o retorno - 𝒈𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍 𝒈𝒐𝒖𝒍𝒂𝒓𝒕𝒆 [ 1° Parte COMPLETA ]

🍪 3.9

🍪Gabriel.

O casamento seria em algumas semanas, e Anne e eu tínhamos marcado de ensaiarmos juntos, já que ela precisava. Eu tinha acabado de me arrumar e ela viria aqui pra casa. A campainha tocou e eu fui atender, quando abri a porta lá estava ela, com um sorriso convencido no rosto.

- Oi. - Cumprimentei.

- E ai? Senhor pé de valsa. - Ela sorriu e eu dei passagem para ela entrar. - Então, por onde começamos isso?

Fechei a porta.

- Que tal uma mão sua no meu ombro? - Falei chegando perto dela, peguei sua mão e coloquei no meu ombro.

Ela riu e pude ver o rubor em suas bochechas, o que me fez dar um pequeno sorriso. Começamos a dançar.

- Do que está rindo Goularte? - Ela fingiu uma voz repressora, porém o tom engraçado estava presente.

- Estava me pergutando se você vai usar salto, no casamento sabe? Só pra eu me prevenir. - Brinquei e ela riu.

- Ah é? Vou usar um salto quinze então. - Ela provocou de volta.

Ela encarou seus pés e ficou um tempo assim.

- "Olhos no seu parceiro, Anne" - Eu imitei a Daniela.

Ela riu mais.

- Desculpa, meu parceiro me distraí. - Ela brincou.

- Jura? - Perguntei em tom pretencioso.

- Com piadas sem graça, seu convencido. - Ela balançou a cabeça negativamente, sorrindo.

Sorri de volta, isso vai soar bem clichê, mas ela é a mulher mais bonita que eu já vi. Aqueles olhos sonhadores e destemidos, seu nariz era meio arrebitado, porém não demais, sua boca perfeitamente rosada e um pouco ressecada, ela tinha aquele cabelo castanho claro que naturalmente era ondulado. Ela era linda demais.

Eu percebi que inconscientemente estavamos nos aproximando, o olhar dela alternava entre os meus olhos e a minha boca, e eu percebi que estava fazendo a mesma coisa. Eu queria beijar ela, mas eu não podia fazer isso com a Júlia, não de novo.

Eu me afastei devagar, e fechei os meus olhos pra tentar me recompor.

- Desculpa... não posso... - Falei segurando os braços dela.

- Eu que peço desculpa, eu não devia... - Ela se afastou e colocou a mão no rosto.

- Não, não é isso. É complicado... - Falei olhando pra ela.

- Acho melhor eu ir. Desculpa. - Ela pediu e saiu do apartamento.

- Anne! - Tentei chamar ela, mas realmente não consegui, ela já tinha ido.

Achei melhor chamar a Júlia para conversar, liguei pra ela, ela disse que estava a caminho.

A campainha tocou e eu fui atender.

- Oi. - Ela falou e entrou, mesmo sem eu ter dado passagem.

- Oi. - Suspirei e fechei a porta. - Temos que conversar.

- Claro, então eu estava vendo o meu vestido e a gravata pra combinar. - Ela falou e começou a procurar algo em seu celular.

- Perai, o que? - Perguntei confuso.

- Vamos no casamento daquela estilista não é? - Ela perguntou retoricamente.

- Júlia, eu vou ser padrinho. - Falei e ela arregalou os olhos.

- Porque não me contou Gabriel? - Ela questionava como se isso fosse a pior das traições.

- Nós mal nos falamos Júlia.

- Isso é culpa sua! - Ela se levantou furiosa.

- Se senta, por favor. - Pedi calmamente.

Ela se sentou.

- Vamos no casamento juntos, entendido? - Ela falou totalmente autoritária.

- Mas... - Ela me cortou.

- Nenhum "mas", como você tem um terno específico, não vamos conseguir combinar. - Ela falo lamentando a situação.

- Júlia! - Tentei falar mas ela me ignorava.

- Até mais meu xuxuzinho. - Ela falou e saiu.

Eu odiava quando ela fazia isso, eu queria terminar tudo de uma vez por todas, mas ela não me deixou falar, eu não aguento mais! Esse relacionamento já era pra ter acabado, não é ela que eu gosto de passar o tempo, nem tenho vontade de beijar ela toda hora. Como isso tudo foi ficar assim? No começo era tudo mais fácil. 

❆Anne.

Isso já estava totalmente fora do controle, nós não podíamos ficar sozinhos que quase nos beijavamos, era quase inevitável, tudo me atraia pra ele, era impossível resistir, e pra falar a verdade, eu não queria resistir. Eu sabia que ele namorava, mas naquelas horas, eu só pensava em nós dois.

Isso é tão confuso!

Eu estava indo pro meu prédio até que sou impedida pelo Sérgio.

- Boa noite Anne, deixaram isso pra você. - Ele me deu um envelope que parecia com o outro que eu tinha recebido.

- Quem deixou isso? - Perguntei.

- Não sei, eu não estava na portaria na hora. - Ele falou e voltou pro seu trabalho.

Subi para minha casa e quando fechei a porta, abri o envelope rapidamente.

Uma foto e tanto, não acha?

Era uma foto de quando eu beijei o Gabriel na cozinha. Como alguém conseguiu tirar essa foto?

Mas que inferno! O Gustavo tem que parar, essas brincadeiras já estão chegando ao limite. Ele não tem o porque de se meter em minha vida!

Deixei aquilo de lado e fui tomar uma ducha pra descansar, só assim eu relaxaria.

Narradora On.

Anne mal desconfiava que o pior está por vir, estava mais do que claro que alguém a vigiava, se ela pensava que era apenas uma "brincadeira", ela não podia estar mais errada. Mil coisas rodavam na cabeça da garota, o casamento, Gabriel, seu trabalho e as fotos. O pior de tudo, ela tinha medo de arriscar contar pra alguém, afinal, até invadir sua casa Gustavo foi capaz, até onde ele iria? Gustavo estava atormentando sua mente sim, mas será que ele está sozinho? Essas perguntas só serão respondidas mais para frente, por enquanto nossa maior preocupação é o casamento.

Gabriel estava ainda mais confuso, em relação ao seu coração, no fundo sabia que amava Anne, mas tinha medo de se entregar novamente, e ela o deixar como fez da última vez. Amor realmente é um assunto complicado, não?