Rádio (em processo de revisão)

22 - A Guerra Mutante (Parte II)

一 Covas? 一 Questionou Raquel. 一 Tem certeza que não foi no sentido figurado? Tipo "Oh, meu deus! Ela vai acabar com vocês"!

一 Você duvida dela? 一 Aline tinha a voz preocupada. 一 Raquel, aquela mulher fez você matar a própria filha só pra desafiar a gente!

Raquel lembrou-se do rosto chamuscado de Rafaella antes de dizer suas últimas palavras e ir embora desse plano. A forma como Aline tirou a culpa das costas dela e pôs em Clara talvez tivesse tirado uma pequena fração de remorso, mas o sentimento de ter causado a falência de alguém que se arrependeu de seus crimes segundos antes de partir era horrível.

一 Fale com Hugo. 一 Pediu Raquel 一 Ele precisa saber disso. Já entrou em contato com os outros grupos?

一 Ainda não. Vou conversar com Hugo antes. 一 disse Aline 一 Vim falar com você primeiro porquê, apesar de nós sermos bem próximos, você é a que melhor sabe dar notícias a ele. Tenho medo de como ele pode reagir a uma coisa como essa, principalmente depois de morte de Victor.

一 Obrigado por confiar em mim. 一 disse Raquel 一 Vou continuar procurando recrutas com Mônica e Gabriel. Qualquer coisa entro em contato.

Ela encerrou a ligação e procurou Mônica e Gabriel atrás dela. Os dois se distanciaram um pouco enquanto falava com Aline.

一 EI! 一 Berrou. 一 Me esperem!

Gabriel parou de andar. Mônica continuou andando pela praça, mas diminuíra o ritmo ao menos. O irmão de Hugo tivera a ideia de andar esbarrando nas pessoas para ver se conseguia sentir uma "aura mutante", mas o máximo que conseguiram foi derrubar um cara fortão que quase arrancou as asas de Gabriel fora.

一 Nada até agora. 一 disse Gabriel 一 Eu acho que só posso sentir se a pessoa tem boas ou más energias. Mutante ou não-mutante não tava incluso no plano.

一 Tá, mas se você sentir que a pessoa tem boas energias isso quer dizer que pode se aliar à gente, né? 一 Perguntou Mônica.

一 Talvez. Mas não podemos chegar nas pessoas e dizer "Nossa! Adorei sua aura! Você é do signo de Sagitário? Daria uma ótima arqueira para ajudar a Liga Mutante a derrotar um exército do mal!"

一 Talvez a ideia não seja tão idiota assim! 一 Raquel estava a ponto de fazer aquilo mesmo.

一 Espera! 一 Exclamou Mônica. 一 Na TV, Heleno declarou que a partir das quatro da tarde a cidade entrará em quarentena por causa dessa guerra. E se usássemos para convocar os mutantes?

一 É muito perigoso! 一 Exclamou Gabriel. 一 A chance de espiões se infiltrarem é enorme!

一 E se não fizermos isso, a chance de não conseguirmos metade do que Clara tem em mutantes é enorme também! 一 Raquel se aproximou do anjo. 一 A prefeitura é bem aqui perto! Se entrarmos ao vivo fazendo esse apelo o nosso trabalho vai ficar bem mais fácil!

一 Ela está certa, Gabriel. 一 Declarou Mônica. 一 Nós temos tipo...nove horas para o anoitecer. E se não podermos lutar até lá, a humanidade corre grande risco.

Gabriel olhava de uma a outra em análise. Ficou assim por um bom tempo até após vários suspiros falar sua decisão.

一 Vamos. Se vidas dependem disso, é isso que vamos fazer!

一 Sabia que não ia decepcionar! 一 Eufórica ela abraçou Gabriel e depois correu ao final da rua, onde era a prefeitura.

O prédio era velho. A fachada tinha cores desbotadas pelo sol e algumas manchas pretas devidos às chuvas que o prédio tomou. Mônica sentara na escadaria para descansar, Gabriel parou ao lado de Raquel e a olhou como se dissesse "Okay, talvez a gente não deva...", mas foi ignorado por Raquel.