🍪 3.4

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🍪Gabriel.

1 dia depois...

Pietro me pediu pra gente se reunisse num café. Ele disse que era importante então confrmei presença.

Fui tomar um banho e coloquei uma calça preta, uma blusa branca, um moletom preto com zíper e uma touca cinza, estava um pouco frio aqui no Rio.

Fui pro café a pé mesmo, não era muito longe. Coloquei meus fones no ouvido e liguei minha playlist de lo-fi. Estava escurecendo e o Sol estava tão lindo no céu, que naquele momento possuia várias cores, amarelo, laranja, rosa.

Cheguei no café e pra minha surpresa eu tinha sido o primeiro.

Esperei mais um pouco, e ele chegou.

- Oi Gabriel. - Ele me cumprimentou.

- Fala ai - Perguntei depois que ele se sentou.

- Desculpe o atraso. - Ele dizia estranhamente nervoso.

Assenti indiferente.

- Você 'tá bem?

- Estou, é só que é um assunto muito sério. - Ele desconversou.

- Tudo bem então. - Falei e fiz um sinal pro garçom.

- Boa noite senhor, qual seu pedido? - Ele questionou.

- Um chá de hortelã, por favor. - Pedi.

- Eu quero um café expresso, por favor.

Ele anotou e saiu.

Depois de uns minutos, os pedidos chegaram.

Bebi um gole do meu chá e perguntei: - Então... O que 'tá acontecendo?

- É sobre a Lis. - Ele estava mais nervoso que antes.

- Relaxa cara, não precisa ficar nervoso, se acalma. - Tentei tranquilizar ele.

Ele respirou fundo e começou a falar.

- Você sabe que eu namoro ela a mais de sete anos... - Ele fez uma pausa. - E eu nunca fiquei em um relacionamento tanto tempo assim, nunca morei com alguém também. Eu tenho certeza que eu amo ela, amo de verdade mesmo, passei por situações complicadas, e ela sempre esteve lá me apoiando. Sempre cuidou de mim, e eu simplemente não consigo ficar sem ela do meu lado, sabe?

Assenti o encorajando a continuar.

- Eu amo o jeito abusado dela, o jeito que ela defende quem ela ama. Amo os olhos dela, o sorriso, tudo. Eu amo ela por inteiro. - Ele dizia com os olhos brilhando.

Bebi mais um pouco do meu chá enquanto o ouvia falar.

Anne.

A semana estava quase acabando, finalmente, eu amo meu trabalho mas mereço uma folga.

Saí mais cedo hoje, por conta do dia anterior, e fui pra casa.

Quando eu cheguei na portaria Sérgio me disse que uma pessoa tinha deixado uma carta pra mim, junto com um envelope. Agradeci e peguei tudo, fui pro meu apartamento e abri.

O envelope de carta tinha um pequeno bilhete que dizia: Sua jaqueta é bonita :)

Isso estava muito estranho, abri o envelope maior e tinha umas fotos.

Uma foto minha de quando eu estava pegando meu almoço hoje, uma de quando eu sai do trabalho e uma que foi tirada mais cedo, já que eu estava me arrumando dentro da minha casa.

Isso ta me assustando muito, quem pode estar fazendo isso? Só pode ser o... não, não é possível.

🍪Gabriel.

- Perai, você tem certeza disso? - Perguntei depois dele revelar seu objetivo.

- Tenho, eu não podia ter mais certeza. E ai? Você me ajuda? - Ele me perguntou esperançoso.

- Claro que eu vou. - Falei e dei um sorriso pra ele.

- Então nós vamos fazer o seguinte...

Algumas horas depois...

Eu ajudei Pietro a colocar as ideias em ordem e depois vim pra casa, ele me fez prometer que eu não ia contar pra ninguém e claro que eu prometi.

Resolvi ir pra casa, entrei no condomínio e vi alguém sentada na praçinha do condomínio, ela parecia chorar. Me aproximei e logo reconheci os cabelos ondulados de Anne.

- Anne? - Tirei meus fones de ouvido e parei ao lado dela.

Ela secou as lágrimas e olhou pra cima.

- Oi Gou. - Notei que ela tentou ao máximo esconder sua voz chorosa.

Me sentei do lado dela e olhei pro rosto vermelho que ela tinha naquele momento.

- O que aconteceu? - Perguntei e ela desviou o olhar.

- Eu estou com medo... - E logo pude ver lágrimas rolando por suas bochechas.

Eu não sabia o que eu podia falar naquela situação então apenas a puxei pra um abraço. Ela retribuiu, e senti suas lágrimas cairem em minha blusa. Ficamos abraçados ali por um tempo, até ela parar de chorar e sua respiração normalizar.

No chão, ao lado dela, tinha uns papeis, eu resolvi pegar e ver o que era.

- Quem mandou isso pra você? - Falei depois de ler o bilhete e ver as fotos.

- Eu não sei, apenas deixaram na portaria. - Ela respondeu.

- Anne, saiba que eu estou aqui pra você, 'tá bom? Não esconda mais nada, por favor. - Pedi olhando o rosto dela, que estava meio inchado pelo choro.

- Eu só não queria incomodar ninguém com as minhas merdas. - Ela respondeu.

- Isso é sério, muito sério. Promete não esconder mais nada?

Ela suspirou e disse:

- Prometo.

Fiquei mais um tempo abraçado com ela, e fazendo carinho no braço dela, talvez isso de alguma forma desse segurança pra ela. Ela parecia estar bem angustiada, assustada e se sentindo sozinha.

- Eu acho melhor eu ir... já enchi muito o seu saco. - Ela se desvencilhou dos meus braços mas a distância ainda era mínima entre nós dois.

- Quer que eu te acompanhe? - Indaguei.

- Não, não precisa mesmo. - Ela desviou o olhar e logo depois se levantou.

Me levantei ficando na frente dela.

- Obrigada Gou. - Ela me deu um último abraço.

- Não precisa agradecer, sabe bem disso. - Falei retribuindo.

- Te vejo por ai. - Ela falou e se afastou.

- Até mais. - Falei e fui pro meu prédio.

Nunca tinha visto ela tão amedrontada, quem será que fez isso com ela?

o retorno - 𝒈𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍 𝒈𝒐𝒖𝒍𝒂𝒓𝒕𝒆 [ 1° Parte COMPLETA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora