Título antigo: O Mistério em Waverly
🥇 1° Lugar - Concurso Golden | Categoria Ficção Adolescente. (2021)
🎖Melhor Ortografia - Concurso dos Reis 2ª Edição. (2021)
🥇 1° Lugar - Concurso Nuestro Sueño 2ª Edição | Categoria Ficção Adolescente.(2020)
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Atualmente...
Abri os olhos assustada com a lembrança de ter sido molhada por Liza Muller na esquina do Jimmy's. Olhei ao redor pronta para limpar minhas roupas quando sou surpreendida com duas mãos que pressionaram meus pulsos prendendo meus braços na cama.
– Você não vai sair daqui. – alguém disse, me obrigando a piscar os olhos várias vezes como uma lente de câmera que precisava de foco.
Aos poucos, a luz forte começou a me incomodar mesmo que um rosto estivesse no caminho. Inclusive, eu até preferia que minhas córneas fossem queimadas pelo sol do que encarar Aaron Feldman como estava fazendo naquele momento.
– Onde eu estou? – perguntei, olhando ao redor para reconhecer um quarto de hospital.
– Você bateu forte no asfalto. – disse ele, libertando lentamente minhas mãos para se afastar da cama. – Eu só pensei em te trazer aqui.
– Então foi você quem me atropelou? – exclamei, apontando um dedo com aparelho de medir alguma coisa preso nele, em direção a Aaron, o garoto que agora era um homem de verdade, que me observava com as mãos nos bolsos da calça. – Por acaso você não olha para onde anda? Aquele seu carro poderia ter me matado!
– Cala a boca, ok? – disse ele, fechando os olhos por um segundo como se estivesse impaciente com a birra de uma criança... Que no caso era, eu. – Foi você quem apareceu de repente na minha frente, eu não tive tempo de parar ou desviar.
– Você queria me matar. – constatei ao desviar o olhar dos olhos verdes de Aaron para a porta aberta do quarto, prestes a gritar por uma enfermeira. Ou um policial.
– Dá um tempo desse teatrinho, Kennedy. – disse ele.
Com o dedo do meio, respondi um "foda-se" para Aaron por saber o quanto aquele nome me dava gatilhos e o desconforto de lembrar de quem um dia foi Kennedy Sanders. É claro que eu poderia ter tido o mesmo futuro que o presidente dos Estados Unidos com o mesmo nome, mas a bala não atingiu minha cabeça, ela foi muito mais profunda do que isso... Ela atingiu minha alma.
Resolvi que seria mais prudente para mim e para minha saúde mental - já estilhaçada - que o melhor seria ignorar o homem que me encarava naquele quarto. Fechei os olhos encostando a cabeça no travesseiro sentindo algo pressionando meu crânio. Levei a mão folgada até a testa sentindo uma faixa de gaze ao redor da cabeça, provavelmente tampando algum ferimento que deveria ter aparecido. Refleti, naquele momento, que eu deveria sentir a dor de um ferimento, mas a dor de ouvir meu nome foi muito maior e mais forte do que qualquer outra que deveria sentir.
– Eu quero ele de volta. – a voz de Aaron me fez pressionar os olhos, mantendo-os fechados, desejando que aquilo fosse um sonho. Ou melhor, só um pesadelo e minha vida não estava virada de cabeça para baixo. – Você ouviu? – insistiu ele.
