Part 1

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É incrível como tudo e todos neste mundo desprezível é tão facilmente manipulado. Como por exemplo na empresa onde sou obrigada a trabalhar. Meu pai é o dono e quis dar continuidade aos negócios através da família.

Todos acham que por causa de eu ter o fundador da empresa como pai iria influenciar a mim, ser uma pessoa mandona e esnobe, não é bem assim. Ele se aposentou em cerca de quatro anos, o que me colocou no comando dos negócios por um bom tempo. Digamos que essa foi a decisão mais negada pelos funcionários em relação a todos os anos de trabalho de meu pai, diziam que, por minha causa, a empresa afundaria e levaria todos ao fundo do poço. Não aconteceu como previram.

Diria que as pessoas julgam demais alguém pela aparência. Se eu usasse um par de óculos, ternos femininos pretos ou cinza escuro, um coque perfeitamente feito no topo da cabeça, meus "colegas de trabalho" não iriam abrir a boca quando fui promovida a gerente da empresa, mas como a minha pessoa passou um bom tempo de sua adolescência fazendo cursos de moda em Paris intercalando com Barcelona, gosto de vestir saltos altos com jeans, saias, vestidos, blusas com casaquinhos e muitas outras variações de roupas.

Acho que estou passando uma imagem muito gananciosa sobre mim para vocês, mas espera, que ainda tenho muita coisa para contar!

Minha família não é e nem passa perto de ser uma dessas típicas famílias que existem. Meu pai, como eu falei anteriormente, é dono de uma das empresas mais famosas do mundo no departamento de fashionistas; apesar de parecer, ele é um homem muito bom para a família que constituiu. Sempre levou a mim e minha meia-irmã que era poucos meses mais velha do que eu, para pescar em uma das fazendas de nossa família, apesar de Caroline sempre fazer um de seus escandalosinhos típicos de garotas mimadas, foram finais de semana incríveis. Minha mãe era uma mulher rancorosa, interesseira e totalmente esnobe mas que no fim era, bem no fundo, uma boa mulher. O tempo que passei com ela foi quando me obrigara a fazer curso de moda fora do país com sua companhia, não posso reclamar mas não foi um dos meus momentos favoritos. Não posso falar muito sobre minha irma pois nunca fui muito ligada a ela, os únicos momentos que eu comprovei sua presença em horas familiares foi no enterro de meu pai.

Eu, o que posso falar sobre mim? Bom, tudo começou com....

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-Porque mesmo você gostaria de passar o tempo com aquela menina? Ela é estranha demais para conversar conosco! -Um menino do time de futebol disse se referindo a mim. Se ele pensou que sou surda, está muito enganado!

-Ela é minha irmã! E apesar de tudo, meu pai me obrigou a fazer ela passar um pouco de tempo tendo experiencias sociais. -Pude escutá-lo bufar e falar tudo bem -Ou coisinha, venha aqui! -Lancei um olhar desconfiado para ela, que retribuiu com um de "anda logo", peguei meu livro e minha bolsa de uma marca que mamãe vivia dizendo o nome mas nunca que nunca lembro, e vou até ela e o resto de seu grupinho.

-O que foi?

-Você precisa...-Ela fez um bico retorcido para o lado- Precisa de um corpo novo! -Rolei os olhos e virei para voltar ao lugar de onde estava mas fui impedida por um braço me segurando pelo pulso. Seus amigos seguravam o riso sem serem discretos. -Hoje à noite iremos comemorar o último de aula na praia, se quiser ir...

-Tenho escolha? -Disse impaciente e a mesma negou com a cabeça.- Eu vou..- continuei sem animo.

-EBA! - soltou um gritinho e continuou seca -Agora volta pro seu livro de fadinhas.

"Pelo menos leio alguma coisa" pensei comigo mesma.

Passei minha vida inteira me sentindo deslocada de minha família, meu pai sempre foi um homem muito bom, nunca pensei que eu conseguiria ser como ele. Minha irmã e minha mãe eram más, com certeza eu nunca seria como elas e eu, bom, eu sempre lia livros de ficção científica, lendas e coisa do tipo, gostava bastante de passar o tempo pescando com meu pai nada tão fora do normal.

Eu não era dessas meninas que vagam sozinhas pela escola que se sentiam inferiores as outras pessoas, tinha uma amiga, a única, que se chamava Letícia. Ela não estudava aqui, mora em Paris com sua tia, que também era estilista e administra um prédio da empresa de meu pai lá.

Unusual Life (não finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora