II. IV. Sentimento Indesejado

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Sakura se despediu de Karin como se fossem boas amigas, como se a crise de ciúmes dela nunca tivesse existido. Eu ainda contive a minha surpresa, mas ela já me conhecia o suficiente para notar os mínimos detalhes da minha expressão.

— Sei que você pensou em alguma coisa. O que foi? — Ela perguntou enquanto seguíamos alguns passos atrás de Naruto e Ino.

— Você tem um sexto sentido ou coisa do tipo? — Perguntei e ela me lançou aquele seu olhar curioso.

— Você me ensinou a te desvendar pouco a pouco, não tem do que reclamar agora. — Eu adorava como ela sempre tinha a resposta na ponta da língua, Sakura sempre foi uma garota afiada.

— Achei estranho vocês duas conversando como se fossem boas amigas, mas fico feliz que não tentou socar ela como fez comigo. — Ela fez uma cara feia para o meu comentário.

— Eu jamais faria isso, afinal, não seria ela que teria culpa de alguma coisa. O único culpado em toda essa situação foi você, o que me lembra que temos que esclarecer alguns pontos sobre o nosso relacionamento. — Ela tinha ficado com a voz ligeiramente amarga.

E aquela tão temida conversa ficou em meus pensamentos durante todo o caminho, acho que aquela deveria ser a pequena vingança não violenta dela.

Mas junto com a nossa chegada em Konoha, as responsabilidades da Sakura bateram na porta antes mesmo de termos tempo para conversar. Eu me sentia egoísta por nunca parar pra pensar em como ela era atarefada, em como ela tinha se tornando um dos pilares principais da vila.

Ser alguém que cuidava de todos custava muito do tempo e do esforço da parte dela. Sakura é uma pessoa admirável, uma mulher incrível e uma boa pessoa acima de tudo.

Eu queria ser uma parte boa da vida dela, mas tinha sido apenas mais uma das inúmeras preocupações dela até agora.

Depois dos primeiros dias acompanhando de longe minha flor de cerejeira, pensei que poderia voltar a acompanhá-la durante as poucas horas que tínhamos livre.

Estava ansioso por mais um pouco dos momentos que tínhamos, eu sinto mais falta dela nesse momento em que estávamos no mesmo lugar do que quando estava longe.

Depois de mais um dia junto com o Kakashi resolvendo os pequenos problemas ainda existentes, segui até o hospital, nem mais cedo do que geralmente. Mas meu passo se conteve assim que eu a vi sair com um sorriso no rosto, e pela primeira vez desde que eu me mantinha em pé aqui esperando por ela, eu não a vi sair sozinha.

Kakashi-sensei tinha mencionado que o kazekage faria uma visita, já que a relação entre Suna e Konoha tinha se tornando muito mais amigável com o passar da guerra.

Ela não tinha me contado nada sobre se encontrar com o Gaara... Eu deveria saber disso, não é? Se estamos em uma relação, é claro que eu deveria saber. Porque ela estaria se encontrado com ele sem me dizer nada?

Estou ficando paranoico, o que diabos estou pensando? Ela teria me contado se existisse algo que eu deveria saber, eu tenho certeza que ela iria me contar... Ou talvez não.

— Isso não é da sua conta, Sasuke. — Eu desci ao nível mais baixo da estranheza quando comecei a falar sozinho.

— Tenho certeza que não... — A voz daquele idiota soou logo atrás de mim.

— Está me espionando? — Ele riu com vontade, mas eu fiquei receoso dele ter escutado qualquer coisa.

— Eu tenho mais o que fazer, teme! — Ele revirou os olhos. — Eu estava indo ver a Hinata, combinamos de sair hoje e eu te vi aqui como uma estátua, fiquei curioso.

O Retorno do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora