II. XI. Adeus Vida Passada

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O Kazekage fez questão de nos levar até os portões, ele estava extremamente grato a Konoha, mas eu conseguia enxergar além disso. Ele estava decepcionado com tudo que aconteceu, alguém trair sua própria vila. Eu podia ver que ele se sentia culpado, mesmo que ele não pudesse ter feito nada a respeito.

— Suna está em dívida com Konoha, agradeço por tudo que você fizeram aqui, espero que esses acontecimentos tão desagradáveis nos ajude a fortalecer ainda mais a nossa aliança. — Ele estendeu a mão para mim e logo em seguida para o Sasuke.

A tensão entre eles parecia ter diminuído de forma drástica, acho que toda a estranheza que Sasuke vinha apresentado a dias tinha alguma coisa haver com a repentina amizade deles.

E foi assim que tudo foi voltando ao seu lugar, nós voltamos a Konoha, Sasuke continuou cada vez mais estranho. Mas eu estava avoada demais para ir mais a fundo nisso, apenas esperei que ele voltasse ao seu normal.

Não sabia mais o que era dar atenção ou um tempo que eu tenha passado focada nele, talvez ele já tivera reparado nisso.

Pensar que as pessoas eram egoístas ao ponto de sacrificar a vida de crianças por seus ideais me deixava aérea. Mesmo que tudo tenha se resolvido, quando eu fechava meus olhos, às vezes, ainda via a luz da vida abandonando aquela criança. Vez após outra, aquilo estava me atormentado.

Eu já sabia como era conviver com tais perdas, mas apesar de conviver com tal coisa, a morte de uma criança sempre me parecia injusta. Como se tudo perdesse o sentido, porque o universo compactuava com a morte de um ser inocente?

— Sakura? — Ouvi sua voz grave me chamar. ele me olhava com uma expressão de desapontamento.

— Huh? — Ele me olhava com uma expressão de desapontamento. — Perdão, o que estava dizendo?

— Acho que você precisa ficar um pouco sozinha com os seus pensamentos... — Ele disse se levantando, ele podia não demonstrar, mas eu vi que ele ficou decepcionado.

— Sasuke-kun, gomen... Estou realmente fora do ar esses dias, mas temos esse tempinho juntos. — Ele me escutou, enquanto uma expressão neutra se mantinha em seu rosto.

— Mas é como se não tivéssemos, você está aqui fisicamente, mas sua mente está em outro lugar. Acho que estou ocupando um tempo que você deveria usar para entender a sua mente, não precisa se preocupar comigo. — Ele me deu um beijo na testa antes de sair, eu fiquei tão atônita que a ideia de ir atrás dele não me passou pela cabeça.

Acho que a maior proximidade que tivemos nos últimos dias foi quando ainda estávamos em Suna, naquele beco, quando eu estava preste a surtar de raiva.

Tenho que dizer que eu não estava sendo uma das melhores namoradas do mundo, falar desse jeito seria até eufemismo, eu estava sendo péssima.

Não tinha ideia do que estava acontecendo comigo, Sasuke não merecia a minha falta de consideração. Ele tinha razão, eu não podia ficar forçando a presença dele, se eu sequer estaria prestando atenção.

Sasuke tinha dificuldade de se abrir e conversar muito sobre qualquer coisa, se fosse comigo eu ficaria muito chateada. Mas ele está lidando com isso de uma forma que eu não lidaria, me dando espaço e não me sufocando.

E por mais que seja contraditório da minha parte, isso me fazia sentir ainda mais culpada, saber que ele entendia o que estava acontecendo comigo.

Preciso colocar minha cabeça no lugar logo, eu estou afastando ele sem nem ao menos notar que estou fazendo, e isso não é nada bom para nenhum de nós dois.

Meu turno chegou ao fim sem muitos imprevistos, Tsunade veio até a minha sala, para uma típica conversa entre mestra e aprendiz.

Mas sendo a mulher experiente que é, soube que algo estranho estava acontecendo, ela era uma pessoa extremamente sensitiva.

O Retorno do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora