I.XII. Por Trás do Inimigo

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Assim que vi o sorriso da minha rosada, soube que poderia deixar tudo nas mãos dela. Uma fenda enorme se abriu no chão, como já imaginava que fosse acontecer assim que Sakura fosse usar sua força monstruosa.

Isso deve ter desestabilizado quem quer que estivesse jogando conosco como marionetes.

Senti seu chakra apenas a alguns metros, isso foi o suficiente para olhá-lo nos olhos no segundo seguinte. Ele não parecia lá grande coisa, mas para brincar assim com o inimigos dessa forma, ele tinha que ser muito espero.

— Eu não deveria ficar surpreso por ser tão habilidoso, você quase me localizou algum tempo atrás.. Não é mesmo, Uchiha? — Ele sorria como se estivesse cumprimentando um velho amigo.

Mas algo não me saía da cabeça, e apesar de ser irresponsável da minha parte, precisava tirar isso da minha cabeça o quanto antes.

— Haruno.. De onde a conhece? — Ela parecia se divertir demais para alguém que estava sem escapatória.

— Ah! Aquela médica.. — Ele estalou a língua e pensou por um momento. — Ela nunca sai de Konoha, fiquei curioso ao vê-la acompanhando alguém como você.

— Como você a conhece? — Perguntei novamente, eu não podia deixar alguém como ele me tirar do sério.

— Ela é famosa como uma boa médica ninja nas ruas de Konoha, eu já a vi por lá algumas vezes.. Era isso que queria saber? — Sua expressão era de pura chacota. — Depois que você passou algum tempo me seguindo, quis saber um pouco mais sobre você.. Ninguém nunca tinha sido tão insistente me me perseguir. As pessoas não parecem gostar muito de você por lá, mas tinham uma certa admiração por seus ex-companheiros de equipe. Não pude ficar muito tempo ou poderia ser descoberto facilmente, mas é tão surpreendente encontrá-los aqui.

Analisei Iekami de cima a baixo e nada parecia anormal, ele era só alguém com ideias malucas provocando estardalhaço. Travei o maxilar, tentando ao máximo manter a expressão fria em meu rosto, o menor movimento dele e eu iria atacar.

— É tão divertido tentar descobrir o que está pensando,suas expressões não deixam passar nada. Com certeza é alguém muito difícil de ler, gosto disso. — Ele deu alguns passos na minha direção, minha mão já segurava firmemente o cabo da Kusanagi.

Em outra ocasião ele já teria tentado fugir, mas como ele era um bom jogador, a única coisa que poderia estar fazendo é tentar me distrair para continuar com seu joguinho de marionetes.

— Você não se perguntou o que acontece com ninjas como eu? Aqueles que dedicam a vida ao mundo shinobi e perdem tudo em prol de uma paz seletiva. Nos tornamos inúteis para os que estão no topo, apenas peões a serem jogadas fora. Shibuki queria que eu abandonasse meu posto, uma aposentadoria adiantada. Eu já não era útil, mas o que eu poderia fazer se a única coisa para qual fui preparado era ser um ninja? Toda essa geração vai se tornar inútil, só se é forte por meio da dor, estou ensinando isso gradativamente a Akira.. Ela não entende agora, é uma garota teimosa demais.

Quanto mais eu escutava, mas louco eu podia ver que ele tinha se tornado, a sanidade dele já tinha ficado comprometida a tempos. Torturar a própria família era de alguma forma um ensinamento pra ele?

— Líderes fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam líderes fracos, mas líderes fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram líderes fortes. Vivemos num ciclo vicioso, onde tem que haver algo para desestabilizar o conforto e comodidade. Você deve me entender, não é? Perder sua família deve ter te deixando com uma força que só o ódio pode trazer a tona. — Ele é completamente louco.

Ao menor movimento dele eu soltei um riso nasal. A primeira coisa que alguém que não conseguia aguentar um combate frente a frente fazia, era desestabilizar seu inimigo, usando o que quer que fosse para mexer com sua cabeça.

O Retorno do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora