ficou  numa posição de luta repugnante, porém muito útil em uma briga de bar ou rua. 

   Eu não costumava usar minhas habilidades de batalha porquê não acredito que haja motivo para eu me defender. Não tenho família, não tenho amigos, não existe ninguém que se importe comigo. Pelo menos, foi oque eu pensei até alguns dias atrás. Alguém que surge tão de repente quanto o vento muda em tempos de outono e inverno. Alguém que simplesmente chega e muda meus horizontes e me da um norte para seguir. Alguém que vale a pena se importar em ver de novo no dia seguinte, que vale se preocupar e lutar. Essa  briga não é só por mim, é por esse alguém também. 

"Já que vai usar a técnica do punho bêbado, que tal usarmos o kung-fu com leveza agilidade e flexibilidade?!" assumi a posição de batalha da serpente. A beleza da arte da Serpente, o olhar é a cereja do bolo, penetrante e auxilia na precisão dos movimentos do adversário. Ele tomou a iniciativa de vir me atacar. Dois movimentos e eu acabo com isso: Ele me golpeou, com a Karambit, de baixo para cima. Passei por baixo do seu braço, estiquei meu braço e peguei em seu pulso antes de passar por ele. Colei nossas costas e com minha outra mão peguei em seu rosto e puxei ele por cima de mim, fiz ele rodar no ar e puxei ele para baixo em cima da mesa. Sempre torcendo seu braço. Ele soltou a karambit, soltei seu braço e peguei a karambit, fechei a mesma e pus no bolso. Me sentei ao lado de Nakimi novamente, com as duas mãos no bolso.

"Ninguém toca nela, corno!" a empolgação dos convidados foi incrível. Era como se eu fosse o cara mais foda que eles já viram, o centro das atenções. 

Yuriko acenou e os seguranças vieram tirar ele dali.

"Quem ganhou a aposta?" Ela perguntou para o segurança.

"Os veteranos. Juntaram mais de mil ienes!" ele sorriu e ela também.

"Cem é meu!" ela falou, ele concordou e saiu "Mandou bem Ikki, nunca tinha visto habilidades assim. Foi a briga mais curta e mais foda que já aconteceu numa festa minha! Não são todas as festas que isso acontece, só setenta por cento!" ela sorriu e mandou mais um joinha "Falei que você conseguia." ela rio junto com Isamu e eu soltei uma pequena risada "Mas é a primeira vez que é por causa da Nakimi, mas na maioria das vezes tem meu irmão metido no meio".

"Desculpa por isso, Ikki!" Nakimi enxugou uma lágrima no canto do olho.

"Relaxa, extravasei um pouco. Estava precisando disso!" sorri para ela, peguei em seu queixo, ajeitei seu cabelo e beijei sua testa. Me aproximei do ouvido dela "Talvez eu concorde com Yuriko e Isamu sobre você e eu!" sussurrei e beijei seu rosto e sorri para ela deixando-a vermelha.

"Achei que ia rolar o primeiro beijo de vocês agora, sem graça vocês!" Yuriko fez bico.

"Para de enrolar vocês dois, eu hein. Cu doce!" Isamu parecia sem paciência. Eu ri e olhei para ela. Mas meus olhos se perderam nos dela que estavam tão próximo. Seu rosto estava pertinho, escorri minha mão no pescoço dela e aproximei um pouco.

Continua...