Quando o amor acontece

Capítulo 23

                                                                                       Mariana  

    Estou tremendo e não consigo para de chora. A moça me oferece um copo  de água porem não consigo beber, estou com medo da minha mãe voltar e me achar aqui, sei que não vou ter força para correr dela. Meu coração quase para de bater quando vejo uma  caminhonete branca passando bem devagar, agradeço a moça e corro para a porta. A caminhonete para e entro.

  - Você está bem Mariana? - ele parece preocupado e desesperado.

  - Só sai daqui, me leva para um lugar seguro por favor. - seu olhar vaga por meu rosto como se buscasse algo antes de acelerar  pelas ruas. Ele deve me achar louca. Quando estamos longe daquele hospital me sinto um pouco mais aliviada porem um desespero  me invade e começo a chorar descontroladamente.

  - Calma Mariana, por favor fica calma, estamos chegando no meu apartamento. Você esta sentindo alguma dor? Tem algo que possa fazer ? 

  - Não eu só não sei o que fazer, estou com medo confusa ...- isso é tudo que consigo dizer sem voltar a soluçar e chorar como louca.

  - Ei calma, estou aqui e vou te ajudar a passar por isso. Olha aí já chegamos.-  Diogo desce e abre a minha porta, começo a descer mas para minha surpresa ele me pega no colo, até penso em protestar dizer que consigo andar, porem tudo que mais quero é me sentir assim  protegida e segura. Encosto a  cabeça em seu peito e fecho meus olhos. Ele me coloca em cima de uma cama , olho para esse  homem lindo, que me enlouqueceu desde o primeiro momento, serio, o semblante carregado de preocupação. Queria ficar assim olhando para ele, fingir que nada esta acontecendo, esquecer dos meus problemas em seus braços.

  - Diogo a gente precisa conversa muito serio. 

  - Você quer mesmo falar agora? Não prefere dormi um pouco ou comer alguma coisa? Tem algum remédio que precisa tomar? 

  - Olha eu fugi do hospital  e..

  - Como assim Mariana?  - ele passa as mão no cabelo em um claro sinal de nervoso. 

  - Não tive escolha Diogo, minha mãe enlouqueceu. Ela disse para a medica que fui estrupada! Subornou um delegado e fez uma queixa falsa para mim aborta o meu filho devido um estrupo que nunca aconteceu. - digo tudo de uma vez, mas ele não parece surpreso.

  - Como assim Mariana? Por que a sua mãe faria algo assim? - seu tom é questionador ,mas nem posso culpa-lo  já que estou falando da minha mãe.

 - Acho que ela tá começando a ficar louca, desde pequena que ouço sobre o meu futuro brilhante e como ela planejou tudo para mim nunca tive problema em fazer o que me pedia até ela surta, me agredir  física e verbalmente. Até ela achar que o meu filho é um empecilho para meu futuro brilhante e querer mata-lo. - Diogo permanece calado, apenas me olhando, ele me analisa como se não  tivesse acreditando em mim. 

 - Mariana eu vou ser o mais claro o possível com você. Sua mãe me ligou hoje cedo e conversou comigo, ela disse que você iria me procurar com essa conversa,  que você esta instável, que fugiu de casa para morar com um rapaz que  é usuário de drogas. Ela disse que desde então você tem inventado histórias loucas e que essa que acabou de contar é a mais recente. 

  - Isso é mentira Diogo, eu nunca fiz isso serio, acredita em mim. - começo a chorar de novo ele apenas me olha, analisando cada ação minha, não acredito que a minha mãe fez isso. Como a minha vida chegou a esse ponto? Por que isso tá acontecendo?

  - Eu preciso que você fique calma Mariana. Ela me trouxe um laudo médico, assinado por uma psicologa. Tudo o que me pediu foi se caso você me procurasse era para avisa-la. Para o seu próprio bem, já que você precisa ser medicada.

  - Não faz isso por favor Diogo,eu vou embora agora só não liga para ela. - levanto o mais rápido que consigo, meu corpo inteiro dói e a fraqueza só aumenta mas não posso deixar ela matar o meu bebê.  Ele não acredita em mim. Ela manipulou mais um.

 - Calma Mariana, você não vai sair daqui. - Diogo me segura pelo ombro.

 - Você esta acreditando nela, será que não vê? Isso foi armado,ela sabia que eu ia te ligar por isso foi conversar com você. Agora não sei se estou grávida ou não, se ela mentiu para mim , o que eu sei é que não vou voltar para perto dela. Me solta Diogo, não vou deixar ninguém  acabar com a minha vida, e se eu tiver um bebê não vou abortar. - seu olhar de pena me   rasga, como se alguém me desse uma facada.

- O exame deu negativo  Mariana, Vanessa me mostrou, você não está grávida. Sinto muito.

 - Não você não sente,  isso tudo é mentira ela quer  me fazer passar como louca, quer me ver sozinha para depender dela. - grito tentando me desvincilhar dele o desespero tomando conta de mim, será que não estou grávida? 

 - Respira por favor, só quero o que é melhor para você. 

 - O melhor é ir embora Diogo e me  virá como tenho feito esse tempo todo, só me larga droga! Para que você  foi lá me buscar então? Por que fingiu que ia me ajudar? - Grito desesperada, parecendo a louca que a minha mãe descreveu. Diogo me segura mais firme me fazendo o encara-lo.

 - Por que me preocupo com você Mariana, por que eu queria te ver, saber como você estava realmente, ouvir sua voz. - suas palavras me param, olho em teus olhos e ficamos ali encarando um ao outro, sentindo tensão , raiva, dor , medo e paixão.Vejo em teus  claramente o momento em que a paixão vence todos os outro sentimentos, seus lábios estão nos meus na mesma hora, envolvendo, punindo, amando. Dessa vez é diferente, uma mistura de saudade, medo e ternura,a unica coisa que não muda é a sensação de estar completa.De ter encontrado o meu lugar no mundo.