III. V. Contratempo

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O sol adentrou aquele quarto, me fazendo despertar aos poucos. Passei a mão sobre a cama, não sentindo ele do meu lado, me sentei na cama e sequer tive tempo de me esticar o suficiente para mais uma vez aquela ânsia estranha em meu estômago.

— Sasuke-kun? — Chamei, antes de sentir o chão gelado sob meus pés.

Então a vertigem bateu forte, o enjoo ficou mais forte.

Só tive tempo de correr para o banheiro e me ajoelhar em frente ao sanitário, colocando pra fora coisas que eu sequer tinha comido.

Eu nem ao menos conseguia comer de forma saudável nesses dias, a única coisa que me acalmava era a presença de Sasuke.

Eu estava ficando tão dependente emocionalmente que aquilo estava me afetando até fisicamente? Já estive nesse estágio de ansiedade antes, quando ele foi embora...

Não, mas não pode ser. As coisas entre nós estavam finalmente resolvidas, estamos casados agora.

— Sakura... — Ele chamou, antes de abrir a porta e eu a empurrar logo em seguida, fechando a porta em sua cara.

— Não, não entra aqui! — Gritei, antes de voltar a vomitar.

Ele ignorou meu aviso, se ajoelhou ao meu lado e começou a passar a mão nas minhas costas.

E aos poucos, aquela ânsia horrível foi se tornando mais suportável, o enjoo indo embora. Eu me sentia fraca, o coração batendo tão forte pela ansiedade que não conseguia respirar direito.

Ele tentou se levantar, mas eu o segurei. Não queria que ele se afastasse, a sensação de enjoo é horrível e ela sempre parecia se tornar mais amena na sua presença.

— Não, não vai... — Sussurrei, me agarrando à sua cintura.

— Sakura, levante-se, vou te levar até a cama. — Apesar da ordem bruta, ele falou de um jeito cuidadoso.

Mas assim que entrei no quarto, me deparei com aquele cabelo ruivo. Não pude evitar um sorriso, tinha muito tempo que eu não via aquela sempre irritada, acho que eu devia essa raiva ao Suigetsu.

Apesar dele não estar naquele quarto, ela estava acompanhada apenas por Juugo, mas assim que me viu me ofereceu um sorriso simpático.

— Karin. — Disse assim que me sentei na cama, com Sasuke ao meu lado.

— Céus, como a melhor médica de Konoha está desse jeito? — Ela perguntou colocando a mão sobre minha testa, checando minha temperatura e meus sinais vitais.

— O que faz aqui? — Perguntei curiosa, mas sem nenhuma arrogância.

— Eu a chamei. — A voz de Sasuke soou em resposta, acompanhado com a da ruiva logo em seguida.

A irritação pairou sobre a minha cabeça naquele instante, chamar alguém, mesmo que fosse a Karin, para me ajudar e nem ao menos me dizer. Sasuke às vezes conseguia jogar a comunicação que deveríamos ter muito longe.

— Ele disse que precisava de ajuda, mas não sabia que tinha algo haver com você. Nunca pensei que iria cuidar de você, achei que ele estava jogando em alguma vala e todo machucado. — Ela diz com deboche, alfinetando Sasuke.

Ele não era uma pessoa que pedia ajuda, então aquilo deveria ser um tanto surpreendente para ela.

— O que você está sentindo? — Ela perguntou, ainda analisando a minha aparencia. — Sasuke, se afaste um pouco para que eu a examine.

Minhas mãos praticamente ficaram cravadas em Sasuke no instante em que ele fez menção de se levantar, fazendo com que Karin ficasse com as sobrancelhas arqueadas em curiosidade.

O Retorno do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora