Capítulo 14

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Mais duas semanas passaram na velocidade da luz e o mais novo casal de Gotham não se desgrudou, exceto por algumas horas em que cada uma cuidava de seus afazeres. Harley, de seus livros, enquanto se divertia com os garotos mais malucos da cidade e Pamela, com suas plantas e sua luta ambiental diária para combater imbecis eco terroristas como Lex Luthor.

Quando estavam juntas, o tempo congelava, e ainda assim não era o bastante. Elas só queriam aproveitar mais e mais, esfomeadas pela presença radiante uma da outra.

Aparentemente, após se abrirem completamente, falando a respeito de seus passados, o relacionamento ficou ainda mais intenso e ganhou mais profundidade. O medo de Pamela também pareceu diminuir, como se ela fosse afirmando a cada dia que não havia nada de errado em ser como era e que Harley estava ao seu lado porque gostava dela, independente de seus defeitos, manias e traumas.

Harley também tinha medo, mas disfarçava melhor, porque estava sempre agindo como uma maluca eufórica, cheia de paixão para dar. Ah, e ela dava essa paixão a Pamela. E como dava! Alguns dias, especialmente quando estavam de folga, elas transavam tanto, até suas forças se esvaírem e ambas desmaiarem nos braços uma da outra.

Na terapia em grupo, estavam fazendo progressos incríveis. Pamela nunca havia sido tão falante. Decidiram contar que estavam namorando e a reação da terapeuta e dos colegas foi a mais radiante possível, o que as deixou aliviadas, embora soubessem que a partir daquele momento estavam expostas a todos os tipos de perguntas e até mesmo comentários. Elas não queriam mentir ou esconder, achavam que não fazia sentido e que podia até atrapalhar a terapia.

Inesperadamente, Bruce e Selina começaram a namorar também, o que deixou Pamela chocada e bastante feliz. Aparentemente ela e a melhor amiga estavam vivendo a mesma fase. A melhor de suas vidas.

Harleen Quinzel nunca esteve tão feliz em toda sua vida. Nunca mesmo. A infância havia sido complicada e quase completamente terrível se não fosse pelo irmão. Adulta, as coisas não melhoraram nem um pouco. Nem mesmo quando virou Harley Quinn. Aliás, ela desconfiava que apesar do apelido divertido, foi de longe sua pior fase, pois a deixou transtornada a ponto de cometer loucuras das quais se arrependeu profundamente. Agora percebia que não devia se arrepender tanto assim, porque foram seus erros que a levaram ao ponto que se encontrava agora: nos braços da mulher mais incrível do mundo, Pamela Isley.

Sentia como se estivesse vivendo em um sonho, tanto que não prestava atenção no resto, nem em coisas básicas como o fato de estar sem menstruar há mais de um mês, além de ter enjoos repetidamente nas duas últimas semanas. Pamela chegou a pedir que ela fosse ao médico mais de uma vez, mas a loira sempre deixava para depois, alegando não ser importante.

Mas era.

Harley estava na garagem do prédio, havia acabado de descer da moto, retornando do serviço. Pamela não foi buscá-la dessa vez porque tinha uma reunião e nem sabia que horas chegaria em casa.

Não conseguiu dar dois passos antes de sua visão ficar turva, achou que ia desmaiar, quando sentiu que ia cair, foi segurada por braços fortes.

— Harls? — olhou para cima, caída nos braços fortes e viu olhos verdes preocupadíssimos.

Pamela havia surgido do nada ou estava sonhando?

— Oi — sorriu fraco, ainda tonta. — Você não estava em reunião?

— Acabou mais cedo e vim pra casa depressa pra te encontrar. Você está bem? Consegue ficar em pé? O que aconteceu? — disparou a perguntar, realmente preocupada em vê-la assim.

A loira respirou fundo e levou uns instantes para recobrar os sentidos. Com a ajuda da namorada, conseguiu ficar equilibrada. Puxou o ar algumas vezes e soltou devagar. Pamela a encarava com uma preocupação exacerbada.

Meant to beOnde histórias criam vida. Descubra agora