Claro que em meio a todos seus compromissos - porque era uma empresária bastante ocupada - Selina Kyle largaria tudo para almoçar com sua melhor amiga e se manter atualizada sobre o relacionamento empolgante com dela a vizinha. Obviamente também estava sedenta para contar com detalhes sórdidos o encontro que havia tido com o síndico de Pamela.
— Eu não consigo acreditar que você simplesmente transou com meu síndico — Pamela disse chocada e com uma ligeira careta, como se fosse nojento imaginar tal cena. E era. — Você definitivamente estragou a imagem respeitosa que eu tinha de Bruce Wayne.
— Bem, você pode imaginá-lo de uma maneira muito mais divertida agora — a morena piscou para a amiga toda maliciosa. — Mas não vamos focar no meu sexo casual, eu quero detalhes do que aconteceu com você e Harley! Como que de um simples sorvete pularam para sexo no sofá? — estava realmente surpresa com a velocidade da amiga, porque sabia como Pamela podia ser devagar.
— Nem eu sei — a ruiva sorria feito boba sem nem se dar conta. — Foi quase que acidental. Depois de flagrá-la na academia eu fiquei com...
— Com muito tesão? É, eu sei.
Revirou os olhos e Selina riu.
— Então nós subimos e eu simplesmente não pensei. Eu tinha que beijá-la de novo. Foi a melhor decisão que tomei. E aí eu a convidei até meu apartamento e Harley aceitou. Eu não estava realmente com a pretensão de fazer grandes loucuras — recebeu um olhar de reprovação e adicionou — apesar de estar com um puta tesão. Eu queria ser racional e ir devagar, mas... Aconteceu. E foi estranho e diferente do que já experimentei — falava rápido, empolgada e ao mesmo tempo soava confusa, como se buscasse palavras para explicar algo inexplicável.
Selina estava chocada, Pamela viu quando encarou olhos verdes arregalados. A amiga a encarava imóvel, nem havia mexido na comida ou no vinho e Pamela sabia o que isso significava. Quando Selina se chocava com algo que ela dizia, a coisa era séria.
— Eu preciso te dizer?
A ruiva engoliu em seco, balançando a cabeça negativamente, com medo do que viria a seguir. O ruim de ter uma amizade tão profunda com alguém era exatamente isso. A pessoa podia ler seus pensamentos, adivinhar seus sentimentos e conhecê-la como ninguém. Às vezes era pior que um terapeuta.
— Você está apaixonada — Selina disse mesmo assim, fazendo Pam apertar os olhos e fazer careta.
— Não era pra você dizer, droga! — resmungou igual criança. — Por que você fala demais?
— Não consigo me conter, sinto muito. Isso é sério, Pamela. É algo grande, não posso deixar passar. Você está apaixonada! Oh meu Deus! — de repente pareceu exageradamente empolgada e Pamela olhou para os lados com receio que os desconhecidos do restaurante pudessem ouvi-las.
— Fale baixo, pelo amor de Deus.
— Não se preocupe, Harley não está aqui e duvido que os amigos dela frequentem esse tipo de lugar — debochou, girando o indicador para apontar o restaurante chique. — Você precisa chamar a Harley pra sair e me apresentar a ela, pelo amor de Deus! Sou fã dela por conseguir não apenas atravessar sua barreira tão rápido, mas por ter conseguido um milagre: fazer você se apaixonar.
— Ei, olha, eu não confirmei isso, okay?! É o que você está dizendo baseada em-
— Em fatos! É só olhar o jeito que você fala sobre ela, os seus olhos brilham, Ivy — aquele apelido era antigo, as pessoas costumavam usar na faculdade. Selina gostava de resgatá-lo em momentos "oportunos". — Eu nunca vi você falar assim de ninguém antes e eu te conheço há quinze anos, então nem tente mentir.
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Meant to be
FanfictionOnde Pamela e Harley são vizinhas de apartamento, sabem muito uma da outra, mas nenhuma tem coragem de tentar uma aproximação. Acham que suas vidas são ferradas demais para isso, que não há espaço para novos relacionamentos até que a mão do destino...