Capítulo 8 - É um pressentimento

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Claro que em meio a todos seus compromissos - porque era uma empresária bastante ocupada - Selina Kyle largaria tudo para almoçar com sua melhor amiga e se manter atualizada sobre o relacionamento empolgante com dela a vizinha. Obviamente também estava sedenta para contar com detalhes sórdidos o encontro que havia tido com o síndico de Pamela.

— Eu não consigo acreditar que você simplesmente transou com meu síndico — Pamela disse chocada e com uma ligeira careta, como se fosse nojento imaginar tal cena. E era. — Você definitivamente estragou a imagem respeitosa que eu tinha de Bruce Wayne.

— Bem, você pode imaginá-lo de uma maneira muito mais divertida agora — a morena piscou para a amiga toda maliciosa. — Mas não vamos focar no meu sexo casual, eu quero detalhes do que aconteceu com você e Harley! Como que de um simples sorvete pularam para sexo no sofá? — estava realmente surpresa com a velocidade da amiga, porque sabia como Pamela podia ser devagar.

— Nem eu sei — a ruiva sorria feito boba sem nem se dar conta. — Foi quase que acidental. Depois de flagrá-la na academia eu fiquei com...

— Com muito tesão? É, eu sei.

Revirou os olhos e Selina riu.

— Então nós subimos e eu simplesmente não pensei. Eu tinha que beijá-la de novo. Foi a melhor decisão que tomei. E aí eu a convidei até meu apartamento e Harley aceitou. Eu não estava realmente com a pretensão de fazer grandes loucuras — recebeu um olhar de reprovação e adicionou — apesar de estar com um puta tesão. Eu queria ser racional e ir devagar, mas... Aconteceu. E foi estranho e diferente do que já experimentei — falava rápido, empolgada e ao mesmo tempo soava confusa, como se buscasse palavras para explicar algo inexplicável.

Selina estava chocada, Pamela viu quando encarou olhos verdes arregalados. A amiga a encarava imóvel, nem havia mexido na comida ou no vinho e Pamela sabia o que isso significava. Quando Selina se chocava com algo que ela dizia, a coisa era séria.

— Eu preciso te dizer?

A ruiva engoliu em seco, balançando a cabeça negativamente, com medo do que viria a seguir. O ruim de ter uma amizade tão profunda com alguém era exatamente isso. A pessoa podia ler seus pensamentos, adivinhar seus sentimentos e conhecê-la como ninguém. Às vezes era pior que um terapeuta.

— Você está apaixonada — Selina disse mesmo assim, fazendo Pam apertar os olhos e fazer careta.

— Não era pra você dizer, droga! — resmungou igual criança. — Por que você fala demais?

— Não consigo me conter, sinto muito. Isso é sério, Pamela. É algo grande, não posso deixar passar. Você está apaixonada! Oh meu Deus! — de repente pareceu exageradamente empolgada e Pamela olhou para os lados com receio que os desconhecidos do restaurante pudessem ouvi-las.

— Fale baixo, pelo amor de Deus.

— Não se preocupe, Harley não está aqui e duvido que os amigos dela frequentem esse tipo de lugar — debochou, girando o indicador para apontar o restaurante chique. — Você precisa chamar a Harley pra sair e me apresentar a ela, pelo amor de Deus! Sou fã dela por conseguir não apenas atravessar sua barreira tão rápido, mas por ter conseguido um milagre: fazer você se apaixonar.

— Ei, olha, eu não confirmei isso, okay?! É o que você está dizendo baseada em-

— Em fatos! É só olhar o jeito que você fala sobre ela, os seus olhos brilham, Ivy — aquele apelido era antigo, as pessoas costumavam usar na faculdade. Selina gostava de resgatá-lo em momentos "oportunos". — Eu nunca vi você falar assim de ninguém antes e eu te conheço há quinze anos, então nem tente mentir.

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