8 | Festa universitária sem caos - ou não...

101 19 113
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Há três meses...

Durante o caminho até seu carro, não me importei com a mão sedosa apertando a minha, não me importei em sorrir para Mike quando ele olhava e sorria para mim. Não me importei em entrar no seu carro, um Mustang antigo e deixá-lo colocar o cinto em mim.

Eu até deveria me importar, principalmente em não sentir meu corpo por completo e sim uma pequena parcela dele. Mike ligou o carro fazendo o ronco do motor assustar quem passava por perto, me fazendo rir sem motivo algum. Ele também riu. Mas antes que ele pudesse sair, a porta ao meu lado abriu de repente e vi Brandon nos encarando, ele falou alguma coisa para o motorista que concordou com a cabeça fazendo Brandon fechar a porta e entrar no banco de trás.

Sorri ao saber que ele estava ali, no minúsculo espaço do carro comigo. Sorri quando Mike deu a ré e saiu até o final da avenida principal para a avenida paralela e então em direção a rua da casa de Brandon. Sorri cada vez que ele acelerava sentindo o vento no rosto que jogava meus cabelos para trás em uma sensação libertadora.

Eu deveria estar muito bêbada naquele momento, mas não tinha noção disso.

Quando o vento parou e o motor ficou em silêncio senti uma pequena pontada de decepção por termos chegado tão rápido. Mike foi rápido ao tirar meu cinto sem que eu mesma percebesse, saiu do carro correndo para dar a volta e abrir a porta para mim como um belo cavalheiro. É, ele poderia substituir Brandon. Pensando no diabo, me virei para trás a tempo de vê-lo sair do carro lançando olhares para Mike e eu sem expressar qualquer sentimento em suas feições. Talvez ciúmes, talvez raiva, eu não sabia, mas estava gostando de ver aquilo como um filme adolescente.

Saímos para a calçada do condomínio aberto, caminhando em direção a única casa com luzes acesas. Passamos pela casa do prefeito, pela casa dos Jones e a casa dos Muller onde olhei com mais atenção lembrando de um dia ter ido até lá para uma cilada que resultou em um castigo de meses. Sem contar na humilhação.

– Finalmente vocês chegaram. – Cam falou levantando do degrau frente a sua casa. Stace estava ao lado dele e sorriu ao meu ver, me aproximei dela a abraçando forte, puxando um dos braços de Cameron obrigando-o a fazer parte do abraço coletivo sorrindo com a felicidade de ter meus dois melhores amigos ali. – Ok pessoal, chega de bebida para ela.

– Nem começamos. – Mike respondeu passando por nós para entrar na casa.

A casa dos Feldman estava, exatamente, como eu lembrava. O pequeno hall de entrada com duas poltronas frente a enorme janela, uma cômoda com um telefone e bloco de notas. O corredor que ligava o hall da sala de estar ampla com uma escada que se seguia até o segundo andar, embaixo dela a cozinha. Do outro lado da sala duas portas de vidro levavam ao jardim que orgulhava qualquer botânico.

Aaron estava deitado em uma das espreguiçadeiras próximas à piscina, acompanhado de um cooler aberto ao seu lado, mostrando bebidas e muito gelo. Em pé frente a ele e de costas para a piscina, estava Andy segurando uma lata de cerveja na mão. Por mais que imaginasse todo tipo de festa feita por universitários, não esperava que fosse só aquilo. Não havia mais ninguém, a música não era alta o suficiente, ninguém vomitando no vaso de planta, ninguém tirando a roupa e pulando na piscina, nenhum casal subindo as escadas para ter privacidade, simplesmente nada anormal. Olhei para Stace esperando ver a mesma surpresa, mas ela já estava caminhando com Cam jardim adentro, não sabia para onde iriam e também não iria segui-los e estragar o momento deles. Sentei na espreguiçadeira ao lado de Aaron ouvindo o que ele e seus amigos conversavam e nem mesmo notei Brandon atrás de mim até ele entrar na conversa.

Entre Segredos e SuspeitasOnde histórias criam vida. Descubra agora