Eu sou a garota da madrugada.
Você me liga e fico na porta de casa.
Você chega, olha nos meus olhos.
Fala duas palavras.
Sente meu corpo.
Sem demora, volta para casa.Um mês passa.
De novo, eu sou a garota da madruga.
Você me pega na porta de casa.
Pega no meu corpo e cospe duas palavras.
Mais uma vez, sem demora, volta para casa.Mais uma noite, do mês seguinte, você vem me ver na madrugada.
Eu olho nos seus olhos, mas tenho vergonha de te dizer.
Que eu te ouço.
Eu te abraço.
Sinto seu corpo.
Seu abraço.
Sei do seu espaço.
Gosto do jeito que você conta da vida como um verdadeiro narrador e eu, como seu melhor leitor, leio cada página como se fosse minha melhor história.Gosto do som de sua voz.
Suave.
Sem tremor algum.
Grave
é como um pouco de música para agitar meus ritmos cardíacos.Mas não posso te ouvir.
Você soa convincente.
E toda vez que você fala é como uma agulha injetando alguma coisa em mim, afeta todas as minhas veias para percorrer em toda minha corrente sanguínea.Você está em toda parte de mim.
Você é minha tatuagem da madrugada.
Que chega sem avisar nada.
Fico sem você aqui
Mas você sempre leva um pouquinho de mim.
Não pode mais ser assim.
Eu não quero ser mais uma madrugada.
Nem para você e nem para mim.Olha.
Olha bem para mim.
Me olha nos olhos e se pergunte " o que ainda estou fazendo aqui ?"
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As várias versões de mim
RandomMesmo que você queira ser a mesma pessoa sempre, há algo que é inevitável, acaba mudando e não tem para onde correr. Por isso, esses poemas são designados aqueles que sabem que amanhã não será a mesma pessoa de minutos atrás. Haverá outro d...